sexta-feira, 11 de novembro de 2016

OCUPAÇÃO VITÓRIA, EM CAMPO FLORIDO, MG: DESPEJADA E AGORA NA RUA. 11/11/2016.

OCUPAÇÃO VITÓRIA, EM CAMPO FLORIDO, MG: DESPEJADA E AGORA NA RUA.


DESPEJADOS E AGORA NA RUA: TRABALHADORES EM LUTA POR MORADIA EM CAMPO FLORIDO, no Triângulo Mineiro, MG, FORAM DESPEJADOS E AGORA ESTÃO SENDO POSTOS NA RUA. PIMENTEL E ADEMIR, A CULPA É DE VOCÊS.

Trabalhadores de Campo Florido, no Triângulo Mineiro, despejados no último dia 20 de outubro de 2016, por meio de ordem judicial legal e moralmente questionável, da Ocupação Vitória, da cidade de Campo Florido, sofrem novos ataques. Dia 20/10/2016, cerca de 220 famílias foram postas para fora de suas casas, boa parte construída em alvenaria, despejadas de uma área que estava ocupada há quase dois anos, e que antes disso, estava abandonada. Depois que as famílias se instalaram, a área foi reivindicada por um consórcio formado por representantes (filhos, irmãos, primos, etc) de praticamente toda a burguesia da cidade de Campo Florido, inclusive por inimigos políticos. Lamentavelmente, o prefeito de Campo Florido, Sr. Ademir Ferreira, PP, cujos filhos figuram como um dos proprietários da área, aceitou a participar da Mesa de Negociação de Conflitos do Governo Estadual, apenas quando o despejo já estava com data marcada. Tivesse ele compromisso com os trabalhadores e não com latifundiários e especuladores imobiliários, o drama social que Campo Florido está imerso poderia não existir. Diante da pressão do movimento, a proposta que apareceu na mesa foi de repassar de 150 a 180 lotes para construção de moradias populares para COHAB/MG e pagamento de aluguel social, pela prefeitura, pelo prazo de seis meses, para as famílias. Mesmo assim, apesar de ter representante da Polícia Militar na mesa de negociação, o governador Pimentel, comandante máximo da PM, manteve a ordem de garantir o cumprimento da liminar de despejo, sendo as famílias despejadas no último dia 20/10/2016, sem que as negociações tenham se encerrado.
Em Campo Florido, como ocorre em todo o país, os índices de desemprego são alarmantes. É um município rural, com cerca de 7.500 habitantes, cuja economia gira em torno da monocultura da cana de açúcar. Com a mecanização da colheita de cana, cresceu o exército de mão de obra desempregada. Os empregadores da cidade são os mesmos latifundiários que se dizem dono da área ocupada: Primeiro demitiram e depois despejaram os trabalhadores.
O movimento por moradia de Campo Florido tem consciência que só por meio de mobilização conquistará seus objetivos e nestes dois anos realizou inúmeras lutas: bloqueios de rodovias, passeatas, ocupação da prefeitura, ocupação de fórum, etc, Em função disso a prefeitura se comprometeu com o auxilio aluguel. Mas, para apenas uma parte da cerca de 130 famílias que foram alojadas num pequeno ginásio municipal, após o despejo, por não terem conseguido alternativa de lugar para onde ir, nem casa de favor. Os outros que se alojaram provisoriamente em casa de amigos e parentes ficaram de fora, bem como algumas famílias que estão na área. Ocorre que a bolsa aluguel, além do seu valor muito baixo, R$400,00, não conseguiu resolver um problema. Aqueles que têm imóveis na referida faixa de valor, considerando calotes dados em passado recente pela prefeitura, não confiam que o bolsa aluguel será honrado e negam-se a alugar seus imóveis para as famílias despejadas da ocupação Vitória.
Com a prefeitura pressionando pela desocupação do ginásio, inclusive, cortando a alimentação que era fornecida, dia 10 de novembro de 2016, as famílias resolveram ocupar outra área, também abandonada, com objetivo de nela permanecer enquanto aguardavam uma solução em condições menos degradantes da que estava enfrentando. Entretanto, a PM compareceu no local e, mesmo sem mandado judicial, expulsou as famílias da área, com ameaças de prisão, revelando que além de ser uma instituição incapaz de assegurar a segurança da maioria da população, em verdade está a serviço dos interesses dos latifundiários e especuladores e que o governo Pimentel nada fez para mudar essa realidade.
Já a prefeitura, comandada pelo latifundiário Ademir de Melo, por sua vez, está impedindo as pessoas de voltarem para o ginásio, inclusive, colocando seguranças e a polícia militar na porta deste para impedir o regresso. Além de ter cortado o fornecimento de alimentos, ameaça despejar cerca de 40 pessoas que permanece no interior deste nas próximas horas.
É por isso que nós da CSP Conlutas, pólo do Triângulo Mineiro, chamamos todo o apoio aos trabalhadores e trabalhadoras de Campo Florido.
Defendemos que os governos do município, do estado e federal, cumpram com sua obrigação legal e concedam moradia digna para todos os trabalhadores do acampamento Vitória. Exigimos que a prefeitura alugue, em seu nome, imóveis para manter as pessoas desalojadas, enquanto as casas não sejam construídas e entregues aos moradores. Por fim, chamamos uma reflexão sobre o papel que a polícia militar cumpre enquanto instituição e a cumplicidade do governo Pimentel com os ataques ao povo pobre e trabalhador cometido por essa corporação.
Somos todos ocupação Vitória de Campo Florido! Só a luta muda a vida!

Assina essa Nota:
CSP CONLUTAS – Triângulo Mineiro
Dia 11/11/2016.


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