quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Suspensão Temporária da Reintegração de Posse contra os Vazanteiros e Vazanteiras da Comunidade Barrinha, em Itacarambi, Norte de Minas Gerais. Nota da CPT/MG.
Suspensão
Temporária da Reintegração de Posse contra os Vazanteiros e Vazanteiras da Comunidade
Barrinha, em Itacarambi, Norte de Minas Gerais. Nota da CPT/MG, em 31/08/2016.
A
comunidade Vazanteira Barrinha ocupa sua terra tradicional, localizada em Área
da União e uma decisão do TJMG – da des. Shirley Fenzi - cassou a liminar de
Reintegração de Posse expedida pelo Juízo de Januária, no norte de Minas.
A comunidade de Barrinha
está localizada no município de Itacarambi, no Norte de Minas Gerais, na margem
direita do Rio São Francisco. No dia 31 de maio de 2014, um grupo de aproximadamente
13 famílias Vazanteiras fez a retomada do seu território ancestral.
Segundo os relatos dos
moradores mais antigos, das lideranças e estudos acadêmicos, os Vazanteiros
foram expulsos de suas comunidades por volta do fim da década de 1960. Após
isso os fazendeiros grilaram as áreas, mas as comunidades continuaram na
região, utilizando a área para pesca, coleta e agricultura. Antes da retomada,
a área estava sendo grilada por fazendeiros que usam da força e de ameaças para
expulsar as verdadeiras famílias que dependem da terra para viver e trabalhar.
O Prefeito de Janaúba conseguiu uma liminar na Comarca de Januária para
expulsar a comunidade tradicional.
Por se tratar de uma área de
LMEO/União, já levantada e identificada pela Superintendência do Patrimônio da
União (SPU) e, ainda, por ser um conflito coletivo, por decisão monocrática da
desembargadora Shirley Fenzi, da 11ª CACIV do TJMG, a liminar foi cassada e
declarado nulos todas as decisões e atos praticados pelo juízo de Januária,
incompetente para julgar conflitos agrários. O processo foi transferido para a
Vara Agrária de Minas Gerais.
A luta pelos Territórios
Tradicionais continua e o Estado tem a obrigação de regularizar os essas áreas.
Solicitamos que o Comando da
PM/MG, de Januária, suspenda a operação policial de despejo daquela comunidade
anteriormente marcada para o próximo dia 02 de setembro de 2016, bem como, exigimos
cessar qualquer meio de coação e de intimidação das lideranças ou famílias da Comunidade
Tradicional de Barrinha. Recordamos que na Comunidade Esmeraldas, na qual,
segundo a comunidade, foi utilizada violência policial e de pistoleiros contra
as famílias de camponeses/as vazanteiras, habitantes tradicionais da Barra do
Rio são Francisco, cuja denúncia noticia ação da PM/MG de modo excessivo,
desmedida e desproporcional.
Assina
essa Nota Pública,
Comissão Pastoral da Terra
de Minas Gerais – CPT/MG.
Montes Claros, MG, Brasil,
31 de agosto de 2016,
dia de mais um golpe no
Brasil: golpe parlamentar, jurídico, midiático e do capital. Dia 31, não 31 de
março de 1964, mas 31 de agosto de 2016.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
ÚLTIMAS VAGAS: PARA ENCONTRO DE JUVENTUDES E ESPIRITUALIDADE LIBERTADORA
13 julho
Já estão abertas as inscrições para o Encontro de Juventudes e Espiritualidade Libertadora da região Sudeste, que acontece de 09 a 11 de setembro, em Belo Horizonte/MG, no Centro Referencial da Juventude. A atividade tem como como lema “Fé que oprime ou Fé que liberta?” e o lema “Desafios contemporâneos e o Amor como critério ético”. Várias organizações, entre elas a Pastoral da Juventude doRegional Leste 2 (MG e ES), participam da promoção do evento.
Segundo Jonathan Felix, que é facilitador da Rede Ecumênica de Juventude (REJU) de Minas Gerais, a ideia é criar um espaço onde os sagrados dialoguem, já que várias expressões religiosas participarão do encontro. “Por meio de partilhas e vivências de uma mística libertadora que fortaleça nas juventudes um senso de cidadania, compromisso com os movimentos sociais, tendo em vista a construção de um caminho de transformação revolucionária da sociedade, para a garantia de direitos juvenis e a incidência em Políticas Públicas para as Juventudes, faremos debates e experiências com pessoas que fizeram/fazem de sua produção intelectual uma expressão de fé e amor pelos excluídos”, destaca.
A atividade é uma preparação para o II Encontro Nacional de Juventudes e Espiritualidade Libertadora, que reuniu 400 jovens na primeira edição, realizada em Fortaleza/CE no ano de 2014. O evento contará com a participação de jovens cristãos, judeus, candomblecistas, umbandistas e diversas outras religiões e sem religião.
As vagas são limitadas e a programação pode ser conferida no site:www.espiritualidade2016.com.br
O Encontro é uma promoção conjunta da Rede Ecumênica da Juventude, Pastoral da Juventude Leste II, CEBI Sudeste, Caritas, Judeus Progressistas e Observatório de Evangelização da PUC Minas.
Informações:
Jonathan Felix – (31) 9 9353-1725
Larissa Pirola (31) 9 9220-0773 – TIM/WhatsApp
Carta da XXI Assembleia da CPT\MG: no campo e na cidade, luta pela terra e pelas águas, para além do capital.
Carta
da XXI Assembleia da CPT\MG: no campo e na cidade, luta pela terra e pelas
águas, para além do capital.
Nós,
agentes de pastoral da CPT, camponeses e camponesas, reunidos/as no distrito de
Belisário, município de Muriaé, na Zona da Mata Mineira, dias 26, 27 e 28 de
agosto de 2016, realizamos a XXI Assembleia Estadual da Comissão Pastoral da
Terra (CPT\MG), com a participação de 52 agentes de pastoral da CPT e
representantes do campesinato – quilombolas, Sem Terra, Sem Casa, acampados,
assentados, comunidades tradicionais (geraizeiros, indígenas, posseiros,
vazanteiros, pescadores) e atingidos por barragens. Tivemos uma participação
marcante de jovens e de mulheres que nos alertaram que relações de gênero sem
machismo devem orientar nossas relações humanas. Fomos graciosamente acolhidos/as
pelo povo de Belisário da Paróquia Santo Antônio, pelo Frei Gilberto Teixeira
(FSMA) e por muitas famílias que abriram portas e corações para nos hospedar.
Com
o tema No campo e na cidade, luta pela terra e pelas águas, para além do
capital e o lema “Os clamores das filhas e filhos da terra e
das águas chegaram até mim” (Êxodo 3,9), avaliamos os rumos da CPT/MG e
renovamos nossa fé no Deus dos pobres e nos pobres de Deus e nossa convicção na
caminhada libertadora, comprometidos/as com os pobres do campo e da cidade,
seguindo os passos de Jesus de Nazaré do
seu Evangelho.
Foram
dias de intensa convivência, de celebração, de troca de experiências e de
discussão entre os\as agentes da CPT/MG, camponesas e camponeses de todas as
regiões de Minas Gerais. Sábado à noite na Igreja de Santo Antônio, com a
comunidade católica de Belisário, celebramos os 40 anos da CPT no Brasil e
fizemos memória de Alvimar Ribeiro dos Santos, “o Alvimar da CPT”, nosso irmão,
pai, mestre e profeta, que partiu para a vida em plenitude dia 19 de agosto
último. Depois, em uma calorosa noite cultural, muitas pessoas lutadoras da
zona da Mata e de Minas Gerais foram homenageadas e incentivadas a continuar
aguerridas na luta pela construção de uma sociedade justa, solidária e
sustentável.
Alegramo-nos
com tantas lutas por direitos sociais e ambientais na zona da Mata, região de
minifúndios, de agricultura familiar agroecológica e cooperativas. Através da Campanha das Águas contra o Mineroduto da
Mineradora Ferros a luta popular conquistou a interrupção do licenciamento
ambiental, mas a luta continua, pois os interesses da mineradora permanecem.
Reafirmamos
nossa presença solidária junto aos camponeses e camponesas no processo de luta
pela terra e por uma Reforma Agrária Popular, tão necessária e urgente, frente à
reconcentrada estrutura agrária brasileira, em que o agronegócio e outros
projetos do capital causam tanta destruição e injustiça socioambiental. Neste
sentido, continuaremos com o apoio às comunidades e povos tradicionais que, em
processos de luta e retomada de seus territórios ancestrais, reafirmam suas
identidades no caminho do Bem Viver, que prima pela felicidade compartilhada no
respeito a todas as dimensões da vida.
Renovamos
nosso compromisso com as populações do campo, da floresta e das águas que
enfrentam os grandes projetos que visam apenas o lucro e causam morte:
mineração, grandes barragens, agronegócio e monoculturas, projetos que propagam
progresso para alguns e devastação socioambiental para a maioria, projetos que expropriam
comunidades e sacrificam a biodiversidade da vida. Na cidade, continuaremos ao
lado de todos que lutam contra a especulação imobiliária e os projetos de
cidades empresas e, assim, lutando por cidades que caibam todos e todas, com
direitos sociais respeitados.
Denunciamos
o processo de impeachment da
Presidenta da República Dilma Rousseff como golpe político, parlamentar
judicial e midiático, uma vez que não há suficiente comprovação de crime de
responsabilidade. Não reconhecemos o governo interino e ilegítimo de Michel
Temer e denunciamos suas políticas neoliberais de gravíssimos cortes de
direitos sociais. As classes trabalhadoras do campo e da cidade, mais uma vez,
estão sendo sacrificadas na reciclagem do sistema do capital.
Indignados, repudiamos e
denunciamos:
- as ações da mineradora Rio
Pomba, que em 2006 e 2007, com dois rompimentos criminosos de uma barragem
causou devastação socioambiental no rio Muriaé em dez municípios e até hoje não
indenizou de forma justa todas as famílias atingidas. Somente nos municípios de
Miraí e Muriaé mais de 12 mil famílias foram golpeadas pela lama da mineradora Rio
Pomba. A mineradora CBA – Companhia Brasileira de Alumínio -, do grupo
Votorantim, na região da Zona da Mata mineira desde 1993 minerando bauxita, com
uma grande barragem de rejeitos, e insiste em ampliar a mineração inclusive
para dentro do Parque Estadual Serra do Brigadeiro (PESB), o que é inadmissível.
A mineradora Yamana Gold está causando uma imensa devastação socioambiental na
região Norte de Minas, em Riacho dos Machados. A mineradora Vale obteve junto
ao Governo de Minas licenciamento ambiental obsceno, execrável e repugnante para
construir a Barragem Maravilhas III, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Após o crime hediondo da Samarco\VALE\BHP, em Mariana, em 05 de novembro de
2015, que matou 19 pessoas e sacrificou o rio Doce com lama tóxica, é injustiça
que clama aos céus o Governo de Minas, do PT, e Assembleia Legislativa terem
aprovado Projeto de Lei flexibilizando ainda mais os licenciamentos ambientais.
Denunciamos o conluio do Estado com as mineradoras e com as empresas do
agronegócio em Minas Gerais.
- O caos hídrico em muitas
regiões de Minas já se instalou. Após o secamento de lagoas, córregos e rios e
milhares de nascentes, quem pode está recorrendo a poços artesianos que,
inclusive, estão secando após alguns anos de uso.
- O projeto Jaíba, além de
ter matado o rio Verde Grande, não paga energia como paga outras empresas e a
população.
Com
a bênção do Deus da vida, com a presença espiritual e profética de Rosa Maria
Fortini e Alvimar Ribeiro dos Santos, valorosos companheiros que nos deixaram
fisicamente, mas continuam presentes em nós de muitas formas, com as energias
inspiradoras da XXI Assembleia da CPT\MG nos despedimos para continuar na luta
ao lado das camponesas e dos camponeses de Minas Gerais e do Brasil, em um
período que se anuncia ainda mais adverso aos direitos humanos fundamentais e
sociais. Com a força de Jesus ressuscitado, vencedor das forças da morte,
havemos de vencer. Essa é nossa fé, nossa esperança e nosso compromisso.
Belizário, Muriaé, zona da
Mata mineira, 28 de agosto de 2016.
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Curso de Educação Popular em Direitos Humanos: inscrições abertas
O
Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política, por meio da Comissão
Pastoral de Direitos Humanos, e em parceria com o Núcleo de Estudos
Sociopolíticos (Nesp) e a Faculdade Jesuíta (Faje), convida para o 7º
Curso de Educação Popular em Direitos Humanos. O curso, que é gratuito,
será ministrado aos sábados, de 14h às 18h, na Faje. As inscrições estão
abertas, clique aqui no link e inscreva-se diretamente no formulário https://docs.google.com/a/educacao.mg.gov.br/forms/d/e/1FAIpQLSc1W7yw3xoHYwIyJUQFROU1StSnmFybS4C_gXQOsBkCztXRhQ/viewform?c=0&w=1 (ou copie e cole na linha de endereço do seu navegador).
O
curso tem como objetivo propor a discussão de grandes temas de direitos
humanos, capacitando lideranças de movimentos sociais, agentes
pastorais e comunitários, estudantes e promotores dos direitos humanos.
Mais informações na sede do Vicariato (Rua Além Paraíba, 208 - Bairro Lagoinha) ou pelo telefone (31) 33428-8370 com Ivelina.
Local das aulas:
Faje: Avenida Dr. Cristiano Guimarães, 2137 - Bairro Planalto - BH.
Faje: Avenida Dr. Cristiano Guimarães, 2137 - Bairro Planalto - BH.
Programa
01/10 - Fundamentos e História dos DH
Profº Robson Sávio Reis Souza
Profº Robson Sávio Reis Souza
08/10 - A História e as Ações da Comissão Pastoral de Direitos Humanos
Profª e Psicóloga Emely Vieira Salazar
Profª e Psicóloga Emely Vieira Salazar
15/10 - Migração e Direitos Humanos
Arthur Moraes
Arthur Moraes
22/10 - Direitos Humanos e Educação/Ética
Profª Eliane Pacheco Pimenta
Profª Eliane Pacheco Pimenta
29/10 - Direitos Humanos e Ecologia
Profª Zélia Rogedo
Profª Zélia Rogedo
05/11 - Mística e Direitos Humanos
Padre Vitório
Padre Vitório
12/11
- Desconstruções das Práticas Punitivas: Justiça Restaurativa e
Desencarceramento em Massa -Advogada Jaqueline Alves Pereira Ricci e
Assistente Social Mª de Lourdes de Oliveira
19/11 - Mediação de Conflitos e Direitos Humanos
Profª Egídia Aiexe
Profª Egídia Aiexe
26/11 - Mídia e Direitos Humanos
Jornalista J. Persechini
Jornalista J. Persechini
03/12 - Direitos Humanos e Política
Advogado Antônio Faria Lopes
Advogado Antônio Faria Lopes
10/12 - Comemoração do dia dos Direitos Humanos e Avaliação do Curso
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
terça-feira, 23 de agosto de 2016
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Grito dos Excluídos/as em Belo Horizonte/MG - Preparação
Enviado por: Frederico Santana Rick <fredsantanarick@gmail.com>
Próxima reunião, amanhã, terça, 23 de agosto – 18h
Local: Sindieletro MG - rua mucuri 271, Floresta
-------------------------------------------------------------------------------------
Grito das/os Excluídas/os
07 de setembro de 2016 - Praça Raul Soares – 9 horas
Vida em primeiro lugar! Esse sistema é insuportável: exclui, degrada e mata
Intervenções político culturais durante a marcha:
. *Direito a comunicação e a cultura*
. *Soberania popular sobre a mineração*
. *Reforma do sistema político*
. *Em defesa dos direitos dos trabalhadores*
__._,_.___
Enviado por: Frederico Santana Rick <fredsantanarick@gmail.com>
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
Alvimar Ribeiro dos Santos, “o Alvimar da CPT”, faleceu e ressuscitou hoje para a vida em plenitude. Nota da CPT/MG, em 19/08/2016, às 09:35hs.
Alvimar Ribeiro dos Santos, “o Alvimar da CPT”, faleceu e ressuscitou hoje para a vida em plenitude. Nota da CPT/MG, em 19/08/2016, às 09:35hs.
Comovidos informamos que
nosso mestre, pai e grande companheiro de luta pela terra na Comissão Pastoral
da Terra (CPT), em Minas Gerais, ALVIMAR RIBEIRO DOS SANTOS, “Alvimar da CPT”,
faleceu e ressuscitou hoje, sexta-feira, dia 19/08/2016, às 05:00h da madrugada
no Hospital Santa Casa em Montes Claros, no Norte de Minas. O sepultamento será
hoje, 6f., dia 19/08/2016, por volta das 17:00h, em Montes Claros, MG). O
velório será na paróquia de Santos Reis, à avenida Pedro Mendonça, na
Capela Santos Reis, em Montes Claros. Nosso abraço solidário à família de
sangue de Alvimar e à família CPT e a todos/as os/as companheiros/as de luta.
Quem puder participar junto conosco em Montes Claros junto com a família,
bem-vindos/as!
Alvimar
Ribeiro dos Santos nasceu no campo no município de Montes Claros, dia 13 de
julho de 1955, tem 61 anos: um pai, mestre e profeta na luta pela terra e por
direitos sociais em Minas Gerais, especialmente no Norte e Noroeste de Minas.
Alvimar participa da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Minas Gerais desde
1982 (34 anos de CPT), é um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra no
Norte de MG. Exerceu várias profissões, “mas a que mais gosto é de ser
pedreiro”, nos disse Alvimar dia 11/07/2016, quando gravamos 135 minutos de
Entrevista com ele (entrevista que está no youtube, em 4 partes). Alvimar foi
presidente do Sindicato da Construção Civil de Montes Claros e diretor atual do
SETHAC e diretor da FETHEMG; ajudou a fundar muitos STRs no Norte e Noroeste de
MG nas décadas de 1980 e 1990; ajudou a construir várias oposições sindicais;
foi um dos fundadores e diretor da CUT regional do Norte de MG; foi coordenador
estadual da CPT/MG muitos anos em vários mandatos; foi um dos fundadores do
Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (C.A.A), em 1985, e um de
seus coordenadores; atuou na luta e resistência dos posseiros de
cachoeirinha em Verdelândia, de São
Francisco, de Serra das Araras e outras comunidades. Alvimar foi companheiro de
Eloy Ferreira, do Sr. Júlio Miranda, dos mártires do povo indígena Xacriabá, enfim
de 32 companheiros assassinados na luta pela terra no Norte e Noroeste de Minas
nos últimos 40 anos; Sem Alvimar, a organização sindical do norte de Minas
Gerais não estaria onde está. Ele foi o primeiro a plantar a semente da
agroecologia no norte de Minas e em várias partes do Brasil criando o Centro de
Agricultura Alternativa (C.A.A), do Norte de Minas. Ele foi o grande defensor
dos posseiros, agricultores familiares extrativistas e pescadores da região.
Homem sábio, ponderado, forte e decidido, corajoso. Fez reunião com 38 na mesa
com posseiros, na região de Porteirinha; foi coordenador
da Casa de Pastoral Comunitária (Pastorais Sociais) da Arquidiocese de Montes
Claros; foi coordenador da Cáritas da Arquidiocese de Montes Claros;
participante assíduo das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Alvimar estava
terminando o curso de preparação bíblico-teológica para ser ordenado Diácono
Permanente da Arquidiocese de Montes Claros. Alvimar, entre tantas tarefas, era
um “conselheiro do arcebispo de Montes Claros, dom José Alberto de Moura”.
Alvimar da CPT, um defensor intransigente dos
direitos sociais do campesinato: posseiros, quilombolas, geraizeiros,
vazanteiros, sem-terra e dos indígenas, tendo contribuído muito na reconquista
do território do povo indígena Xacriabá e do território quilombola de Brejo dos
Crioulos, no Norte de Minas.
Alvimar
teve ao seu lado em 45 anos de matrimônio Lúcia
Helena Costa dos Santos: um mar de bondade, mulher lutadora e de uma força
interior infinita. Alvimar e Lúcia têm uma filha: Graziele dos Santos Fortini e três filhos: Cristian Jonas Costa dos Santos , de 35 anos, Daniel Costados Santos, de 32 anos e
Osvaldo Samuel Costa dos Santos, 31
anos; e três netas: Amanda Cristina
Amarante Santos, Júlia Alcântara
Santos e Maria Clara Santos
Fortini e dois netos: João Gabriel Santos Fortini e Uirá Moreno Nascimento Santos.
Alvimar tem
uma imensa família de companheiras e companheiros de luta pela terra e por
direitos sociais. Ao Alvimar nossa eterna gratidão por ter sido Homem
comprometido pra valer com a luta da classe camponesa oprimida e com a classe
trabalhadora. Pessoa íntegra, ética e religiosa segundo a Teologia da
Libertação. Mesmo que você morra, Alvimar, você terá vida eterna e plena e
continuará sempre muito vivo em nós, na luta por uma Terra Sem Males, terra
partilhada e socializada para que todos e tudo tenham vida em abundância e
liberdade. Enfim, Alvimar Ribeiro dos Santos, o Alvimar da CPT, fez e é muito
mais do que o que noticiamos aqui em um levantamento às pressas. Convocamos a
quem puder a escrever ou a nos ajudar a reunir fotos, vídeos e relatos de lutas
empreendidos pelo nos Alvimar, um profeta Amós no nosso meio.
Eis,
abaixo, links da Entrevista de 135 minutos, em 4 partes, que gravamos com
Alvimar Ribeiro dia 11/07/2016 na casa dele e da Lúcia, em Montes Claros:
1)
1ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=XKTgxomg-vI
2)
2ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=2UyHNT656e8
3)
3ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=A3OfWLtL204
4)
4ª parte: https://www.youtube.com/watch?v=M2jYDPcWqrA
Assina essa
Nota,
Comissão
Pastoral da Terra (CPT/MG).
Belo Horizonte,
MG, Brasil, 19/08/2016.
Contatos para maiores informações:
Com Paulo
Faccion: cel. 38 98825 0366 ou Alexandre(Alemão), cel. 38 991940347.
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Candidatos à PBH ficam cara a cara em debate promovido pela Arquidiocese de Belo Horizonte/MG
Fonte: Jornal o Tempo de 18/08/2016 - http://www.otempo.com.br/hotsites/eleições-2016/candidatos-à-pbh-ficam-cara-a-cara-em-evento-1.1357387
Postulantes à Prefeitura apresentam propostas em evento organizado pela Arquidiocese Metropolitana
PUBLICADO EM 17/08/16 - 23h16
BERNARDO MIRANDA
COM PEDRO ROCHA FRANCO
No segundo dia de campanha, os 11 candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte tiveram seu primeiro encontro cara a cara. Na noite desta quarta-feira (17), todos os postulantes ao cargo de prefeito participaram de uma roda de conversas na Igreja da Boa Viagem, no centro, evento realizado pela Arquidiocese Metropolitana de Belo Horizonte e pela PucMinas. Cada candidato teve dez minutos para apresentar suas propostas.
Em uma campanha cheia de novatos em eleições majoritárias, quase todos os candidatos dedicaram um bom tempo para falar de sua biografia. Críticas e defesas à atual gestão de Marcio Lacerda (PSB) e falas sobre segurança, mobilidade urbana e o cenário atual da política nacional deram o tom das discussões.
Por sorteio, Sargento Rodrigues (PDT) foi o primeiro a fazer suas considerações. Já sob críticas de focar sua campanha somente em segurança, ele fugiu do tema e não o abordou em seu tempo, priorizando a mobilidade urbana. "Belo Horizonte precisa retomar um respeito às pessoas. Nos últimos anos, se preocupou muito em construir grandes obras, alargar avenidas, mas houve um esquecimento de cuidar das pessoas, de ouvir as pessoas. Não há que se falar em metrô em Belo Horizonte, uma vez que essa obra depende de recursos federais. A mesma situação está presente no Anel Rodoviário. Vamos analisar a realização de Parcerias Público- Privada (PPP) para tentar viabilizar investimentos de mobilidade. Defenderemos o uso da bicicleta como meio de transporte pela cidade e pensaremos na viabilização de estacionamentos próximo às estações do Move para incentivar o uso do transporte público", disse.
O segundo a falar foi Marcelo Álvaro Antonio (PR), que, ao contrário de Rodrigues, priorizou as ações de segurança. "Vamos liderar um processo de redução de criminalidade com equipamentos públicos voltados para inclusão social nas periferias de Belo Horizonte. Sabemos que o trabalho de repressão e investigação cabem a Polícia Militar e Polícia Civil, mas o que a cidade pode fazer é atuar na inclusão social, com atividades de educação, cultura e lazer, desarticulando ambientes propícios ao desenvolvimento da criminalidade".
Segurança também foi tema citado por Luís Tibé (PTdoB): "No nosso mandato, a segurança pública era responsabilidade da prefeitura sim. Ande pelas ruas e veja como elas são escuras e a iluminação pública é responsabilidade das prefeituras. Vamos iluminar as ruas da cidade. Pesquisas apontam que só com a melhoria da iluminação é possível reduzir a criminalidade em 30%".
Já o candidato João Leite (PSDB) começou o discurso dizendo do estranhamento de, pela primeira vez em sua vida, estar em um time diferente de Alexandre Kalil (PHS). Depois focou nas ações da segurança na recuperação dos jovens com problemas de drogas. "Fui idealizador do programa Campo de Luz que realizou a iluminação de mais de 100 campos de futebol de várzea. Com essa ação nós conseguimos reduzir em 75% a criminalidade nesses locais. Temos também que cuidar dos nossos jovens 80% dos crimes estão relacionados com as drogas e precisamos apoiar e recuperar nossos jovens que usuários e dependentes de tóxicos".
João Leite foi recebido por gritos de Fora Temer, o mesmo ocorreu com Rodrigo Pacheco (PMDB). Ambos são de partidos que lideraram o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Pacheco fugiu dessa politização e poupou a gestão de Lacerda de críticas. "Eu não ligo se é oposição ou situação, os políticos de todos os lados têm que se unir para tirar a política desse lamaçal que ela se envolve hoje. Vamos reconhecer os avanços já realizados nas gestões anteriores da prefeitura, inclusive a passada, vamos fazer um trabalho de identificação do que está dando certo e o que não esta dando certo e vamos trabalhar para resolver os problemas com trabalho técnico", disse.
Pacheco fugiu dessa politização e poupou a gestão de Lacerda de críticas. "Eu não ligo se é oposição ou situação, os políticos de todos os lados têm que se unir para tirar a política desse lamaçal que ela se envolve hoje. Vamos reconhecer os avanços já realizados nas gestões anteriores da prefeitura, inclusive a passada, vamos fazer um trabalho de identificação do que está dando certo e o que não esta dando certo e vamos trabalhar para resolver os problemas com trabalho técnico", disse.
Já Delio Malheiros (PSD) assumiu o papel de candidato à sucessão de Marcio Lacerda e defendeu as ações da atual gestão. "Antecipamos as metas de avaliação da educação em Belo Horizonte, chegamos a 588 equipes da saúde da família, que já atende 85% da área de Belo Horizonte, criamos 13 mil moradias, mas podemos avançar mais e vamos trabalhar nessa continuidade".
Reginaldo Lopes (PT) dedicou quase todo o seu tempo para defender uma nova forma de fazer política, aproveitando um momento de autocrítica dos grandes partidos. "Não há espaço mais para esse jogo de grandes interesse econômicos na política. Os partidos erraram muito. O meu partido teve acertos, mas errou muito também. Vamos buscar uma nova gestão da cidade, uma gestão popular e democrática, que garanta ao cidadão o direito à cidade", disse.
O cenário nacional da política dominou o discurso de Vanessa Portugal (PSTU). "Os candidatos estão prometendo investimentos em Belo Horizonte, mas os seus partidos estão votando projetos do governo Temer que limitam os investimento em saúde e educação. Se for aprovado, não vai ter dinheiro para construir nenhuma Umei em Belo Horizonte, não vai haver investimentos na saúde" , afirmou.
Ela foi elogiada por Alexandre Kalil (PHS) que disse que era ela a mais lúcida dos candidatos que já tinham falado. Ele manteve o discurso contra os partidos tradicionais e de fazer o que for possível com os recursos existentes. "Ninguém sabe nada, inclusive esse que vos fala. Nós vamos para a rua conhecer a realidade das pessoas e ver os problemas de Belo Horizonte e tentar melhor com o que tem. Vamos focar nos problemas sociais, o que os políticos não fazem porque morador de rua não dá voto. Velho não dá voto e, por isso, são esquecidos", finalizou.
Eros Biondini (Pros) criticou a ausência de diálogo durante a gestão de Marcio Lacerda. "Não há um diálogo com os professores sobre as políticas de educação, não há uma conversa com os servidores, não há conversa com os comerciantes nem com os técnicos concursados".
Quem fechou o encontro foi Maria da Consolação (PSOL), que destacou o trabalho de sua candidatura na busca de uma gestão democrática da cidade. "Queremos uma cidade com participação popular, onde o povo possa não só participar da escolha do orçamento, mas também do planejamento do município, onde a população possa escolher se quer a construção de mais um viaduto ou o metrô até o Barreiro, porque viadutos nessa cidade caem", finalizou.
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
Filme “Na missão, com Kadu”: do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a luta do povo das Ocupações da Izidora torna-se mais viva na memória da vida de Kadu.
Filme
“Na missão, com Kadu”: do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a luta do povo
das Ocupações da Izidora torna-se mais viva na memória da vida de Kadu.
Um
clamor ensurdecedor por moradia, por direitos sociais, por respeito dignidade
humana e contra a repressão policial e contra o conluio dos governos com o
capital.
Dia
12 de agosto de 2016, à noite, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, MG, na
sala Humberto Mauro, superlotada, aconteceu a exibição do Filme-documentário
“Na missão, com Kadu”, dos cineastas Aiano Mineiro e Pedro Maia de Brito. Muita gente chorou durante a exibição. Ao
final, houve uma roda de conversa sobre o Filme “Na missão, com Kadu” e os
outros três curtas apresentados. “Na missão, com Kadu” foi gravado com o
próprio Kadu (Ricardo Freitas) quatro meses antes de ele ser assassinado dia
22/11/2015 em uma emboscada na entrada da Ocupação-comunidade Vitória, uma das
três ocupações da Izidora, em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG.
O
filme foi construído a partir das gravações que Kadu fez durante repressão da
polícia Militar do estado de Minas Gerais[1]
a uma manifestação com mais de 2 mil pessoas que pacificamente marchavam na
Linha Verde (MG-010) rumo à Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas, em
Belo Horizonte, MG, na manhã do dia 19 de junho de 2016.
O
filme mostra, sem ficção, realidade nua e crua da repressão perpetrada: durante mais de 30 minutos, a tropa de choque
e helicóptero da PM/MG jogaram bombas de gás lacrimogêneo no povo e atiraram
sem piedade. Mais de 90 pessoas foram feridas por tiros de balas de borracha e mais
de 40 foram presos, após serem feridos covardemente. Várias pessoas idosas e
crianças quase morreram sufocadas por gás lacrimogêneo no pânico disseminado
pela repressão policial. Uma das muitas bombas jogadas do helicóptero da PM/MG
caiu no colo de Alice, uma criança de 8 meses, que estava no carrinho de bebê.
Sua mãe puxou a criança do carrinho e a bomba estourou no chão ao cair do colo
de Alice. A frauda da criança ficou queimada pela bomba. A mãe saiu desesperada
com a criança sufocada pelo gás. Por um trisco a PM de MG não assassinou ali na
hora Alice, uma criança de 8 meses, filha de Gleiciane, da Ocupação Esperança.[2]
No
teatro superlotado todos foram unânimes ao dizer que os 25 desembargadores do
TJMG, da Corte Superior, devem assistir ao filme “Na missão, com Kadu”, antes
de julgarem o Mandado de Segurança. Todas as autoridades e toda a sociedade
também devem assistir ao filme. Infelizmente, a PM de MG continua truculenta inclusive
diante das legítimas reivindicações por direitos sociais como o direito a
moradia digna e adequada.
O
filme questiona com veemência a postura cruel da PM de MG e o governador
Fernando Pimentel, do PT, que autorizou ou deixou uma repressão absurda
ocorrer. Recordamos que as Ocupações da Izidora – Rosa Leão, Esperança e
Vitória – com cerca de 8 mil famílias já construíram em 3,3 anos de luta cerca
de 5 mil casas de alvenaria. Sobre os documentos da Granja Werneck pairam
sérios indícios de grilagem de terra, cadeia dominial falsa e escrituras
falsas. Além de uma decisão do STJ que proíbe o Estado de Minas fazer a
reintegração de posse, há uma Ação Civil Pública absurdamente não julgada há
mais de 3 anos.
Enfim, o filme “Na missão, com Kadu” decreta
mais uma vez que tentativa de despejos nas Ocupações da Izidora podem causar um
massacre de proporções inimagináveis. O filme é um apelo muito forte para que o
TJMG, a prefeitura de Belo Horizonte, Governo de Minas, Granja Werneck S.A e
Construtora Direcional de fato aceite um processo de negociação justa, idônea
se superar de forma justa e pacífica esse que é um dos maiores conflitos
fundiários e sociais do Brasil.
O
filme “Na missão, com Kadu” recebeu o prêmio do júri de Melhor Filme da
Competitiva Nacional e também o prêmio do público como o Melhor Filme pelo Júri
Popular.
Assinam
essa Nota Pública,
Comissão
Pastoral da Terra (CPT),
Brigadas
Populares
Movimento
de luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Coletivo
Margarida Alves de Assessoria Popular
Coordenações
das Ocupações-comunidades Vitória, Esperança e Rosa Leão.
Belo
Horizonte, MG, Brasil, 17 de agosto de 2016
Cf.
também www.ocupacaorosaleao.blogspot.com.br
[1] Assista nos links, a
seguir, relatos da Repressão da PM de MG ao povo das Ocupações da Izidora, dia
19/06/2015, na Linha Verde, farta documentação: 1) https://www.youtube.com/watch?v=NdpD6tSFWf0
; 2) https://www.youtube.com/watch?v=yqQbeLhQsqI
; 3) https://www.youtube.com/watch?v=NfjCT_j3vV4
; 4) https://www.youtube.com/watch?v=zV2m9div_Ew
; 5) https://www.youtube.com/watch?v=90ILR2iDum0
; 6) https://www.youtube.com/watch?v=Cqf4oCKqlCk
; 7) https://www.youtube.com/watch?v=T1qSJdJRjz4
; 8) https://www.youtube.com/watch?v=k0j3f9BMw0E
; 9) https://www.youtube.com/watch?v=mZtliYBM8J0
; 10) https://www.youtube.com/watch?v=FvHGISUt17M
; 11) https://www.youtube.com/watch?v=LlHwqtUFMuY
; 12) https://www.youtube.com/watch?v=IblH2rRw5sE
13) https://www.youtube.com/watch?v=5NqMyRVflNU
; 14)
[2] Cf. no link, a
seguir, relato da mãe de Alice e da irmãzinha dela: PM joga bomba em crianças e
quase mata uma criança: https://www.youtube.com/watch?v=VYUPMom2c1U
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