Carliusa
do Povo Kiriri, mulher guerreira: “O nosso lugar é aqui!” (Em Caldas, sul de
MG.) – Vídeo 6 – 27/1/2019.
Vindas do oeste da Bahia, 16
famílias do Povo Indígena Kiriri ocupam, em retomada, desde outubro de 2016,
uma área de 30 hectares, no município de Caldas, sul de Minas Gerais. A área,
até então abandonada há mais de uma década, pertence à UEMG (Universidade do
Estado de Minas Gerais) e, com essa luta pela terra, as famílias buscam, um
local permanente onde possam viver com dignidade e preservar sua cultura. Em
2017, os indígenas Kiriri atenderam a uma ordem de despejo e, seguindo
orientações da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), foram levadas, pelo Governo
de Minas Gerais, para um terreno em Patos de Minas. Foram praticamente
abandonados lá, à própria sorte, considerando a falta de estrutura do local e a
distância da cidade. Com apoio da comunidade do Bairro Rural Rio Verde e de
moradores de Caldas, os Kiriri retornaram à terra onde estavam e onde já tinham
construído várias casas de barro e pau a pique. Em outubro de 2018, o Povo
Kiriri, em Caldas/sul de MG, foi novamente notificado da Liminar de Reintegração
de Posse, reivindicada pela UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) e
Governo de Minas Gerais. Contudo, graças à luta desse povo e de toda a Rede de
Apoio (Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário
(CIMI), Associação da APA da Pedra Branca, Igreja católica de Caldas,
capoeiristas, professores/ras da UEMG, estudantes, advogados populares,
Ministério Público Federal (MPF) etc), em reunião realizada em Pouso Alegre, no
Ministério Público Federal, a UEMG posicionou-se com acordo de cessão das
terras aos Kiriri. A aldeia conta atualmente, com 14 casas de taipa, criação de
galinhas, porcos, hortas e lavouras agroecológicas, sem uso de venenos e há um
projeto de extensão da UEMG para a comunidade. Há um clamor por justiça na
esperança de que o Governo de Minas Gerais e o Poder Judiciário decidam pelo
acolhimento do direito da Comunidade Indígena Kiriri de permanecer na terra
outrora habitada por seus ancestrais e, portanto, legitimamente sua. O justo e
ético é que o Governo de Minas e o Poder Judiciário respeitem os direitos do
Povo Indígena Kiriri e tudo o que já foi e está sendo construído no território.
Nesse vídeo, o depoimento comovente da Professora Carliusa Kiriri, liderança
indígena, esposa do Cacique Adenilson Kiriri, que fala de injustiça, coragem,
amizade, solidariedade, resistência... Carliusa fala, sobretudo, de luta pela
terra que lhes pertence por direito.
Carliusa, do Povo Indígena Kiriri, foi homenageada na Câmara de Vereadores de Caldas no sul de Minas Gerais, dia 20/03/2019. Foto: Cacique Adenilson. |
*Videorreportagem de frei
Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora
da CPT-MG. Caldas, sul de MG, 27/1/2019. Vídeo 6.
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