domingo, 27 de setembro de 2015
sábado, 26 de setembro de 2015
A prisão de Joubert Fernando é ilegal, injusta e perseguição a quem luta contra injustiças.
A
prisão de Joubert Fernando é ilegal, injusta e perseguição a quem luta contra
injustiças.
Por frei Gilvander
Moreira, da CPT.
Ontem, dia
25/09/2015, ficamos indignados ao saber da prisão do companheiro lutador
Joubert Fernando, trabalhador da CEMIG, sindicalista do SINDIELETRO, militante
do Movimento Luta de Classes e do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e
Favelas). Joubert está preso no Ceresp
de Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, MG. Joubert foi preso
como bode expiatório. Segundo o advogado Thales Viote Augusto é uma clara
criminalização das ocupações urbanas. Um pátio de carros da prefeitura de Nova
Lima, que fica ao lado de uma das ocupações urbanas, pegou fogo e querem
incriminar alguém, preferencialmente que seja das ocupações. O caso tem um pano
de fundo parecido com o que o juiz Sérgio Moro tem feito. Joubert foi preso
para “confessar” ou entregar quem provocou o referido incêndio. Os advogados do
Sindieletro estão atuando em prol de Joubert. “A prisão dele é arbitrária, pois
do ponto de vista legal ele já poderia ter sido liberado”, afirma o advogado
Thales Viote.
Em 2004, ano da Campanha
da Fraternidade sobre Água, fonte de vida, ao criarmos o Movimento Capão Xavier
Vivo, que lutou em defesa dos 4 mananciais de Capação Xavier – 10% do
abastecimento público de Belo Horizonte -, contra a abertura da mina Capão
Xavier, da Mineradora Vale, sofremos ameaças de morte e vimos de perto o
coronelismo ainda reinante em Nova Lima. Apenas o vereador Octávio de Freitas
teve a coragem de abraçar a luta contra a Mineração em Capão Xavier. Todos os
outros vereadores de Nova Lima, prefeito e etc vociferavam na defesa das
mineradoras MBR e Vale. Só a mineradora Vale se diz proprietária de 70% do
território de Nova Lima, uma injustiça que brada aos céus. As Mineradoras Anglo
Gold e outras vêm usando e abusando do território de Nova Lima e impondo seu poderio.
Em Nova Lima, milhares de trabalhadores são vítimas da silicose, causada pelas
mineradoras. Joubert, Anderson, o MLB, o Sindieletro, o povo das Ocupações
urbanas e outras forças vivas estão questionando um monte de injustiças que
continuam ocorrendo em Nova Lima. Por isso Joubert foi preso pela segunda vez
dentro de dois meses. Joubert Fernando,
preso político!
Em inúmeras lutas
coletivas do Sindieletro, do MLB, das Ocupações urbanas e do Campo, do MST, do
Movimento Quem Luta Educa e etc sempre Joubert estava presente. Eu conheço
Joubert e sou testemunho da idoneidade, da ética e do caráter humanista dele.
Joubert, um grande lutador, companheiro nosso de tantas lutas.
Essa noite dormi mal,
indignado com a prisão injusta de Joubert, mais um companheiro de luta preso
arbitrariamente. Bem dizia Jesus de Nazaré: “Feliz quem tem fome e sede de
justiça, porque será saciado” (Mt 5,6). Joubert tem fome e sede de justiça. “Felizes
os que sofrem perseguição por estarem lutando por justiça, pois o reino de Deus
é deles. Felizes vocês quando injuriarem e perseguirem vocês, e, mentindo,
difamarem vocês por minha causa” – a causa de Jesus Cristo e dos injustiçados
que lutam de cabeça erguida. (Mt 5,10-11).
Joubert, estamos com
você. Mexeu com você, mexeu conosco e com muita gente de luta. Conquistaremos
sua libertação e você será mais forte e aguerrido na luta ao lado dos
injustiçados.
Exigimos a libertação
de Joubert Fernando e o fim da criminalização dos movimentos sociais e de seus
militantes. Conclamamos todas as entidades de defesa dos Direitos Humanos,
Defensoria e Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público a intervirem
na defesa de Joubert e nesta luta contra a criminalização dos pobres e seus
defensores.
Veja no link, abaixo,
Nota Pública do Movimento Luta de Classes.
Assina, frei Gilvander Moreira, da CPT.
Belo Horizonte, MG, 26/09/2015.
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
Prefeitura de BH criminaliza as Ocupações urbanas.
Prefeitura
de BH criminaliza as Ocupações urbanas.
Por frei Gilvander
Moreira.
A Prefeitura de Belo
Horizonte (PBH) mais destrói casas do que constrói e tenta jogar pobre contra
pobre para justificar sua insensibilidade e omissão com milhares de famílias
que estão debaixo da pesadíssima cruz do aluguel.
Hoje, dia 25/09/2015,
a PBH realizou mais uma reunião do Conselho Municipal de Habitação com o
objetivo de criminalizar as 8 mil famílias das Ocupações da Izidora (Ocupações
Rosa Leão, Esperança e Vitória) alegando que “as invasões estão impedindo a
construção de moradias em BH”. Mentira.
Com relação à
reportagem que saiu na TV Globo, MGTV, hoje, dia 25/09/2015, ao meio dia,
devemos esclarecer o que segue para restabelecer a verdade:
1.
A
PBH alega que a fila cresceu e que há hoje 17 mil famílias na Fila da moradia.
Há 7 anos exigimos a publicação dessa fila, mas essa fila, a
da habitação, é fila mentirosa, pois, se é que existe, não anda e cuja lista de
nomes nunca é apresentada. A PBH usa essa hipotética fila como desculpa para
perseguir as ocupações urbanas, o que é injustiça covarde.
2.
Cerca
de 25 mil famílias em Belo Horizonte tiveram que ir para ocupações nos últimos
anos, porque a “fila, se é que existe, não anda”. Pior, a PBH exclui as
ocupações do Conselho Municipal de Habitação. Essa é outra injustiça
inadmissível. Por que aceitar no Conselho quase só quem está “resignado”
esperando na fila? Por que não aceitar quem está lutando coletivamente por um
direito humano fundamental, o de morar com dignidade?
3.
Ter
um coronel aposentado como presidente da URBEL, coordenando a política
habitacional, é eloquente, pois revela a postura da PBH: não trata o gravíssimo
problema da habitação como caso de Política, mas como caso de polícia.
4.
Cumpre
recordar que as Ocupações da Izidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória) e todas
as outras ocupações coletivas não são invasões, são ocupações, algo legítimo,
justo e inclusive já referendado por decisão do STF. Além disso, as Ocupações
cumprem a função social de uma propriedade, que estava abandonada, função
social esta, que é um princípio importantíssimo assegurado na Constituição
brasileira. Insistir em falar de ocupações chamando-as de invasões é injustiça,
é criminalização.
5.
A
PBH não tem contrato assinado para construir 13 mil apertamentos pelo Programa
Minha Casa Minha Vida. Isso é mentira. Tem apenas um Contrato com a Caixa
Econômica Federal, mas que está suspenso, contrato para construir 8.896 “apertamentos”,
em prédios, 90% de 7 a 8 andares, segundo o engenheiro da construtora
Direcional. O que se diz a mais é apenas promessa enganosa, pode ser que se
torne realidade daqui a uns 5 ou 10 anos.
6.
Por
que a PBH não revela o tamanho do lucro que a construtora Direcional terá ao
comprar por 63 milhões de reais 50 hectares de terra da Granja Werneck, terras
com sérios indícios de grilagem, e ter um lucro de mais de 400 milhões de
reais, podendo inclusive terceirizar toda a construção? E mais: deixando
milhares de famílias em “apertamentos” muito pequenos, sem elevadores, sem ser
moradia digna.
Enfim, esclarecemos
isso por respeito à dignidade humana que é pisada por interesses escusos não
confessados e também porque “a verdade liberta”, gostava de dizer Jesus de
Nazaré.
Veja no link, abaixo,
Reportagem da TV Globo no MGTV de 25/09/2015:
Prefeitura de BH criminaliza as Ocupações urbanas, segundo frei Gilvander Moreira
Prefeitura
de BH criminaliza as Ocupações urbanas.
Por frei Gilvander
Moreira.
A Prefeitura de Belo
Horizonte (PBH) mais destrói casas do que constrói e tenta jogar pobre contra
pobre para justificar sua insensibilidade e omissão com milhares de famílias
que estão debaixo da pesadíssima cruz do aluguel.
Hoje, dia 25/09/2015,
a PBH realizou mais uma reunião do Conselho Municipal de Habitação com o
objetivo de criminalizar as 8 mil famílias das Ocupações da Izidora (Ocupações
Rosa Leão, Esperança e Vitória) alegando que “as invasões estão impedindo a
construção de moradias em BH”. Mentira.
Com relação à
reportagem que saiu na TV Globo, MGTV, hoje, dia 25/09/2015, ao meio dia,
devemos esclarecer o que segue para restabelecer a verdade:
1.
A
PBH alega que a fila cresceu e que há hoje 17 mil famílias na Fila da moradia.
Há 7 anos exigimos a publicação dessa fila, mas essa fila, a
da habitação, é fila mentirosa, pois, se é que existe, não anda e cuja lista de
nomes nunca é apresentada. A PBH usa essa hipotética fila como desculpa para
perseguir as ocupações urbanas, o que é injustiça covarde.
2.
Cerca
de 25 mil famílias em Belo Horizonte tiveram que ir para ocupações nos últimos
anos, porque a “fila, se é que existe, não anda”. Pior, a PBH exclui as
ocupações do Conselho Municipal de Habitação. Essa é outra injustiça
inadmissível. Por que aceitar no Conselho quase só quem está “resignado”
esperando na fila? Por que não aceitar quem está lutando coletivamente por um
direito humano fundamental, o de morar com dignidade?
3.
Ter
um coronel aposentado como presidente da URBEL, coordenando a política
habitacional, é eloquente, pois revela a postura da PBH: não trata o gravíssimo
problema da habitação como caso de Política, mas como caso de polícia.
4.
Cumpre
recordar que as Ocupações da Izidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória) e todas
as outras ocupações coletivas não são invasões, são ocupações, algo legítimo,
justo e inclusive já referendado por decisão do STF. Além disso, as Ocupações
cumprem a função social de uma propriedade, que estava abandonada, função
social esta, que é um princípio importantíssimo assegurado na Constituição
brasileira. Insistir em falar de ocupações chamando-as de invasões é injustiça,
é criminalização.
5.
A
PBH não tem contrato assinado para construir 13 mil apertamentos pelo Programa
Minha Casa Minha Vida. Isso é mentira. Tem apenas um Contrato com a Caixa
Econômica Federal, mas que está suspenso, contrato para construir 8.896 “apertamentos”,
em prédios, 90% de 7 a 8 andares, segundo o engenheiro da construtora
Direcional. O que se diz a mais é apenas promessa enganosa, pode ser que se
torne realidade daqui a uns 5 ou 10 anos.
6.
Por
que a PBH não revela o tamanho do lucro que a construtora Direcional terá ao
comprar por 63 milhões de reais 50 hectares de terra da Granja Werneck, terras
com sérios indícios de grilagem, e ter um lucro de mais de 400 milhões de
reais, podendo inclusive terceirizar toda a construção? E mais: deixando
milhares de famílias em “apertamentos” muito pequenos, sem elevadores, sem ser
moradia digna.
Enfim, esclarecemos
isso por respeito à dignidade humana que é pisada por interesses escusos não
confessados e também porque “a verdade liberta”, gostava de dizer Jesus de
Nazaré.
Veja no link, abaixo,
Reportagem da TV Globo no MGTV de 25/09/2015:
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Prefeitura de Belo Horizonte insiste em mentir e em cometer injustiças sobre Política habitacional. Nota pública.
Prefeitura
de Belo Horizonte insiste em mentir e em cometer injustiças sobre Política
habitacional. Nota pública.
“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz
violentas as margens que o comprimem.” (Bertolt Brecht)
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo
Horizonte (URBEL) insistem em mentir e
em continuar cometendo injustiça sobre a Política habitacional, por vários
motivos.
A PBH, nos últimos 7 anos, mais
demoliu/destruiu casas do que construiu. Mais de 14 mil casas foram demolidas
pela PBH nos últimos 10 anos para construir “casas” para automóveis, ou seja,
para ampliar avenidas e construir viadutos - que podem cair, inclusive!. Assim,
se cuida melhor da dignidade dos automóveis do que da dignidade humana. Injusto.
O déficit habitacional em BH estima-se que
esteja acima de 150 mil moradias. Pesquisa da Fundação João Pinheiro, com dados
de 2010, diz que, naquele ano, o déficit era de 78 mil moradias. Nos últimos 5
anos esse número aumentou muito.
O povo cansou de esperar em uma fila
mentirosa, a fila da habitação, fila que - se é que existe - não anda e cuja
lista de nomes nunca é apresentada. Não suportando mais a pesadíssima cruz do
aluguel ou a humilhação que é sobreviver de favor, para diminuir o estrago que
a PBH vem fazendo na área habitacional, o povo resolveu ir para Ocupações
urbanas, onde, nos últimos 8 anos, já construíram mais de 12 mil casas dignas.
As Ocupações da Izidora (Rosa Leão, Esperança
e Vitória), com cerca de 8 mil famílias, são Ocupações legítimas, justas e em
franco processo de consolidação. Ocuparam terrenos abandonados que não cumpriam
sua função social e já construíram mais de 5 mil casas por meio de
autoconstrução. Em média, 10 mil reais por cada casa, e os moradores estão
devendo cerca de 50% desse valor, pois muitos deles tiveram que pegar
empréstimo para construir. Dia 17/09/2015, o Superior Tribunal de Justiça (STJ),
em julgamento de mérito de um Mandado de Segurança, manteve a decisão do
Ministro Og Fernandes, que proíbe despejos das Ocupações da Izidora. Além dessa
decisão favorável ao povo, há 31 ilegalidades nos processos de reintegração de
posse da Izidora e na Operação Urbana Simplificada do Isidoro (o nome correto é
Izidora, mulher negra quilombola que lavava roupa no ribeirão que passou a ter
seu nome), conforme estudo apresentado pelo Grupo de Pesquisa Indisciplinar, da
UFMG. O contrato com a Caixa Econômica Federal (CEF), para construir 8.896
apartamentos de 43 m² ,
em prédios de 8 andares, sem elevadores, pelo Programa Minha Casa Minha Vida
(MCMV), está suspenso por várias
pendências, entre elas: a) a PBH mentiu para a CEF dizendo que tinha na área
ocupada apenas cerca de 60 a
160 famílias em 27/12/2013, quando o contrato foi assinado. E a realidade é que
desde julho de 2013 já existiam aproximadamente 8 mil famílias ocupando as áreas;
b) pesquisa cartorial feita pelo padre Piggi na cadeia dominial da matrícula
1202 (documento da Granja Werneck S/A que consta do contrato da CEF), comprova
que a documentação da Granja Werneck é falsa, forjada ilegalmente em cartórios,
sem cadeia dominial e com título Torrens falso. Logo, se trata de terras
griladas, terras devolutas que devem ser resgatadas e devolvidas ao Governo de
MG.
A PBH/URBEL tem sido irresponsável no trato
da gravíssima questão habitacional de BH, pois alimenta a especulação
imobiliária, não dialoga com o povo das Ocupações urbanas e nem com os
movimentos sociais que as acompanham. Prova disso é que as Ocupações urbanas,
com cerca de 25 mil famílias em Belo Horizonte, estão excluídas do Conselho
Municipal de Habitação.
PBH/URBEL não priorizou construir moradias
dignas para a população e agora, ardilosamente, quer colocar povo contra povo,
ao tentar jogar a culpa pela falta de moradia popular nas Ocupações. As Ocupações
são solução, e não problema.
As Ocupações da Izidora sempre estiveram
abertas à negociação, desde que seja justa e ética. Não aceitamos despejos: nem
vermelho e nem branco/humanizado. As Ocupações da Izidora já apresentaram mais
de 10 propostas na Mesa de Negociação coordenada pelo Governo de MG. Há como
compatibilizar o MCMV na Izidora com a continuidade de parte das Ocupações, mas
para isso exigimos garantias em 7 pontos, tais como: A) Cadastro prévio e
idôneo, com acompanhamento do Ministério Público, Defensoria Pública, PUC/MG e
UNA, BPs, MLB e CPT; B) Construção do MCMV em várias etapas para viabilizar,
sem maiores transtornos, o reassentamento de todas as famílias que precisam e que
estão vivendo nas Ocupações; C) Desapropriação, regularização fundiária e
urbanização de toda a Ocupação Rosa Leão e das partes das Ocupações Vitória e
Esperança que estão fora do MCMV; D) Auxílio pecuniário de 500 reais para cada
família até o reassentamento; E) Comitê gestor plural; F) Mudanças no contrato
com a CEF, que garantam reassentamento, rediscussão das áreas comerciais e critérios
que não excluam quem mora e precisa. Com tantos cortes no orçamento do Governo
Federal haverá dinheiro para construir MCMV na Izidora?
Respeitamos os núcleos de moradia, mas
repudiamos a PBH tentar nos dividir para dominar. Há diversas formas de se
lutar. Alertamos que muita gente que está nas Ocupações se cansou de esperar na
fila da habitação. Os núcleos têm o direito e o dever de pressionarem a PBH para
que construa “pra ontem” moradia digna, mas culpar as Ocupações pela falta de
moradia em BH é injustiça, é inverter as responsabilidades: as Ocupações são
consequência da falta de política habitacional séria, e não a sua causa.
Reafirmamos que as Ocupações têm construído mais casas do que a PBH. Repudiamos
a postura da PBH que tenta dividir os Sem-casa e o Povo das Ocupações.
A PBH alega que não há terrenos, mas insistiu
em vender 129 terrenos da municipalidade. No Barreiro há muitos terrenos
grilados que já deveriam ter sido resgatados e destinados a um grande programa
habitacional.
Ainda vale lembrar que o Povo das Ocupações
luta também pela reforma urbana, para que toda a cidade seja acessível, segura,
sustentável e atenda a todas e todos que a constroem cotidianamente,
coletivamente.
Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um
direito. De cabeça erguida, em luta coletiva, seguiremos batalhando por moradia
própria, digna e adequada para todas e todos.
Belo
Horizonte, 24 de setembro de 2015.
Assinam essa nota:
Coordenações
das Ocupações da Izidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória)
Frente
Pela Reforma Urbana das Brigadas Populares em Minas Gerais (BPs)
Comissão
Pastoral da Terra (CPT)
Movimento
de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Contatos para maiores informações: frei
Gilvander (31 9473 9000); Charlene (31 8534 4911); Rose (31 8941 2083); Elielma
(31 9343 9696); Isabella (31 9383 2733); Leonardo (31 9133 0983).
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Ocupações Urbanas nas ruas contra ajuste fiscal nas costas do povo brasileiro. Isso é injustiça gravíssima!
Ocupações Urbanas nas ruas contra ajuste fiscal
nas costas do povo brasileiro. Isso é injustiça gravíssima!
Em Belo Horizonte, as organizações Brigadas
Populares e MLB e as ocupações da Izidora e do Barreiro, ocuparam na manhã de
hoje, quarta-feira, dia 23/09/2015, o Ministério da Fazenda como parte do ato
nacional contra os cortes do orçamento federal nos gastos sociais, sobretudo do
Ministério das Cidades. Reivindicam também mais orçamento do Estado para
habitação de interesse social: 1) Mais recursos para a construção
habitacional do Estado; 2) Recursos para urbanização das comunidades/ocupações.
Segue o manifesto nacional do ato:
Segue o manifesto nacional do ato:
Dia 23/09/2015
TOMAMOS AS RUAS!
Mais uma vez repudiamos as soluções adotadas pelo Governo Federal que joga o custo da crise nas costas dos trabalhadores mais pobres e dos servidores públicos. Desta vez foi anunciado o corte de mais R$26 bilhões no Orçamento. Os principais cortes referem-se ao congelamento no salário de servidores e ao financiamento do Minha Casa Minha Vida, além de R$3,8 bilhões na saúde.
Mais uma vez repudiamos as soluções adotadas pelo Governo Federal que joga o custo da crise nas costas dos trabalhadores mais pobres e dos servidores públicos. Desta vez foi anunciado o corte de mais R$26 bilhões no Orçamento. Os principais cortes referem-se ao congelamento no salário de servidores e ao financiamento do Minha Casa Minha Vida, além de R$3,8 bilhões na saúde.
A terceira
fase do MCMV foi anunciada no último dia 10/9 e seu formato incorporou várias
das propostas apresentadas pelos movimentos, tais como: maior priorização da
modalidade Entidades, aumento do limite de renda da faixa 1, recurso para
equipamentos públicos e regulamentação de áreas comerciais nos condomínios.
Mas de nada adianta ganhar e não levar. Não houve compromisso do Governo com a definição do orçamento do programa nem com metas de novas contratações. O cenário se agravou ainda mais com os novos cortes anunciados que deixam ainda mais distante o direito humano de milhões de famílias pobres de morar dignamente.
Com o adiamento do MCMV, carro chefe do Ministério das Cidades, o Governo Federal ficou praticamente sem nenhum investimento na política urbana. Tal cenário poderia ser diferente se houvesse combatido a raiz do problema: a estrutura fundiária das cidades e a segregação urbana. Problemas que devem ser tratados com uma reforma urbana estrutural. O MCMV sem outras medidas não tem conseguido, como vemos desde 2009, reduzir o número de famílias sem teto no Brasil e, portanto, não deve ser tratado como única saída possível para a questão habitacional. Seguimos lutando por uma reforma urbana de verdade: que depende também de políticas estruturais de controle da especulação, regularização fundiária e de medidas de garantia da infraestrutura urbana para as famílias pobres, medidas que vem sendo deixadas de lado nos últimos anos de governo.
Mas de nada adianta ganhar e não levar. Não houve compromisso do Governo com a definição do orçamento do programa nem com metas de novas contratações. O cenário se agravou ainda mais com os novos cortes anunciados que deixam ainda mais distante o direito humano de milhões de famílias pobres de morar dignamente.
Com o adiamento do MCMV, carro chefe do Ministério das Cidades, o Governo Federal ficou praticamente sem nenhum investimento na política urbana. Tal cenário poderia ser diferente se houvesse combatido a raiz do problema: a estrutura fundiária das cidades e a segregação urbana. Problemas que devem ser tratados com uma reforma urbana estrutural. O MCMV sem outras medidas não tem conseguido, como vemos desde 2009, reduzir o número de famílias sem teto no Brasil e, portanto, não deve ser tratado como única saída possível para a questão habitacional. Seguimos lutando por uma reforma urbana de verdade: que depende também de políticas estruturais de controle da especulação, regularização fundiária e de medidas de garantia da infraestrutura urbana para as famílias pobres, medidas que vem sendo deixadas de lado nos últimos anos de governo.
Por isso,
mobilizamos milhares de pessoas hoje, dia 23/09/2015, em mais de 10 capitais do
país contra os cortes e pelas reformas populares. Deixamos claro que não
aceitamos pagar a conta da crise.
Além disso, o
Fórum Dos Servidores Públicos Federais, a categoria mais diretamente atingida
pelos cortes, somou-se às nossas mobilizações e fizeram sua jornada hoje
também. Entendemos que esta iniciativa fortalece a luta contra o ajuste fiscal
e avança na unidade dos/as trabalhadores/as para uma saída popular para a
crise.
O problema
fiscal só será realmente solucionado se atacado em suas raízes: a gigantesca
dívida pública e o injusto sistema tributário. Por isso, defenderemos nas ruas
a taxação das grandes fortunas, de dividendos e remessas de lucro, maior
progressividade no Imposto de Renda e uma auditoria da dívida pública. Os
ricos, banqueiros e empresários devem pagar a conta. A saída para a crise é com
o povo e não contra ele.
Assinam essa Nota:
MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto)
MLB (Movimento de Luta nos Bairros, vilas e favelas
Brigadas Populares
Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)
Contatos: Charlene (31
85344911) Isabella (31 93832733), Leonardo (31 91330983), Cadu (31 93982553) e
Rose (31 89412083).
Sobre a ausência insurgente: da política habitacional à política urbana! Nota sobre o falso conflito MCMV x Ocupações.
Sobre a ausência
insurgente: da política habitacional à política urbana!
Nota sobre o falso
conflito MCMV x Ocupações.
“A quem possa interessar. Escutaram? Esse silêncio é o som do
seu mundo caindo. É o do nosso mundo ressurgindo. O dia que foi o dia era
noite. E noite será o dia que será o dia.” (Sub-Comandante Marcos)
No dia 02 de junho de 2015, o Movimento Nacional
de Luta por Moradia (MNLM), a Central dos Movimentos Populares (CMP), a
Confederação Nacional de Associações de
Moradores(CONAM) e a União Nacional por Moradia Popular (UNMP) foram recebidos
pelo Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, pelo governador Fernando Pimentel e
pela Secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, no Palácio da Liberdade
(foto abaixo).
No dia 18 de setembro de 2015, o ministro
das Cidades esteve novamente em Belo Horizonte para a entrega de unidades
habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida no bairro Paulo VI (foto
abaixo). No mesmo dia, o MNLM soltou nota intitulada “Maior entrega do MCMV em BH sob
impasse”em que considera as ocupações da região da Izidora como atraso ao
início da sobras e conclama todos os núcleos de moradia a exigir, em caráter de
urgência,do Conselho Municipal de Habitação uma audiência pública para debater
a questão. Hoje o MNLM soltou convocatória para plenária do Conselho Municipal
de Habitação a ser realizada no dia 29/09 no auditório da truculenta Guarda
Municipal para "discutir
a quantas anda a maior entrega do MCMV em BH, na Granja Werneck, região
Izidora."
Frisamos que nos colocamos a favor da
solidariedade a todas as formas de luta pela reforma urbana, pois acreditamos
no povo organizado em marcha por uma vida melhor. Por isso realçamos que não
será a oposição entre as ocupações da Izidora e os núcleos de moradia que
resolverá o déficit habitacional na cidade, mas sim a somatória de várias
formas de luta e expressão do povo dando voz aos silenciados. Aliás,
parte das famílias das ocupações vieram de núcleos de moradia. Cansaram de
esperar em uma fila que não anda, pois é um engodo.
No entanto, as imagens e a nota são muito
simbólicas. Gilberto Kassab é conhecido pelos movimentos sociais em São Paulo,
cidade que (des) entre 2006 e 2012,como o prefeito inflamável, ou o “Nero” do
PSD – na sua gestão ocorreram mais de 500 incêndios em favelas na cidade em
áreas de interesse do mercado imobiliário. Fato é que o Ministro das Cidades representa
diretamente o setor do capital imobiliário no governo federal.
Já Fernando Pimentel e Inês Magalhães
representam a financeirização da política habitacional expressa no Minha Casa,
Minha Vida (MCMV). Tal programa foi diretamente construído pelo capital
imobiliário em associação direta com o Governo Federal sem considerar a
participação dos movimentos sociais e destruindo o Sistema Nacional de
Habitação de Interesse Social (SNHIS) que havia sido construído de forma
participativa.
As fotos também representam um silêncio. Uma
ausência que incomoda o sistema – uma ausência insurgente. As ocupações urbanas
de Belo Horizonte e Região Metropolitana nunca foram recebidas pelo Governador
Fernando Pimentel, nunca foram ouvidas diretamente por ele. Mesmo Anastasia do
PSDB recebeu lideranças das Ocupações da Izidora. No entanto, essa ausência
representa a coragem do novo, representa aqueles e aquelas que querem construir
a cidade e a Política Urbana de form ajusta. Dentre as ocupações da Izidora
temos a ocupação Esperança. Não é à toa esse nome. A esperança tem duas lindas
filhas: a raiva e a coragem. Justa raiva do estado de coisas em que vivemos e
coragem para mudar essa situação e ir à luta! O déficit habitacional é
falsamente enfrentado com uma política habitacional mercadológica sem a
efetivação de instrumentos do Estatuto das Cidades.
Acreditamos em uma Política Urbana que não
seja confundida com política habitacional gerida pela construção civil. Esse
silêncio e essa ausência representam os escombros da cidade construída como
mercadoria e o ressurgimento do direito à cidade para milhares de famílias que
vivem e lutam nas ocupações! As ocupações não são problema, mas solução.
É uma grande injustiça social empurrar o
gravíssimo problemas social pra frente com auxílio moradia despejando ocupações
legítimas que estão dando função social a terrenos que não cumpriam sua função
social e eram propriedades especulativas, muitas delas terras griladas.
Belo Horizonte, 21 de setembro de 2015
Assinam essa nota,
Frente Pela Reforma Urbana das Brigadas Populares em Minas
Gerais
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Por uma cidade onde haja tudo para todos!
terça-feira, 22 de setembro de 2015
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Ocupação Nova Canaã em Betim é despejada. Injustiça grave! Nota pública.
Ocupação
Nova Canaã em Betim é despejada. Injustiça grave! Nota pública.
Dia 15 de setembro de 2015, foi consumado o "despejo
branco" da Ocupação Nova Canaã, no bairro Nossa Sra. de Fátima em Betim –
MG. "Branco" porque foi facilitado por suposto processo de acordo,
através da Mesa Estadual de Diálogo e Negociação (Decreto nº 203/15). Das
82 famílias que residiam na ocupação (com casas de alvenaria construídas),
somente 25 foram contempladas, as outras 57 restaram com sua dignidade literalmente
demolida.
A prefeitura de Betim, junto a COHAB do Governo do Estado,
realizou a seguinte proposta às famílias: bolsa aluguel de 350 reais e ingresso
na fila do Minha Casa Minha Vida para aquelas famílias que “passassem” nos
critérios municiais dos dois programas. Para todas as outras, DESPEJO E
RUA.
Sem qualquer transparência, sem a participação das famílias e
dos movimentos sociais, a prefeitura de Betim realizou o cadastro,
informou individualmente a
cada família se ela tinha sido contemplada e lhes conferiu o prazo de 1 semana para encontrar um
imóvel e se mudar, sob pena de perder o benefício. A
maioria das famílias despejadas eram evidentemente pobres e vivem em situação
de vulnerabilidade, mas não se sabe porque seu perfil não foi contemplado, uma
vez que a prefeitura não apresentou qualquer abertura para a participação ou
transparência. É o
caso do Sr. Tião, idoso, aposentado, morador da ocupação há 18 anos, que não
foi contemplado e terminou arrancado a força de dentro de sua casa por mais de
30 policiais.
Cada família contemplada se viu forçada à difícil escolha de
optar pela alternativa precária, ou tentar coletivamente resistir, sem nenhuma
garantia. Muitas fizeram a primeira opção. A maioria teve que
assistir passivamente à destruição de suas casas pelo Batalhão de Choque da PM.
É a alardeada tática utilizada pelo poder público do “divides e reinarás”.
As Brigadas Populares e outros movimentos sociais como o MLB e a
CPT não coadunam com este método de resolução dos conflitos sociofundiários que
a COHAB insiste em promover. A combinação entre de remoção + bolsa moradia para
família contempladas + espera na fila pelo empreendimento do Minha Casa Minha
Vida é solução precária, insuficiente e vai na contramão do interesse público e
das inovações em termos de política urbana apresentadas pelas Constituição
Federal e o Estatuto das Cidades.
São vários os instrumentos que o Poder Público poderia utilizar
para promover a desapropriação das áreas ocupadas e sua destinação para os
processos de regularização fundiária, contemplando universalmente as famílias
envolvidas e partindo do esforço que essas coletividades já realizaram para a
conquista de seu direito à moradia, no processo de autoconstrução das casas e
da infraestrutura dos assentamentos.
Ao propor a remoção parte-se do pressuposto que o exercício ao
direito à propriedade dos proprietários é legitimo, quando praticamente todos
os terrenos ocupados estavam abandonados e eram descumpridores de sua função
social. Os critérios utilizados pelos programas de Bolsa Moradia e do próprio
Minha Casa Minha Vida são muito estreitos e se situam dentro de concepções
focalizadas de políticas públicas, contrastando com a universalidade do direito
à moradia sacramentado na Constituição Federal. E em relação ao MCMV tem-se
todos os problemas exaustivamente apresentados pelos movimentos sociais e
literatura especializada: os apartamentos são padronizados e minúsculos, os
empreendimentos se dão nas periferias das periferias, em zonas desprovidas de
cidade e equipamentos básicos, os custos de reprodução do habitar são
altíssimos (água e luz formalizados, IPTU e taxa mensal de compra) se se tem em
tela as condições de famílias de baixa renda, ademais da longa espera até que a
burocracia estatal apresente os empreendimentos prontos.
É importante também frisar que na atualidade não existem
recursos para novos empreendimentos do MCMV. Cortes importantes na política de
moradia foram anunciados pelo Governo Federal e o MCMV3 não terá recursos para
novas contratações antes de 2016, isso se a verba sair. O que significa que as
famílias não tem a perspectiva de serem contempladas em programas habitacionais
tão cedo. Destrói-se
suas casas, gasta-se dinheiro público com aluguel social, o que aumenta a
especulação imobiliária, e não há qualquer perspectiva de reassentamento
definitivo.
O caso da ocupação Nova Canaã é paradigmático, o terreno era
público municipal, bastava que o município iniciasse a regularização fundiária
da área ou a sua transformação em ZEIS, integrando a ocupação como mais um
bairro à cidade. Contudo se optou pelo despejo, pela criação
de mais um contingente de famílias sem-teto, pelo pagamento oneroso aos cofres
públicos da Bolsa Aluguel mensal e a espera de um empreendimento do MCMV que
não sabemos que se vai realizar dado a política de arrocho e cortes em gastos
sociais insistentemente anunciados pelo Governo Federal.
O Governo do Estado não poderia ser leniente com esta proposta
inicialmente capitaneada pela Prefeitura de Betim hoje sob o comando de um
tucano – o prefeito Carlaile Pedrosa (PSDB) - notoriamente atrelado aos
interesses privatistas e do capital imobiliário. Recentemente foi denunciado
pelo Ministério Público desta cidade, a entrega desenfreada de terrenos e lotes
público sob o controle da municipalidade à iniciativa privada.
As organizações sociais que estão presentes na Mesa de Diálogo e
Negociação recentemente instituída e que tratam da problemática da moradia
devem estar atentas quanto a este modelo de solução dos conflitos fundiários
que se está fomentando quase como paradigma. A tríade acima apresentada
(remoção das ocupações + bolsa moradia + fila do MCMV) não é a única possível e
muito menos a mais desejada se tivermos como objetivo a promoção do direito
à cidade e a salvaguarda plena do direito à moradia adequado das
famílias pobres e sem-teto.
Assina
esta nota:
Brigadas
Populares-MG
Comissão
Pastoral da Terra (CPT)
Fórum
das Ocupações Urbanas de Betim
Betim,
MG, Brasil, 16 de setembro de 2015.
MANTIDA A SUSPENSÃO DO DESPEJO DAS OCUPAÇÕES DA IZIDORA NO STJ!
MANTIDA A SUSPENSÃO DO DESPEJO DAS OCUPAÇÕES DA
IZIDORA NO STJ!
Nota do Coletivo Margarida Alves de Assessoria jurídica.
Conquistou-se
hoje mais uma vitória histórica para a luta popular neste país!
As Ocupações
da Izidora de Belo Horizonte e Santa Luzia, MG, assessoradas pelo Coletivo
Margarida Alves, a Rede Margarida Alves e o escritório do Cezar Britto
(ex-presidente da OAB Nacional), tiveram ontem, dia 17/09/2015, o seu recurso
provido pela 2a Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para anular decisão
anteriormente proferida pelo TJMG. Em sustentação oral realizada pela combativa
Dra. Camila Gomes de Lima, ressaltou-se a incompetência absoluta da 6º Câmara
Civil para analisar o Mandado de Segurança no qual se questiona o despreparo da
Polícia Militar de Minas Gerais e do aparato estatal para realizarem o despejo,
bem como a relevância social do caso, que atinge cerca de 30 mil pessoas.
Nesse
julgamento que traz um precedente importantíssimo para as ocupações urbanas, os
ministros ressaltaram a necessidade de se manter a suspensão do despejo, tendo
em vista a alta complexidade do caso e o seu imenso impacto social. Afirmaram
ainda que, em casos de remoção forçada, o poder executivo não pode se esquivar
do cumprimento dos tratados internacionais e da legislação brasileira que
garantem os direitos fundamentais dos ocupantes. Para os ministros, a força
policial deve ser utilizada como último recurso e sempre observado o princípio
da proporcionalidade.
#ResisteIzidora
Para maiores
informações fazer contato com:
Thaís Lopes -
31 98820094
Mariana
Prandini - 61 81010846
Isabela Corby
- 31 96437703
Camila Gomes –
6182458828
https://www.facebook.com/coletivomargaridaalvesap?fref=ts
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
terça-feira, 15 de setembro de 2015
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
sábado, 5 de setembro de 2015
ITABIRA: A OCA NA ECO/92 Pelo 1º bispo de Itabira, MG: Dom Marcos Noronha.
ITABIRA:
A OCA NA ECO/92
Pelo 1º
bispo de Itabira, MG: Dom Marcos Noronha.
Itabira assistiu, passivamente, à saída
de sua riqueza rolando pelas encostas do Cauê, Esmeril e Conceição.
Itabira viu, silenciosamente, o fino
cobrir suas várzeas e ilhou-se nas represas.
Itabira assistiu, pacificamente, à
desfiguração de suas serras, à eliminação de sua vegetação natural e à
intromissão de um reflorestamento alienígena.
Itabira presenciou, lentamente, à
agonia de seus mananciais. O ar de Itabira misturou-se ao pó de sua riqueza.
Itabira cresceu e também cresceram os
problemas sociais.
A cidade há muito se alimentando das
dívidas do minério de ferro, percebe que um dia ele morrerá. A enganosa
prosperidade dos primeiros tempos cede a um movimento que a miséria toma a seu
cargo e acelera.
Triste contradição: o potencial de
recursos existentes, a euforia do crescimento acelerado, mas sem diminuir o
estado de pobreza da maioria da população.
Itabira é hoje, nesta reunião
internacional, a Oca na Eco/92! E traz para a reunião o ruído das pás, das
britadeiras, dos caminhões e da dinamite de 10h e 30 min. A dinamite arrebenta
um pedaço do chão e um pedaço da gente! Ninguém se acostumou, ainda, com o
tremor das paredes e o grito silencioso da terra.
Como será a economia de Itabira, quando
cessarem todos esses ruídos? COMO SERÁ A EDUCAÇÃO? E a saúde? Como a cidade sobreviverá? Será
tudo comércio? Que será feito do solo? Como serão curadas as feridas? Que se
colocará em lugar daquilo que os vagões levam? Como será a paisagem de amanhã,
sem a formigagem eletrônica dos trens que descem a serra, no carregamento
estudado e planejado para a pressa? Sai de Itabira, a cada dia em minutos, um
pedaço feito na rolagem paciente de séculos. Algo está errado nessa urgência!
Itabira, por todas essas marcas, é o
lugar privilegiado para uma sistematizada terapia de recuperação. A ECO/92 pode
colocar aqui uma ESCOLA NACIONAL DE ENGENHARIA DE RECUPERAÇÃO DO SOLO, uma
ESCOLA NACIONAL DE ECOLOGIA, dentro de Engenharia Sanitária, Geologia de Minas.
Itabira, Centenária, hoje avalia a sua
realidade. Através dos tempos, a relação Homem X Natureza ocorreu pelo processo
social de produção. A mudança no eixo da economia – passando nesse período
agro-pastoril à exploração inicial do ouro para uma indústria centrada na
extração – resultou na migração do campo para a cidade. Assim, da indústria
extrativa do ferro à atual necessidade de diversificação econômica,
gradativamente, o homem foi se desvinculando da natureza.
A Indústria Extrativa iniciou suas
atividades em Itabira há mais de 50 anos, retirando de seu solo acima de 1 (.000.000.000)
bilhão de toneladas de minério de ferro, proporcionando ao país divisas
superiores a 20 bilhões de dólares.
Como consequência, o ambiente do
Município passa por gradativas agressões e alterações, comprometendo o
ecossistema local, como também a qualidade de vida da população.
A reabilitação da terra agredida não conduzirá
por si mesma à recuperação da identidade do homem de Itabira. Itabira quer
recolher os frutos que guardamos de um final de outono, sanzonados da
terra-ferro, irrigados com o suor e lágrimas de todos aqueles que arriscam seu
futuro.
Queremos o estado da sobrevivência, só.
Queremos que o Cauê seja amanhã uma antena de pesquisa nacional, uma captação
de mundo. Queremos Itabira ligada lá longe, na distância criada pelos vagões
emendados pela pressa de extrair!
A cidade inteira será então uma escola,
uma escola no chão e não apenas no nome e no livro. Uma escola ensinando o país
a lidar com o fogo e o vento, a água e a árvore, pois cativar é mais do que
domesticar.
É o ABC de ecologia, o aprendizado do
alfabeto no chão, com infinitas possibilidades que o chão tem para a
subsistência do ser vivo.
Esta escola não virá, é claro, em lugar da
única escola de nível superior existente na cidade. Ela virá para somar e
multiplicar, assim:
- economia na cidade
mineradora
- economia de sobrevivência
na cidade mineradora
- uso criativo do solo na
cidade mineradora
- saúde na cidade mineradora
- EDUCAÇÃO NA CIDADE
MINERADORA
Queremos
uma escola de aprendizado da natureza, o resto virá daí.
Queremos que Itabira seja, na reunião
internacional, o óikos, a concha imensa acolhedora, o lugar de nascimento de
novas criações, a cidade educativa da relação homem x animal, cidade educativa
para a docência de comportamento coletivo e não de elitismo.
Cidade para todos e não para alguns, cidade
para o 1º, o 2º e o 3º graus, docência
de todos os modos de o homem viver no chão, FACULDADE TECNOLÓGICA inovadora, cura
e conserto do chão e das almas.
É este o grito de Itabira: o grito pelo vazio
deixado pelo ouro e o ferro. Sabemos que só a educação poderá reverter este
quadro. Queremos que nossa mensagem seja ouvida pelo mundo todo: Itabira quer
uma FACULDADE TECNOLÓGICA ORIENTADA PARA A ECOLOGIA.
Conferência de dom Marcos Antônio Noronha, em
Itabira, no ano de 1.992, ano em que aconteceu a ECO no Rio de Janeiro.
Itabira – pedra dura, hoje pedra Oca – na Eco
logia.
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