MST ocupa INCRA em Belo Horizonte, Minas Gerais, hoje, dia 08/09/2016.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras ocupou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na manhã desta quinta-feira, 8. A mobilização conta com 300 famílias e integra a Jornada de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas.
A pauta é ampla, abrange desde a regularização da documentação de famílias, implantação de estruturas básicas para o desenvolvimento da produção como água, energia, habitação, estradas, assistência técnica e agroindustrialização nos assentamento, até a liberação das cestas básicas e vistorias de novas áreas para assentar duas mil famílias acampadas no estado.
A mobilização unitária denuncia o esvaziamento da pauta da reforma agrária diante do avanço do agronegócio, como alerta Ester Hoffmann, da Direção Nacional do MST, “a jornada vem no sentido de afirmar que, mesmo diante do golpe e das investidas da direita, nosso povo continua mobilizado. A ocupação do INCRA é uma forma de fazer a denuncia do abandono da Reforma Agrária e pressionar o governo golpista”.
Ela destaca que mídia, judiciário e capital internacional atuam em consonância para ampliar a exploração dos trabalhadores e trabalhadoras. “O grande capital, apoiado pela mídia, vem fazendo todo esforço para criar um consenso na sociedade e convencê-la de que o agronegócio é capaz de abastecer os trabalhadores de alimentos, o que não e verdade. O processo de golpe, vem intensificando essa situação. Junto a isso, se soma o travamento das políticas públicas para reforma agrária pelo TCU.”
Desde abril o Tribunal de Contas da União travou os recursos do INCRA, impedindo a aplicação de todas as políticas relacionadas aos assentados e acampados. A dirigente estadual, Tatiana Gomes, explica que se trata de mais uma forma de criminalização da luta pela terra. “Com a justificativa de irregularidades, a justiça persegue assentados que conseguiram melhorar um pouco a qualidade de vida, investigam aqueles que conseguiram comprar um carro novo, construir uma casa melhor, como se fosse crime os sem terras adquirirem algum bem”. A ocupação permanecerá até o encerramento das negociações com o superintendente em Minas Gerais.
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