OCUPAÇÃO VITÓRIA, EM CAMPO FLORIDO, MG: DESPEJADA E
AGORA NA RUA.
DESPEJADOS E AGORA NA RUA: TRABALHADORES EM LUTA POR
MORADIA EM CAMPO FLORIDO, no Triângulo Mineiro, MG, FORAM DESPEJADOS E AGORA
ESTÃO SENDO POSTOS NA RUA. PIMENTEL E ADEMIR, A CULPA É DE VOCÊS.
Trabalhadores
de Campo Florido, no Triângulo Mineiro, despejados no último dia 20 de outubro
de 2016, por meio de ordem judicial legal e moralmente questionável, da
Ocupação Vitória, da cidade de Campo Florido, sofrem novos ataques. Dia
20/10/2016, cerca de 220 famílias foram postas para fora de suas casas, boa
parte construída em alvenaria, despejadas de uma área que estava ocupada há
quase dois anos, e que antes disso, estava abandonada. Depois que as famílias
se instalaram, a área foi reivindicada por um consórcio formado por
representantes (filhos, irmãos, primos, etc) de praticamente toda a burguesia
da cidade de Campo Florido, inclusive por inimigos políticos. Lamentavelmente,
o prefeito de Campo Florido, Sr. Ademir Ferreira, PP, cujos filhos figuram como
um dos proprietários da área, aceitou a participar da Mesa de Negociação de
Conflitos do Governo Estadual, apenas quando o despejo já estava com data
marcada. Tivesse ele compromisso com os trabalhadores e não com latifundiários
e especuladores imobiliários, o drama social que Campo Florido está imerso
poderia não existir. Diante da pressão do movimento, a proposta que apareceu na
mesa foi de repassar de 150 a 180 lotes para construção de moradias populares
para COHAB/MG e pagamento de aluguel social, pela prefeitura, pelo prazo de
seis meses, para as famílias. Mesmo assim, apesar de ter representante da
Polícia Militar na mesa de negociação, o governador Pimentel, comandante máximo
da PM, manteve a ordem de garantir o cumprimento da liminar de despejo, sendo
as famílias despejadas no último dia 20/10/2016, sem que as negociações tenham
se encerrado.
Em
Campo Florido, como ocorre em todo o país, os índices de desemprego são
alarmantes. É um município rural, com cerca de 7.500 habitantes, cuja economia
gira em torno da monocultura da cana de açúcar. Com a mecanização da colheita
de cana, cresceu o exército de mão de obra desempregada. Os empregadores da
cidade são os mesmos latifundiários que se dizem dono da área ocupada: Primeiro
demitiram e depois despejaram os trabalhadores.
O
movimento por moradia de Campo Florido tem consciência que só por meio de
mobilização conquistará seus objetivos e nestes dois anos realizou inúmeras
lutas: bloqueios de rodovias, passeatas, ocupação da prefeitura, ocupação de
fórum, etc, Em função disso a prefeitura se comprometeu com o auxilio aluguel.
Mas, para apenas uma parte da cerca de 130 famílias que foram alojadas num
pequeno ginásio municipal, após o despejo, por não terem conseguido alternativa
de lugar para onde ir, nem casa de favor. Os outros que se alojaram
provisoriamente em casa de amigos e parentes ficaram de fora, bem como algumas
famílias que estão na área. Ocorre que a bolsa aluguel, além do seu valor muito
baixo, R$400,00, não conseguiu resolver um problema. Aqueles que têm imóveis na
referida faixa de valor, considerando calotes dados em passado recente pela
prefeitura, não confiam que o bolsa aluguel será honrado e negam-se a alugar
seus imóveis para as famílias despejadas da ocupação Vitória.
Com
a prefeitura pressionando pela desocupação do ginásio, inclusive, cortando a
alimentação que era fornecida, dia 10 de novembro de 2016, as famílias
resolveram ocupar outra área, também abandonada, com objetivo de nela
permanecer enquanto aguardavam uma solução em condições menos degradantes da
que estava enfrentando. Entretanto, a PM compareceu no local e, mesmo sem
mandado judicial, expulsou as famílias da área, com ameaças de prisão,
revelando que além de ser uma instituição incapaz de assegurar a segurança da
maioria da população, em verdade está a serviço dos interesses dos
latifundiários e especuladores e que o governo Pimentel nada fez para mudar
essa realidade.
Já
a prefeitura, comandada pelo latifundiário Ademir de Melo, por sua vez, está
impedindo as pessoas de voltarem para o ginásio, inclusive, colocando
seguranças e a polícia militar na porta deste para impedir o regresso. Além de
ter cortado o fornecimento de alimentos, ameaça despejar cerca de 40 pessoas
que permanece no interior deste nas próximas horas.
É
por isso que nós da CSP Conlutas, pólo do Triângulo Mineiro, chamamos todo o
apoio aos trabalhadores e trabalhadoras de Campo Florido.
Defendemos
que os governos do município, do estado e federal, cumpram com sua obrigação
legal e concedam moradia digna para todos os trabalhadores do acampamento
Vitória. Exigimos que a prefeitura alugue, em seu nome, imóveis para manter as
pessoas desalojadas, enquanto as casas não sejam construídas e entregues aos
moradores. Por fim, chamamos uma reflexão sobre o papel que a polícia militar
cumpre enquanto instituição e a cumplicidade do governo Pimentel com os ataques
ao povo pobre e trabalhador cometido por essa corporação.
Somos
todos ocupação Vitória de Campo Florido! Só a luta muda a vida!
Assina essa Nota:
CSP CONLUTAS –
Triângulo Mineiro
Dia 11/11/2016.
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