quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O Papa Francisco exprime o pensamento  e os sentimentos de todos aqueles - cristãos e não cristãos - que colocam, como valores maiores a serem conquistados pela sociedade humana, a defesa da vida, da dignidade e do direito à felicidade.


Papa: o Capitalismo descarta os pobres

Agora ele chama Capitalismo de Capitalismo
publicado 05/02/2017
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Participantes no encontro sobre Economia de Comunhão na audiência com o Papa Francisco (Reprodução: Rádio Vaticana)
Boff: o capitalismo cumpriu o ciclo. Vamos apressar seu fim, quando queria se referir à patologia do Capitalismo, o Papa falava em "sistema", para não irritar o Clero americano.


Agora, ele resolveu irritar o Clero americano:

Papa: Economia de Comunhão é um não à idolatria do dinheiro


No seu discurso Francisco falou antes de tudo de economia e comunhão, duas palavras – disse – que a cultura actual mantém bem separadas e muitas vezes as considera opostas; duas palavras, porém, que o Movimento soube unir acolhendo o convite que Chiara Lubich fez, há 25 anos, aos empresários para se tornarem agentes de comunhão.

(...) O dinheiro é importante sobretudo quando não existe e dele depende a comida, a escola, o futuro dos filhos, mas é ídolo quando se torna fim do próprio agir, observou o Papa, acrescentando que o capitalismo, que faz da busca do lucro a sua única finalidade, arrisca de se tornar uma estrutura idolátrica, uma forma de culto à “deusa fortuna”:

"Percebe-se, pois, o valor ético e espiritual da vossa escolha de colocar os lucros em comum. O modo e mais concreto para não fazer do dinheiro um ídolo é partilhá-lo com os outros, sobretudo os pobres, ou para fazer estudar e trabalhar os jovens, vencendo a tentação idólatra com a comunhão. Quando partilhais e doais os vossos lucros, estais a fazer um acto de alta espiritualidade, dizendo com os factos ao dinheiro: tu não és Deus, tu não és senhor, tu não és patrão”.

O Papa abordou em seguida a segunda questão, a pobreza, sublinhando que o capitalismo continua hoje a produzir os descartes que, em seguida, pretende curar. O principal problema ético deste capitalismo é a produção de descartes para depois tentar escondê-los ou tratá-los para não fazê-los ver. Uma forma grave de pobreza de uma civilização é não mais conseguir ver os seus pobres, que antes são descartados e depois escondidos, disse o Papa. (...) É necessário, então, procurar mudar as regras do jogo do sistema económico-social, prosseguiu Francisco
Em tempo: esse discurso do Papa Francisco aconteceu no sábado (11/02), durante encontro no Vaticano com representantes do movimento Economia de Comunhão - corrente da Igreja fundada na Grande São Paulo em 1991 pela italiana Chiara Lubich. O movimento prega a fundação e gestão de empresas que sirvam ao bem comum da sociedade e que possam ajudar a combater as injustiças sociais.

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