Foi provado que a mineração no Serro, MG, causará falta d'água. Vídeo 2. 25/6/2019.
A Arquidiocese de Diamantina promoveu, na terça-feira, dia 25/6/2019, um Encontro de Formação e Informação sobre a atividade de mineração no Serro, MG. Inspirado na Encíclica do Papa Francisco “Laudato Si – Sobre o Cuidado da Casa Comum”, o Encontro aconteceu na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, no Serro, e teve como objetivo criar um espaço de diálogo entre a Igreja e a sociedade sobre o impacto econômico, social e ambiental da atividade de mineração da mineradora Herculano que pretende se instalar naquele município. Participaram do evento cerca de 600 pessoas dentre elas, o arcebispo de Diamantina, dom Darci José Nicioli, que presidiu o Encontro; o prefeito municipal, Guilherme Simões; representante do Ministério Público; da Polícia do Meio Ambiente; da Comissão de Direito Ambiental da OAB/MG; da Mineradora Herculano; das Comunidades Quilombolas de Queimadas, Envolvidas diretamente; de Movimentos Populares, além de geógrafos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Também estiveram presentes, o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, padre Paulo Henrique Soares; o vigário, padre Darci Rodrigues; padre Manuel Quitério, professor da PUC Minas, padre Roberto Marcelino de Oliveira, secretário executivo do Regional Leste 2 da CNBB, bem como o frei Gilvander Luís Moreira, da Comissão da Pastoral da Terra (CPT/MG), e a professora Dra. Cristiane S. Kaitel, representando o reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), dom Joaquim Giovanni Mol Guimarães. Na oportunidade, dom Darci ressaltou que devemos nos perguntar nas preliminares do projeto de mineração: adotou-se o princípio da precaução que considera a proteção dos mais fracos e vulneráveis? Quais os reais impactos da atividade mineradora? Impactos ambientais na flora e fauna, nascentes, cavernas e rios. Impacto social? Impacto econômico financeiro?”. Relembrando a tragédia de Brumadinho, o arcebispo enfatizou que são perguntas que devem ser feitas para conscientizar, conhecer a fundo o projeto da mineradora, solidarizar-se com os mais vulneráveis e não deixá-los sozinhos no processo. E acrescentou, “a Igreja tem um papel muito importante na sociedade e um papel histórico na comunidade do Serro. Qual é a função da Igreja? Anunciar a Boa Nova de nosso Senhor Jesus Cristo que quer vida e vida abundante para todos. É esta nossa missão”. Houve especial momento com palestras proferidas por representantes de entidades presentes, favorecendo, assim, uma melhor avaliação de todo o processo, após as falas foi aberto espaço para perguntas. O Encontro foi encerrado com a Oração de São Francisco, padroeiro da Ecologia.
Foto: Divulgação / LEIA
*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Serro, MG, 25/6/2019.
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Dom Darci, arcebispo de Diamantina, levanta preocupações e faz sérias perguntas sobre mineração no Serro, MG. Vídeo 1. 25/6/2019.
IGREJA CATÓLICA REALIZA ENCONTRO PARA DEBATER A MINERAÇÃO NO SERRO, MG. Mais de 600 pessoas se reuniram terça-feira, 25/06/2019, das 19 às 21h, na Igreja Matriz do Serro, na região do Alto Jequitinhonha, MG, no Encontro de Formação e Informação sobre a Mineração, promovido pela Arquidiocese de Diamantina e Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Serro. O encontro foi conduzido pelo Arcebispo Dom Darci Nicioli e contou com a exposição de representantes da Comunidade Quilombola de Queimadas, MAM, Ministério Público, Pesquisador da UFMG que analisou criticamente o projeto apresentado pela mineradora Herculano, Prefeito Municipal do Serro e dono da mineradora Herculano. O evento teve como objetivo promover a conscientização sobre os impactos que a mineração poderá causar na região, caso se instale, para que a população serrana se posicione, participe e se mobilize e em torno desta questão. Durante o encontro a mineradora Herculano foi contundentemente questionada sobre os danos que a exploração minerária poderá provocar ao abastecimento de água, produção de alimentos, segurança da população, turismo e ao patrimônio histórico cultural da região do Serro. Também foi ressaltada a importância da anulação da declaração de conformidade para o empreendimento e foram cobrados da Prefeitura Municipal do Serro a realização de estudos independentes que analisem criticamente as informações apresentadas pela mineradora Herculano e a garantia de participação popular nos processos de decisão sobre a mineração no município do Serro.
#SerroLivredeMineração é o objetivo que está sendo perseguido por todos que amam o próximo. Por um país soberano e sério: contra o saque dos nossos minérios!
Dom Darci Nicioli, arcebispo da Arquidiocese de Diamantina, MG, revela preocupação e levanta sérias perguntas sobre o projeto de Mineração no município do Serro, MG. Foto: frei Gilvander
*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Serro, MG, 25/6/2019.
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"Somos seres humanos atingidos pela Mineradora Anglo American, em MG" - Conceição do Mato Dentro, MG - Vídeo 1 - 19/12/2018.
No dia 19 de dezembro de 2018, no Asas de Papel Café & Arte, em Belo Horizonte/MG, aconteceu o lançamento do Boletim Informativo Cartografia da Cartografia Social, n. 11, “Atingidos pelo Projeto Minas-Rio: Comunidades a Jusante da Barragem de Rejeitos”. O evento contou com uma Roda de Conversa, da qual participaram golpeados/as e massacrados/as por barragens, pesquisadores, ambientalistas, sindicalistas, ativistas, jornalistas, estudantes e professoras. Nessa Roda de Conversa, o conhecimento do trabalho realizado e a situação das comunidades Passa Sete, Água Quente e São José do Jassém, nos municípios de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, MG, e a partilha de experiências e preocupações em torno do modelo de extração mineral vigente no estado de Minas Gerais, e a violência com que superexploram comunidades e territórios. Nesse vídeo o depoimento de moradores atingidos pela Mineradora Anglo American, nas Comunidades de Passa Sete, Água Quente e São João do Jassém, no município de Conceição do Mato Dentro, MG.
Foto: Divulgação / www.jornalbairrosnet.com.br
*Filmagem de frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição: Nádia Oliveira, colaboradora da CPT/MG. Belo Horizonte, MG, 19/12/2018.
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Em Serro, MG: Respeito aos territórios quilombolas e à Natureza! Mineração, não! - Vídeo 6 - 22/5/2019.
Dia 21/5/2019, aconteceu Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, em Serro, MG, para debater o processo de licenciamento ambiental para mineração na região, pela mineradora Herculano. Ao final da Audiência, um questionamento decisivo "Que mundo vocês querem para seus filhos: um mundo com natureza ou um mundo com dejetos de minérios?" Nesse vídeo a manifestação de ambientalistas e representante de Comunidades Quilombolas, justificando por que são contrários à mineração na região. No dia seguinte, 22/5/2019, as deputadas Andréia de Jesus (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT) visitaram as Comunidades Quilombolas de Queimadas. A deputada Andréia de Jesus junto com frei Gilvander visitou também o território onde a mineradora Herculano insiste em minerar. Um pouco da conversa com Valderes e Marlene, quilombolas das Comunidades Quilombolas de Queimadas egue aqui nesse vídeo 6.
Foto: Divulgação / MAM
*Filmagem: Alenice Baeta. Edição: Nádia Oliveira, colaboradora da CPT/MG.
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Em Serro, MG, cooperativa da Agricultura Familiar, SIM; Mineração, NÃO! Voz quilombola. Vídeo 4. 22/5/2019.
Dia 21/5/2019, aconteceu Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, em Serro, MG, para debater o processo de licenciamento ambiental para mineração na região, pela mineradora Herculano. Ao final da Audiência, um questionamento decisivo "Que mundo vocês querem para seus filhos: um mundo com natureza ou um mundo com dejetos de minérios?" Nesse vídeo a manifestação de ambientalistas e representante de Comunidades Quilombolas, justificando por que são contrários à mineração na região. No dia seguinte, 22/5/2019, as deputadas Andréia de Jesus (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT) visitaram as Comunidades Quilombolas de Queimadas, onde aconteceu também Roda de Conversa. Um pouco do falado nessa Roda de Conversa segue aqui nesse vídeo 4.
*Filmagem de frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Serro, MG, 21/5/2019.
Foto: Divulgação / Rede Virtual
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Capitalismo como religião opressora, por Leonardo Péricles, do MLB e da UP. 17/6/2019.
Dia 17/6/2019, foi realizado no Sindicato dos Jornalistas, em Belo Horizonte, MG, o Seminário "Denúncia do Capitalismo como Religião - Uma espiritualidade em tempos de domínio do dinheiro." Participaram: Pastor Ariovaldo, Coordenador da Frente dos Evangélicos pelo Estado de Direito e Leonardo Péricles, da UP e do MLB, com a condução de Juliana Paradela. Foi um debate muito rico e intenso! Uma troca de experiências necessária para a luta por um Brasil a serviço do seu povo! Salve Frente de Evangélicos, avante meus irmãos e irmãs!
*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Santa Bárbara, MG, 15/6/2019.
Leonardo Péricles, do MLB e da UP, falando sobre Capitalismo como religião opressora. Foto: frei Gilvander
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Trajetória da indigenista Geralda Chaves Soares (Gêra) na defesa dos Povos Indígenas em Minas Gerais. 01/3/ 2019.
Dia 01 de março de 2019, frei Gilvander Moreira entrevistou Geralda Soares, carinhosamente conhecida como Gêra. Ela narrou um pouco da sua trajetória com indigenista ao longo já de várias décadas. Disse, por exemplo, que quando iniciou o acompanhamento do Povo Indígena Maxakali, "eles eram uns 500, mas atualmente já são mais de 2 mil, porque adquiriram esperança de viver". Que beleza termos entre nós a Gêra, uma das principais referência na luta da causa indígena em Minas Gerais e no Brasil.
*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Belo Horizonte, MG, 01/3/2019.
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Jesus Cristo anuncia o "Reino dos Céus"; o capitalismo como religião, o império/violência. 17/ 6/2019.
Dia 17/6/2019, foi realizado no Sindicato dos Jornalistas, em Belo Horizonte, MG, o Seminário "Denúncia do Capitalismo como Religião - Uma espiritualidade em tempos de domínio do dinheiro." Participaram: Pastor Ariovaldo, Coordenador da Frente dos Evangélicos pelo Estado de Direito e Leonardo Péricles, da UP e do MLB, com a condução de Juliana Paradela. Foi um debate muito rico e intenso! Uma troca de experiências necessária para a luta por um Brasil a serviço do seu povo! Salve Frente de Evangélicos, avante meus irmãos e irmãs!
*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Santa Bárbara, MG, 15/6/2019.
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Homilia profética de Dom Walmor Oliveira em missa de Páscoa, Córrego do Feijão, Brumadinho, MG. Vídeo 1. 21/4/2019.
Dia 21/4/2019, domingo de Páscoa, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo da arquidiocese de Belo Horizonte e atual presidente da CNBB, presidiu missa de Páscoa na igreja do Córrego do Feijão, em Brumadinho, MG. Dom Walmor, ao lado de Dom Vicente, fez homilia profética. Está aqui nesse vídeo 1.
*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Brumadinho, MG, 21/4/2019.
Igreja católica no Córrego do Feijão, em Brumadinho, MG. Foto: Edesio Ferreira/EM/D.A.Press.
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Agroecologia, SIM; Mineração, NÃO em André do Mato Dentro, Santa Bárbara/MG. Vídeo 5. 15/6/2019.
VALE fazendo mais crimes na região de André do Mato Dentro, MG. A mineradora Vale, com autorização do TJMG, está cometendo mais um gravíssimo e hediondo crime socioambiental na região do distrito de André do Mato Dentro, no município de Santa Bárbara, MG, perto de Barão de Cocais. Ontem, dia 15/6/2019, junto com mais de 100 militantes de movimentos socioambientais visitamos a área, fizemos Roda de Conversa com a Comunidade local e fizemos Ato Público de protesto contra a VALE e contra o Estado cúmplice dos projetos de mineração devastadores que estão colocando em colapso as condições objetivas de vida. Vale está sacrificando mata atlântica, mata nativa e o Rio São João, que abastece a cidade de Barão de Cocais. A Vale está fazendo mais uma megacratera na região em cima do Rio São João para, segundo ela, receber parte da lama tóxica da barragem de Congo Soco, que está na "iminência" de romper. Mas há muitos indícios que demonstram que o verdadeiro interesse da Vale na área é já montar base para minerar a Serra do Gandarela, sem piedade. Isso não pode acontecer, pois será a facada de misericórdia no sinclinal da Serra da Moeda, um imenso aquífero. Gravamos também vídeos serão publicados em breve. Eis, abaixo, algumas fotos do Movimento Serras e Águas de Minas que denunciam mais essa violência socioambiental da Vale em conluio com o Estado. Abraço terno na luta por Direitos Fundamentais e Sociais. Frei Gilvander Moreira, da CPT.
*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Santa Bárbara, MG, 15/6/2019.
Canteiro de obras da Vale na região do povoado de André do Mato Dentro, Santa Bárbara, em Minas Gerais. Foto: Programa Polos de Cidadania/UFMG.
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A VALE mata Rio, mata Peixe e mata Gente em André do Mato Dentro, Santa Bárbara/MG também. Vídeo 4. 15/6/2019.
VALE fazendo mais crimes na região de André do Mato Dentro, MG. A mineradora Vale, com autorização do TJMG, está cometendo mais um gravíssimo e hediondo crime socioambiental na região do distrito de André do Mato Dentro, no município de Santa Bárbara, MG, perto de Barão de Cocais. Ontem, dia 15/6/2019, junto com mais de 100 militantes de movimentos socioambientais visitamos a área, fizemos Roda de Conversa com a Comunidade local e fizemos Ato Público de protesto contra a VALE e contra o Estado cúmplice dos projetos de mineração devastadores que estão colocando em colapso as condições objetivas de vida. Vale está sacrificando mata atlântica, mata nativa e o Rio São João, que abastece a cidade de Barão de Cocais. A Vale está fazendo mais uma megacratera na região em cima do Rio São João para, segundo ela, receber parte da lama tóxica da barragem de Congo Soco, que está na "iminência" de romper. Mas há muitos indícios que demonstram que o verdadeiro interesse da Vale na área é já montar base para minerar a Serra do Gandarela, sem piedade. Isso não pode acontecer, pois será a facada de misericórdia no sinclinal da Serra da Moeda, um imenso aquífero. Gravamos também vídeos serão publicados em breve. Eis, abaixo, algumas fotos do Movimento Serras e Águas de Minas que denunciam mais essa violência socioambiental da Vale em conluio com o Estado. Abraço terno na luta por Direitos Fundamentais e Sociais. Frei Gilvander Moreira, da CPT.
Máquinas trabalhando em área de mata perto do povoado de André do Mato Dentro (MG). Foto: Divulgação / Programa Polos de Cidadania/UFMG
*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Santa Bárbara, MG, 15/6/2019.
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"É muita tristeza uma mineração dentro do nosso lugar" (Dona Darcila). Audiência no Serro, MG. Vídeo 16. 21/5/2019.
"É muita tristeza uma mineração dentro do nosso lugar." Esta fala foi parte do triste testemunho e do clamor de Dona Darcila, atingida pela mineradora Anglo American, em Conceição do Mato Dentro, MG. Como Dona Darcila, várias pessoas, movimentos e instituições se manifestaram contrários à mineração em Serro, em Audiência Pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da ALMG, em Serro, MG, dia 21 de maio de 2019, que teve como pauta o processo de licenciamento da mineradora Herculano para desenvolver atividades de mineração na região.
Visita realizada após audiência, começou com uma roda de conversa com quilombolas da Comunidade Quilombola de Queimadas. Foto: Ricardo Barbosa/ALMG
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"Um mundo com natureza ou com dejetos de minérios?" Audiência no Serro, MG - Vídeo 15. 21/5/2019.
Audiência Pública foi realizada pela Comissão de Direitos Humanos da ALMG, em Serro, MG, dia 21/5/2019, para debater o processo de licenciamento ambiental para mineração na região, pela mineradora Herculano. Ao final da Audiência, um questionamento decisivo "Que mundo vocês querem para seus filhos: um mundo com natureza ou um mundo com dejetos de minérios?" Nesse vídeo a manifestação de ambientalistas e representante de Comunidades Quilombolas, justificando por que são contrários à mineração na região.
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*Filmagem de frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Serro, MG, 21/5/2019.
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"É nosso dever não aceitar mineradora aqui no nosso município." Audiência, no Serro, MG. Vídeo 14. 21/5/2019.
Audiência realizada pela Comissão de Direitos Humanos, da ALMG, em Serro/MG, dia 21 de maio de 2019, teve como pauta a luta contra a mineração pela empresa Herculano na região e foi marcada por posicionamento firme da maioria dos presentes, que se manifestaram totalmente contrários à atividade minerária em Serro e região. Nesse vídeo, a fala de representante da Associação Mato Grosso e Comunidades que ficam próximas à Comunidade Mato Grosso; da Isabela, que em nome dos jovens, fala da liberdade, do dia a dia tranquilo e do bem viver presente em Serro que, com a mineração, deixarão de existir; e do Sr. Epaminondas, que de forma categórica chama todos ao dever de não deixar mineradora instalar-se no município.
Ainda foram criticados no debate os impactos da atividade na região, como riscos à segurança hídrica e à agricultura familiar – Foto: Ricardo Barbosa/ALMG
*Filmagem de frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Serro, MG, 21/5/2019.
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"É nosso dever não aceitar mineradora aqui no nosso município." Audiência, no Serro, MG. Vídeo 14. 21/5/2019.
Audiência realizada pela Comissão de Direitos Humanos, da ALMG, em Serro/MG, dia 21 de maio de 2019, teve como pauta a luta contra a mineração pela empresa Herculano na região e foi marcada por posicionamento firme da maioria dos presentes, que se manifestaram totalmente contrários à atividade minerária em Serro e região. Nesse vídeo, a fala de representante da Associação Mato Grosso e Comunidades que ficam próximas à Comunidade Mato Grosso; da Isabela, que em nome dos jovens, fala da liberdade, do dia a dia tranquilo e do bem viver presente em Serro que, com a mineração, deixarão de existir; e do Sr. Epaminondas, que de forma categórica chama todos ao dever de não deixar mineradora instalar-se no município.
*Filmagem de frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Serro, MG, 21/5/2019.
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A VALE está sacrificando o Rio São João em André do Mato Dentro, Santa Bárbara, MG. Vídeo 3. 15/6/2019.
VALE fazendo mais crimes na região de André do Mato Dentro, MG. A mineradora Vale, com autorização do TJMG, está cometendo mais um gravíssimo e hediondo crime socioambiental na região do distrito de André do Mato Dentro, no município de Santa Bárbara, MG, perto de Barão de Cocais. Ontem, dia 15/6/2019, junto com mais de 100 militantes de movimentos socioambientais visitamos a área, fizemos Roda de Conversa com a Comunidade local e fizemos Ato Público de protesto contra a VALE e contra o Estado cúmplice dos projetos de mineração devastadores que estão colocando em colapso as condições objetivas de vida. Vale está sacrificando mata atlântica, mata nativa e o Rio São João, que abastece a cidade de Barão de Cocais. A Vale está fazendo mais uma megacratera na região em cima do Rio São João para, segundo ela, receber parte da lama tóxica da barragem de Congo Soco, que está na "iminência" de romper. Mas há muitos indícios que demonstram que o verdadeiro interesse da Vale na área é já montar base para minerar a Serra do Gandarela, sem piedade. Isso não pode acontecer, pois será a facada de misericórdia no sinclinal da Serra da Moeda, um imenso aquífero. Gravamos também vídeos serão publicados em breve. Eis, abaixo, algumas fotos do Movimento Serras e Águas de Minas que denunciam mais essa violência socioambiental da Vale em conluio com o Estado. Abraço terno na luta por Direitos Fundamentais e Sociais. Frei Gilvander Moreira, da CPT.
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*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Santa Bárbara, MG, 15/6/2019.
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VALE faz Zona de Sacrifício em André do Mato Dentro, Santa Bárbara, MG. Vídeo 2. 15/6/2019.
VALE fazendo mais crimes na região de André do Mato Dentro, MG. A mineradora Vale, com autorização do TJMG, está cometendo mais um gravíssimo e hediondo crime socioambiental na região do distrito de André do Mato Dentro, no município de Santa Bárbara, MG, perto de Barão de Cocais. Ontem, dia 15/6/2019, junto com mais de 100 militantes de movimentos socioambientais visitamos a área, fizemos Roda de Conversa com a Comunidade local e fizemos Ato Público de protesto contra a VALE e contra o Estado cúmplice dos projetos de mineração devastadores que estão colocando em colapso as condições objetivas de vida. Vale está sacrificando mata atlântica, mata nativa e o Rio São João, que abastece a cidade de Barão de Cocais. A Vale está fazendo mais uma megacratera na região em cima do Rio São João para, segundo ela, receber parte da lama tóxica da barragem de Congo Soco, que está na "iminência" de romper. Mas há muitos indícios que demonstram que o verdadeiro interesse da Vale na área é já montar base para minerar a Serra do Gandarela, sem piedade. Isso não pode acontecer, pois será a facada de misericórdia no sinclinal da Serra da Moeda, um imenso aquífero. Gravamos também vídeos serão publicados em breve. Eis, abaixo, algumas fotos do Movimento Serras e Águas de Minas que denunciam mais essa violência socioambiental da Vale em conluio com o Estado. Abraço terno na luta por Direitos Fundamentais e Sociais. Frei Gilvander Moreira, da CPT.
Na região de André do Mato Dentro, em Santa Bárbara, MG. Foto: Maurílio Nogueira.
*Filmagem e edição de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Santa Bárbara, MG, 15/6/2019.
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Na tarde do dia 17 de junho de 2019, com
83 anos, Dom Moacyr Grechi, partiu para a vida plena, terna e eterna. Nascido
dia 19 de janeiro de 1936, na cidade de Turvo, SC, Dom Moacyr Grechi se tornou membro
da Ordem dos Servos de Maria. Foi nomeado bispo pelo papa Paulo VI, em 1972, e
dirigiu a então Prelazia de Rio Branco, AC, até 1998, durante 26 anos, quando
foi promovido a arcebispo de Porto Velho, Rondônia. Trabalhando no Acre e em
Rondônia, ele se destacou pela atuação em defesa dos indígenas, dos seringueiros
e dos camponeses. Dom Moacyr denunciou a violência agrária e ambiental na
região amazônica e lutou pela punição dos assassinos de Chico Mendes, que
conheceu na militância das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base). Um dos
fundadores do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), da Comissão de Justiça e
Paz de Rondônia e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), durante oito anos, Dom
Moacyr Grechi foi presidente da CPT, cargo que ampliou sua projeção como um dos
principais nomes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dom
Moacyr denunciou Hildebrando Pascoal, condenado a mais de 100 anos de prisão,
porque se tornou “o assassino da motosserra”, ex-coronel da polícia militar do
Acre que se tornou deputado do PFL e mandava matar seringueiros e camponeses com
requintes de crueldade, serrando alguns com motosserra, inclusive.Como arcebispo da arquidiocese
de Porto Velho, Dom Moacyr foi o anfitrião do 12º Intereclesial das CEBs que
aconteceu em Porto Velho, de 21 a 25 de julho de 2009 e teve como Tema: CEBs:
Ecologia e Missão – Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia.
Eu que já era admirador de Dom Moacyr Grechi
desde 1985 quando comecei a ouvir sobre a atuação pastoral libertadora dele, tive
a grande alegria de participar ao lado de Dom Moacyr Grechi de um Seminário
Nacional das CEBs em Porto Velho, em 2008, e depois do 12º Intereclesial das
CEBs. Inesquecível ver e testemunhar como Dom Moacyr, após sofrer dois graves
acidentes de trânsito, se apoiando em uma muleta, era admirado e querido pelo
povo das CEBs. Todo mundo queria abraçá-lo. Tornou-se um refrão do 12º Intereclesial
das CEBs uma das afirmações que Dom Moacyr gostava de repetir: “Gente pequena, fazendo coisas pequenas, em
lugares não importantes, conseguem mudanças extraordinárias”.
De 12 a 17 de julho de 2015, Dom Moacyr
Grechi acolheu em Porto Velho, Rondônia, o IV Congresso Nacional da CPT. Sua
presença no meio dos 1000 camponeses animava o compromisso da CPT mesmo no
início de uma noite escura que se abatia sobre o povo brasileiro. Ao saudar
os/as camponeses, nesse IV Congresso da CPT, Dom Moacyr profeticamente alertava
a todos/as: “Não se afastem das raízes da
CPT e nem da mística do Evangelho de Jesus Cristo, nosso fundamento”.
Em 2008, Dom Moacyr Grechi concedeu
entrevista à jornalista
Zezé Weiss, autora do livro Vozes
da Floresta, Editora Xapuri. Transcreveremos, abaixo, parte do depoimento de
Dom Moacyr que está publicado no livro acima.
“Cheguei
ao Acre em 1971, para cuidar Prelazia do Acre e Purus, hoje Diocese de Rio
Branco, justo no momento em que começava a reação dos seringueiros e posseiros
para ficar nas suas terras. Sou natural de Santa Catarina, mas nessa época eu
era o superior da ordem religiosa dos Servos de Maria, com sede em São Paulo, e
era também o provincial responsável pelo Acre. Com a morte do bispo, o
Papa me indicou para ser o novo bispo da Prelazia. Sorte minha, porque foi o
povo do Acre que me ensinou a ser cristão, a ser bispo, a me comprometer com o
lado justo. Esse povo que eu hoje considero como a minha própria família.
O
Acre me quer muito e me honra com muitas homenagens. Tem um instituto do
governo com o meu nome, tem também um povoado, uma vila, um lugar do povo
chamado Vila Dom Moacyr, onde acontece uma história engraçada, porque na placa
do ônibus que vai para essa vila está escrito só Dom Moacyr. Então o povo fica
falando: cadê Dom Moacyr? Dom Moacyr já vem? Dom Moacyr já passou? E hoje deve
estar diferente, mas no começo muita gente ficava em dúvida se era o bispo ou o
ônibus que estava demorando, que estava vindo, ou que estava voltando. Essa é
apenas uma das muitas histórias da minha amizade e da minha aprendizagem com o
povo do Acre.
Lembro-me
da vez em que um grupo de mães foi me pedir para visitar um seringal perto de
Rio Branco, o Ipiranga, onde o dono estava sendo denunciado por cometer atos de
violência contra os seus filhos e os seus maridos. As mães, os parentes, vieram
três vezes à minha casa pedir socorro, e eu nunca ia. Até que, na terceira
visita deles, um dos homens mais velhos, um senhor de mais de 80 anos, olhou
bem pra mim e disse: Dom Moacyr, o senhor é o bispo, o senhor é a autoridade,
senhor é quem sabe, mas eu sou mais velho, e se eu fosse o senhor eu já tinha
ido lá conferir se o que estamos falando é verdade ou não. Eu pra não ficar de
frouxo fui, e essa visita mudou muito a minha vida.
Em
Rio Branco, tomei como missão organizar as Comunidades Eclesiais de Base por
toda a Prelazia. As CEBs eram células de evangelização, de oração e de
fraternidade, mas eram também onde se formava a consciência para a organização
sindical e, um pouco mais tarde, para a formação do Partido dos Trabalhadores.
Foram as CEBs que prepararam as bases do movimento social para a construção dos
sindicatos e do Partido. Com o tempo, em todo lugar da Prelazia havia uma CEB.
Em Assis Brasil, as CEBs eram tão fortes que esse acabou sendo o único lugar
onde o Lula nunca perdeu uma eleição. Nos tempos difíceis ele perdia no Brasil
todo, mas em Assis Brasil o Lula sempre ganhou.
Com
tudo isso a Igreja Católica acabou sendo uma espécie de útero materno para a
gestação de um sindicalismo independente e lutador, cujos líderes depois
formaram o PT. Alguns me diziam: “Mas Dom Moacyr, não pode, o senhor tem que
ser um bispo de todos, o senhor não pode ser um bispo do PT.” Em resposta, eu
sempre dizia e digo que apenas prestava meu apoio às pessoas generosas
que exerciam sua fé cristã lutando por paz e por justiça social. Eu entendia
aquele povo pobre que fazia o PT para conquistar mais direitos, porque eles já
tinham percebido que o sindicato só vai até certo ponto. E deu certo, porque
até hoje o Acre tem um dos PTs mais bonitos do Brasil, um PT que conseguiu
mudar o rosto do Acre, que foi capaz de chegar ao poder sem se afastar do povo
e das lutas populares.
Assim
que, quando chegou o João Maia para fundar os Sindicatos, o pessoal já estava
preparado. Nesse tempo as reuniões do sindicato eram feitas sempre em ambiente
de igreja, a polícia era corrupta até o osso, os políticos uns incapazes, e o
Exército um bando de gente com medo do comunismo e da subversão, a maioria
deles sem saber o que era isso, mas com medo. Era um tempo em que a violência
contava com a total conivência das autoridades, em que a polícia era corrupta e
vendida, e em que o Exército vivia apavorado. O João Maia é uma pessoa que não
pode nunca ser esquecida, porque ele foi um homem corajoso que teve o valor de
organizar os seringueiros dentro dessa conjuntura totalmente desfavorável.
O
João Maia era um Delegado da CONTAG que veio ao Acre para fundar os sindicatos.
Ele era um ex-seminarista alegre e brincalhão que gostava de falar em Latim
comigo. Ele tinha uma marca, que era o diálogo com todos, e ele sempre me
dizia: Dom Moacyr, aprende isso – o diálogo é a chave da sobrevivência nessa
terra. Ele lutava por um sindicalismo independente, mas nem por isso deixava de
conversar com o governador, com a polícia, com o Exército. Ele formou
excelentes lideranças, fundou muitos sindicatos, era destemido e ousado.
Foi dele a ideia criativa de prender os jagunços durante o Mutirão que os
sindicatos fizeram em Boca do Acre. Junto com o João Maia estava sempre o Pedro
Marques, advogado muito bom de luta, muito didático, que tinha um jeito muito
especial de ensinar o Estado da Terra e o Código Civil para os seringueiros.
Eu
me lembro do dia em que o João Maia me pediu para emprestar um salão da Igreja
para fazer a assembleia de fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Rio Branco. Como eu sabia que vinham muitos, como de fato chegaram mais de 1000
seringueiros e posseiros, eu acabei cedendo a própria Catedral. Do lado de
dentro estavam os trabalhadores, e do lado de fora estava o Exército armado com
escudos e metralhadoras, cercando os trabalhadores como se estivessem cercando
bandidos. Como se os seringueiros não estivessem apenas lutando com compromisso
e com fé para mudar um pouco o rumo das coisas que afetavam suas vidas. Era um
tempo muito duro, com o Exército em cima, sempre tentando intimidar.
Teve
uma reunião na minha casa, da CPT com o CIMI, que o Exército tentou gravar. Uma
freira muito esperta viu um gravador pequeninho na janela, e esse gravador era
do Exército. Como eu era Presidente Nacional da CPT – passei oito anos da
ditadura militar como presidente da CPT — o Mino Carta deu uma nota no jornal
“A República” registrando o incidente.
Anos
depois as denúncias de que eu vivia marcado para morrer se confirmaram. Muito
doente, o Tufik Assmar, dono da Rede Globo no Acre, por uma necessidade de
consciência mandou me chamar e disse: “Dom Moacyr, o senhor é meu amigo, e eu
não posso morrer sem que o senhor saiba que teve um momento em que um militar
me visitou para informar que estavam se preparando para matar o senhor, e eu
disse a ele que não, que nem pensar, que se matassem o senhor eu botava a boca
no mundo, eu contava para o Brasil inteiro.” E imagina que a Globo começou lá
na minha casa, uma emissora muito pobre. Vinha a Copa com todo
mundo querendo ver os jogos e o Assmar, que era um grande proprietário de
terras, mas que estava começando no campo da comunicação, me pediu para
instalar os seus equipamentos de baixa qualidade no quarto da minha casa, que
era o ponto mais alto da cidade.
Esse
foi um tempo em que cristãos e não cristãos – no Centro de Defesa dos Direitos
Humanos tinha até um ateu confesso, e tinha o Abrahim Farhat, o nosso Llé, de
origem libanesa, e em Xapuri tinha o Bacurau, um hanseniano que não tinha mão
nem pé, totalmente dedicado, enfim, pessoas que se juntaram aos seringueiros e
posseiros para lutar pela manutenção da terra. Foi o povo da igreja, o Nilson
Mourão, um meninão que depois se tornou muito importante porque fazia a ligação
da fé com o aspecto político, o Padre Paulino e o Padre Pacífico, junto com os
comunistas e com um advogado do INCRA chamado Juraci que fizeram o Catecismo da
Terra, um folheto barato e simples, com apenas cinco perguntas e cinco
respostas, mas que foi o primeiro instrumento de resistência dentro da
floresta. Quem não sabia ler pregava na parede da casa e quando chegava um
capataz dizendo – o senhor tem que sair, porque essa terra agora tem outro
dono, a resposta sempre era: não senhor, eu não saio, o senhor veja aí o que
meu direito está escrito no Catecismo da Terra.
Quando
conheci o Chico Mendes, ele era um participante das CEBS, mas sem grande fervor
religioso. Algumas vezes ele acompanhava a mim e às irmãs nas visitas
pastorais, outras vezes ele até rezava o terço conosco nas comunidades, mas o
que ele queria mesmo era falar de política e de organização. Desde a primeira
vez que o vi já estava claro que ele tinha uma certa formação. Depois ele mesmo
me contou como foi alfabetizado e iniciado na política por uma certa pessoa que
viveu na região. Mas como sindicalista era praticamente um desconhecido até ser
eleito secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasileia, durante a
assembleia de fundação, em 1973, e ele só se tornou a principal liderança do
movimento depois do assassinato do Wilson Pinheiro em 1980.
O
Chico Mendes começou na luta como todo seringueiro, brigando pela posse, para
permanecer na terra, para ficar na floresta. Foram um pouco as
circunstâncias que fizeram dele essa liderança tão excepcional. Além do preparo
ideológico, ele tinha aquele jeito natural de falar e de se entender com todo
mundo. Em Xapuri nessa época tinham três padres, o padre José, o padre Otávio e
o padre Cláudio. O padre José sempre foi contra ele, mas os padres Otávio e
Cláudio eram seus amigos, sempre o favoreceram. Mesmo assim, ele falava igual
com os três, ele fazia questão de dialogar também com o padre José que não se
engraçava com ele. Mas o Chico Mendes foi fruto também de um momento de
sensibilidade ambiental pela qual o mundo estava passando.
No
começo nem o Chico Mendes, nem ninguém falava de defesa da floresta como um
todo. Nessa evolução para o aspecto ecológico, para levar o pensamento dos
seringueiros para as pessoas de fora da floresta, o Chico Mendes contou com um
apoio muito importante da Mary Allegretti. Eu nem sempre concordei com ela, mas
para ser justo eu tenho que reconhecer que a Mary contribuiu muito para que o
Chico Mendes se transformasse nesse símbolo de luta pacífica em defesa da
Amazônia conhecido no mundo todo. Imediatamente depois da morte dele, eu fui
convidado para a Europa e na Itália eu quase não dava conta de tanta gente
querendo saber mais sobre a luta dele.
Em
Paris, participei de uma grande conferência pela paz, onde o Chico Mendes foi
colocado junto com Desmond Tutu, Gandhi e Martin Luther King como um dos quatro
grandes defensores da paz no mundo. E pensar que o Chico Mendes tantas vezes
foi me ver, foi na minha casa dizer que estava para morrer, que se sentia muito
ameaçado, que tinha certeza que não ia viver… E eu brincava com ele, dizia: “morre
nada, Chico, esses cabras não têm coragem de te pegar.” Mas ele começou a fuçar
fundo, e acabou encontrando provas contra as pessoas que ameaçavam ele.
Um
dia o Chico Mendes chegou lá em casa com uma carta precatória de prisão
preventiva contra o Darli Alves, o mesmo que depois assumiu como mandante do
assassinato dele. “Dom Moacyr, pra quem é que a gente entrega isso?” Eu fui com
ele entregar a tal carta precatória para a Polícia Federal que, em vez de agir
rápido, acabou demorando até que a coisa transpirou, chegou nos ouvidos do
Darli, e pouco tempo depois o Chico foi assassinado.
Hoje
sou o Arcebispo da Diocese de Porto Velho, que tem 84.000 km2. Aqui também os
povos das lutas têm muito carinho por mim, mas a organização popular ainda não cresceu
tanto quanto cresceu no Acre. Aqui houve uma colonização heterogênea e só
agora, dez anos depois da minha chegada, vejo as primeiras lideranças nascidas
no Estado. Aqui temos pela frente uma dura caminhada, porque agora vêm as
usinas hidrelétricas, e a Amazônia continua sendo tratada como colônia pelo
resto do Brasil, que é menor do que a Amazônia. O resto do Brasil está
acostumado a tirar tudo da Amazônia, e a não deixar nada.
Com
as usinas do Madeira, está acontecendo o mesmo de sempre. Vão ser feitos 4.000
km de rede para levar toda a energia das usinas direto para o sul do Brasil,
enquanto que nós aqui vamos continuar usando energia a óleo diesel para levar a
luz até o Acre. Essa nova geração vai ter que lutar muito para que a energia
vinda da Amazônia ilumine pelo menos um pequeno pedaço da floresta. Só assim a
energia tirada da água dos nossos grandes rios poderá evitar o triste destino
da madeira, do boi e da soja, cuja exploração sempre destrói e sempre maltrata
a Amazônia”.
Enfim, pelas faíscas de espiritualidade
profética apresentadas acima, intuímos que a atuação de Dom Moacyr Grechi ao
logo de toda sua vida o caracteriza de fato como um homem imprescindível, como se
referia o revolucionário Bertolt Brecht a quem perseverava na luta a vida toda.
Belo Horizonte, MG, 18/6/2019.
Obs.: Abaixo, vídeo
que versa sobre o assunto apresentado, acima.
Tributo
a Dom Moacyr Grechi, homem imprescindível nas CEBs, CIMI, CPT ... 18/6/2019
[1]
Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG;
licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Ciências Bíblicas;
assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais
Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br - www.freigilvander.blogspot.com.br–www.twitter.com/gilvanderluis–Facebook: Gilvander Moreira III