ASSOCIAÇÃO
INDÍGENA KIRIRI DO RIO VERDE, EM CALDAS, SUL DE MG: Mais um passo na luta pela
terra. Vídeo 7 - 27/1/2019.
No dia 27 de janeiro de
2019, o Povo Indígena Kiriri, em retomada de 39 hectares de terra, no Bairro
Rural Rio Verde, município de Caldas, sul de Minas Gerais, deu mais um grande
passo na luta pela permanência na terra, com a fundação da ASSOCIAÇÃO INDÍGENA
KIRIRI DO RIO VERDE, EM CALDAS, MG. O evento que marcou a fundação da
Associação foi realizado na Aldeia Indígena Kiriri, em Caldas, sul de MG, e
contou com a participação de autoridades locais, apoiadores, moradores da
Comunidade do Rio Verde, da cidade de Caldas e região. A cerimônia, programada
com antecedência, aconteceu dois dias depois do crime tragédia praticado em
Brumadinho, pela Vale, com licença do Estado, o que a fez ser marcada também
por luto, dor e indignação. Desde outubro de 2016, 16 famílias do Povo Indígena
Kiriri (43 pessoas indígenas), vindas do oeste da Bahia, ocupam, em retomada,
uma área de 39 hectares, no município de Caldas, sul de Minas Gerais. A área,
até então abandonada há mais de uma década, pertence à UEMG (Universidade do
Estado de Minas Gerais) e, com essa luta pela terra, as famílias buscam um
local permanente onde possam viver com dignidade e preservar sua cultura. Em
2017, os indígenas Kiriri atenderam a uma ordem de despejo e, seguindo
orientações da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), foram levadas, pelo Governo
de Minas Gerais, para um terreno em Patos de Minas. Foram praticamente
abandonados lá, à própria sorte, considerando a falta de estrutura do local e a
distância da cidade. Com apoio da comunidade do Bairro Rural Rio Verde e de
moradores de Caldas, os Kiriri retornaram à terra onde estavam e onde já tinham
construído várias casas de barro e pau a pique. Em outubro de 2018, o Povo
Kiriri, em Caldas/sul de MG, foi novamente notificado da Liminar de
Reintegração de Posse, reivindicada pela UEMG (Universidade do Estado de Minas
Gerais) e Governo de Minas Gerais. Contudo, graças à luta desse povo e de toda
a Rede de Apoio (Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista
Missionário (CIMI), Associação da APA da Pedra Branca, Igreja católica de
Caldas, capoeiristas, professores/ras da UEMG, estudantes, advogados populares,
Ministério Público Federal (MPF) etc), em reunião realizada em Pouso Alegre, no
Ministério Público Federal, a UEMG posicionou-se com acordo de cessão das
terras aos Kiriri. Atualmente, a Aldeia Indígena Kiriri com 14 casas de taipa,
criação de galinhas, porcos, hortas e lavouras agroecológicas, sem uso de
venenos e há um projeto de extensão da UEMG para a comunidade. Há um clamor por
justiça na esperança de que o Governo de Minas Gerais e o Poder Judiciário
decidam pelo acolhimento do direito da Comunidade Indígena Kiriri de permanecer
na terra outrora habitada por seus ancestrais e, portanto, legitimamente sua. O
justo e ético é que o Governo de Minas e o Poder Judiciário respeitem os
direitos do Povo Indígena Kiriri e tudo o que já foi e está sendo construído no
território. Nesse vídeo, a sétima parte da videorreportagem feita por frei
Gilvander, da CPT, no dia 27 de janeiro de 2019, na Aldeia Indígena do Povo
Kiriri, em Caldas, no sul de Minas Gerais, com registro do momento específico
da fundação da Associação do Povo Indígena Kiriri do Rio Verde, em Caldas, sul
de MG, coordenado por Daniel Tygel, presidente da Aliança em prol da APA da
Pedra Branca.
Foto: Povo Indígena Kiriri nas Redes Sociais |
* Videorreportagem de frei
Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora
da CPT-MG. Caldas, sul de MG, 27/1/2019. Vídeo 7.
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