JUSTIÇA PARA MARIA CRISEIDE DA SILVA E WELLINGTON MARCELINO ROMANA, defensores de Direitos Humanos injustamente condenados e vítimas de tortura e ela, de estupros na prisão
A trajetória e a jornada de horrores
enfrentada por Maria Criseide da Silva e Wellington
Marcelino Romana por conta da sua combatividade e coerência em
histórica defesa dos Direitos Humanos fundamentais à terra e à moradia adequada
estão imbricadas: são companheiros inseparáveis de vida e de luta. Começaram a
militância muito jovens no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, um dos maiores
redutos do agronegócio do país.
Maria Criseide da Silva tem origem
cigana. Começou sua militância em 2001 no Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), na Ocupação Emiliano Zapata (hoje, Assentamento Florestan
Fernandes), em Uberlândia/MG. Aí conheceu e se casou com o companheiro Wellington
Marcelino Romana, em 2005. Ele assumiu e ajudou-a a criar seus três
filhos.
Wellington Marcelino Romana, conhecido
como Marron, iniciou sua militância ainda adolescente, em
Uberaba/MG, nas comunidades pobres, nos movimentos de favelas, no hip hop e nas
rodas de samba. Participou do movimento negro a partir da escola de samba
e dos centros de culto de matriz africana da comunidade. Integrou o MST
na ocupação da Fazenda Saudade, em Santa Rosa/Uberaba. Esta foi brutalmente
despejada pelo então governador Aécio Neves (PSDB/MG). Os trabalhadores sem-terra
despejados foram para Uberlândia. Lá se estabeleceram na Ocupação Emiliano Zapata.
De 2005 em diante, Wellington e
Maria Criseide continuaram juntos na luta permanente por terra,
moradia e pelos Direitos Humanos. Em 2011 participaram da criação do Movimento
dos Sem Teto do Brasil (MSTB). Juntamente com 2.350 famílias fundaram o Acampamento
Glória/Élisson Pietro, em Uberlândia, o maior da América do Sul. Enfrentaram
fazendeiros, multinacionais e grandes construtoras – o latifúndio e a
especulação imobiliária.
Em 2014, Maria Criseide e
Wellington foram condenados a 15 anos de prisão por um homicídio que
não cometeram. Sofreram inquérito e processo sumários e fraudulentos, eivados
dos mais escabrosos erros, irregularidades e falsidades - processo farsesco
levado a cabo pela justiça burguesa sempre a serviço da propriedade e do
capital. Wellington e Maria Criseide já estavam a tempos
jurados de morte pelos latifundiários e empreiteiros da região. Não
tiveram ainda o direito de se defender no processo. Mesmo sendo inocentes,
foram condenados sem direito ao contraditório e ao devido processo legal.
No dia 13/03/2020, depois de seis anos
de clandestinidade, foram presos em Goiás. Um ano e quatro meses depois
foram transferidos para Uberlândia: Maria Criseide para a
Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga e Wellington para
o Presídio Professor Jacy de Assis. Permaneceram lá por dois anos e quatro
meses. Foram torturados física e psicologicamente. Maria Criseide foi
colocada em cativeiro clandestino dentro do sistema prisional - juntamente com
Camila, sua colega de cela. Ficaram quase dois anos sem banho de sol e sem
alimentação minimamente adequada. Passaram 15 dias sem tomar banho, sem
eletricidade e sem a luz do sol. Foram espancadas e estupradas pelo policial
penal Wendel de Souza, chefe dos agentes penitenciários.
Maria Criseide e Wellington sofreram nos
seus corpos o cotidiano das masmorras deste país: superlotação, torturas,
assassinatos por espancamentos ou negligência, tratamentos cruéis e
degradantes. Estão agora em liberdade graças a um alvará de soltura enquanto
aguardam a revisão criminal de seu processo. São inocentes: foram condenados porque não negociam princípios, não
abrem mão da luta pelos Direitos Humanos, por uma sociedade justa e
igualitária. Reafirmam sempre a convicção de que nem o Estado nem ninguém
tirarão deles sua dignidade e sua história de vida e de luta.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais
(TJMG) já marcou e adiou quatro vezes o julgamento desta revisão criminal, o
que prolonga a tortura psicológica dos companheiros os colocando em situação
permanente de extrema ansiedade. Finalmente, está agora marcado o julgamento
para o dia 17/06/2024, às 13h, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Exigimos
justiça para Maria Criseide e Wellington: que sua inocência seja confirmada
juridicamente.
Solicitamos a todes que enviem e-mails
exigindo justiça para Maria Criseide e Wellington aos desembargadores do TJMG
que farão o julgamento da revisão criminal. Seguem os endereços e uma proposta
de texto.
· Proposta de texto:
Prezado Dr. xxx, boa tarde!
Nós, da .................................................................................,
estamos acompanhando com atenção o julgamento da Revisão criminal nº
2940611-30.2022.8.13.0000 do processo de MARIA CRISEIDE DA SILVA e WELLINGTON
MARCELINO ROMANA.
Somos inteiramente solidários com Maria
Criseide e Wellington. Temos certeza que a justiça se fará presente do lado
deles.
Ass.:........................................................
· E-mails dos desembargadores:
2º Cartório de feitos especiais: segundocafes@tjmg.jus.br
Desembargador relator - Doorgal Borges
de Andrada: gab.doorgalandrada@tjmg.jus.br
Desembargador revisor - Julio Cesar
Lorens: gab.jclorens@tjmg.jus.br
Desembargador vogal - Correa
Camargo: gab.correacamargo@tjmg.jus.br
Pedimos que copiem o escritório do
advogado de defesa no e-mail: gregadvogados@gmail.com
Belo Horizonte, 11 de junho de 2024
Obs.: As videorreportagens no link, abaixo, versam sobre o
assunto tratado, acima.
1 - “Sou inocente!”
Defensor de Direitos Humanos, Wellington Marcelino é inocente. Revisão
Criminal, Já
2 - Homenagem a Maria
Criseide e Wellington Marcelino. TJMG, são inocentes! Tortura/estupro, NUNCA
MAIS!
3 - Maria Criseide,
defensora DH, inocente, presa, estuprada várias vezes por Policial Penal na prisão
4 - Maria Criseide e
Wellington, INOCENTES, mas pena 15 anos de prisão, presos a 4 anos,
tortura/estupro
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