Quilombo
Lapinha, em Matias Cardoso, MG: Pelo direito constitucional ao território
tradicional, despejo não! Vídeo 4. 24/7/2019.
As 170 famílias da
comunidade “Quilombo Lapinha”, localizada em Matias Cardoso, norte de Minas
Gerais, receberam a notícia de uma liminar de reintegração de posse, despejo,
para ser executada no inicio mês de agosto. Caso não seja revertida, 170
famílias em retomada de território ao lado do Rio São Francisco podem ser
despejadas. A situação está muito tensa, pois as Comunidades do Quilombo
Lapinha jamais aceitarão despejo. O Quilombo Lapinha possui reconhecimento pela
Fundação Cultural Palmares e possui também o Relatório Técnico de Identificação
e Delimitação (RTID), que delimita o território tradicional. Todos os
quilombolas já têm suas casas construídas e terra plantada que lhes dá o
sustento. No Quilombo tem energia elétrica, escola, serviço de saúde, entre
outros equipamentos públicos que lhes são de direito. Desde o século XVIII, as
famílias constroem no local sua história, reafirmam a sua cultura e perpetuam
os saberes e dinâmicas de cuidado com a mãe terra e com o irmão Rio São
Francisco. Apesar desse contexto histórico de vivência e de cuidado do
território de maneira sustentável, o Quilombo Lapinha está sob ameaça iminente
de despejo. Espera-se que o Governo de Minas Gerais reverta a decisão e cumpra
o direito constitucional de acesso dos quilombolas ao seu território
tradicional. Reivindicamos também que o Ministério Público Federal (MPF) e
Defensorias Públicas Estadual e da União, DPE/MG e DPU sigam firmes na defesa
judicial dos Quilombos Lapinha. É claro também que a competência jurídica sobre
Comunidades Quilombolas é da justiça Federal. E há também decreto do Governo do
estado de Minas Gerais pró permanência das Comunidades Quilombolas Lapinha mas
áreas retomadas. Logo, a decisão judicial do TJMG está recheada de
inconstitucionalidades, ilegalidades, irregularidades e injustiça que clama aos
céus. NEGOCIA, ZEMA. NEGOCIA, GOVERNO.
Ao romper da aurora do dia 28/12/2018, no Quilombo Lapinha, em Matias Cardoso, Norte de Minas Gerais, ao Som dos tambores as famílias receberam com muita alegria e expectativas a notícia da publicação do decreto de interesse social do quilombo Lapinha. Fruto de muitos anos de lutas, teimosia e resistência. Agora continuar na luta incansável pra manter e avançar a titulação do território. "Território livre e o nosso povo Liberto"... Fonte: informe e foto de Zilá de Mattos, da CPT.
*Filmagem e fotos de Zilah
de Mattos, agente de pastoral da CPT-MG. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora
da CPT-MG. Matias Cardoso, norte de MG, 24/7/2019. Apoio e divulgação: Frei
Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
*Inscreva-se no You Tube, no
Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander,
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Quilombo
Lapinha, município de Matias Cardoso, MG: A Voz dos Tambores grita e clama:
Esse território é nosso. Despejo, nunca! - Vídeo 3 - 24/7/2019.
As 170 famílias da
comunidade “Quilombo Lapinha”, localizada em Matias Cardoso, norte de Minas
Gerais, receberam a notícia de uma liminar de reintegração de posse, despejo,
para ser executada no inicio mês de agosto. Caso não seja revertida, 170
famílias em retomada de território ao lado do Rio São Francisco podem ser
despejadas. A situação está muito tensa, pois as Comunidades do Quilombo
Lapinha jamais aceitarão despejo. O Quilombo Lapinha possui reconhecimento pela
Fundação Cultural Palmares e possui também o Relatório Técnico de Identificação
e Delimitação (RTID), que delimita o território tradicional. Todos os
quilombolas já têm suas casas construídas e terra plantada que lhes dá o
sustento. No Quilombo tem energia elétrica, escola, serviço de saúde, entre
outros equipamentos públicos que lhes são de direito. Desde o século XVIII, as
famílias constroem no local sua história, reafirmam a sua cultura e perpetuam
os saberes e dinâmicas de cuidado com a mãe terra e com o irmão Rio São
Francisco. Apesar desse contexto histórico de vivência e de cuidado do
território de maneira sustentável, o Quilombo Lapinha está sob ameaça iminente
de despejo. Espera-se que o Governo de Minas Gerais reverta a decisão e cumpra
o direito constitucional de acesso dos quilombolas ao seu território
tradicional. Reivindicamos também que o Ministério Público Federal (MPF) e Defensorias
Públicas Estadual e da União, DPE/MG e DPU sigam firmes na defesa judicial dos
Quilombos Lapinha. É claro também que a competência jurídica sobre Comunidades
Quilombolas é da justiça Federal. E há também decreto do Governo do estado de
Minas Gerais pró permanência das Comunidades Quilombolas Lapinha mas áreas
retomadas. Logo, a decisão judicial do TJMG está recheada de
inconstitucionalidades, ilegalidades, irregularidades e injustiça que clama aos
céus. NEGOCIA, ZEMA. NEGOCIA, GOVERNO.
Território tradicional do Quilombo Lapinha é constituído por cinco comunidades em Matias Cardoso, MG. Foto: J. R. Ripper
*Filmagem de Zilah de
Mattos, agente de pastoral da CPT-MG. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da
CPT-MG. Matias Cardoso, norte de MG, 24/7/2019. Apoio e divulgação: Frei
Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
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Quilombo
Lapinha, em Matias Cardoso, no norte de MG: “Lutar e Resistir. Do Quilombo não
vamos sair.” Vídeo 2 – 24/7/2019.
As 170 famílias quilombolas
da comunidade “Quilombo Lapinha”, localizada em Matias Cardoso, norte de Minas
Gerais, receberam a notícia de uma liminar de reintegração de posse, despejo,
para ser executada no inicio mês de agosto. Caso não seja revertida, parte das
170 famílias em retomada de território ao lado do Rio São Francisco podem ser
despejadas. A situação está muito tensa, pois as 5 Comunidades do Quilombo
Lapinha jamais aceitarão despejo. O Quilombo Lapinha possui reconhecimento pela
Fundação Cultural Palmares e possui também o Relatório Técnico de Identificação
e Delimitação (RTID), que delimita o território tradicional. Todos os
quilombolas já têm suas casas construídas e terra plantada que lhes dá o
sustento. No Quilombo Lapinha tem rede de energia elétrica, escola, serviço de
saúde, entre outros equipamentos públicos que lhes são de direito. Desde o
século XVII, as famílias constroem no local sua história, reafirmam a sua
cultura e perpetuam os saberes e dinâmicas de cuidado com a mãe terra e com o
irmão Rio São Francisco. Apesar desse contexto histórico de vivência e de
cuidado do território de maneira sustentável, o Quilombo Lapinha está sob
ameaça iminente de despejo. Espera-se que o Governo de Minas Gerais se abra para
negociação, não insista em fazer o despejo e cumpra o direito constitucional de
acesso dos quilombolas ao seu território tradicional. Reivindicamos também que
o Ministério Público Federal (MPF) e Defensorias Públicas Estadual e da União,
DPE/MG e DPU sigam firmes na defesa judicial do Quilombo Lapinha. É claro
também que a competência jurídica sobre Comunidades Quilombolas é da justiça
Federal. E há também decreto do Governo do estado de Minas Gerais pró
permanência das Comunidades Quilombolas Lapinha nas áreas retomadas. Logo, a
decisão judicial do TJMG está recheada de inconstitucionalidades, ilegalidades,
irregularidades e injustiça que clama aos céus. Os quilombolas da Lapinha estão
determinados: “LUTAR E RESISTIR. DO QUILOMBO NÃO VAMOS SAIR.” NEGOCIA, ZEMA.
NEGOCIA, GOVERNO.
Quilombola do Quilombo Lapinha. Foto: acervo da CPT/MG.
*Filmagem de Zilah de
Mattos, agente de pastoral da CPT-MG. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da
CPT-MG. Matias Cardoso, norte de MG, 24/7/2019. Apoio e divulgação: Frei
Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
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Sugerimos.
Quilombo
histórico Lapinha, em Matias Cardoso, norte de MG: 170 famílias ameaçadas de
despejo. NEGOCIAÇÃO, JÁ! - Vídeo 1 - 24/7/2019.
170 famílias da comunidade
“Quilombo Lapinha”, localizada em Matias Cardoso, norte de Minas Gerais,
receberam a notícia de uma liminar de reintegração de posse, despejo, para ser
executada no inicio mês de agosto. Caso não seja revertida, 170 famílias em retomada
de território ao lado do Rio São Francisco podem ser despejadas. A situação
está muito tensa, pois as Comunidades do Quilombo Lapinha jamais aceitarão
despejo. O Quilombo Lapinha possui reconhecimento pela Fundação Cultural
Palmares e possui também o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação
(RTID), que delimita o território tradicional. Todos os quilombolas já têm suas
casas construídas e terra plantada que lhes dá o sustento. No Quilombo tem
energia elétrica, escola, serviço de saúde, entre outros equipamentos públicos
que lhes são de direito. Desde o século XVIII, as famílias constroem no local
sua história, reafirmam a sua cultura e perpetuam os saberes e dinâmicas de
cuidado com a mãe terra e com o irmão Rio São Francisco. Apesar desse contexto
histórico de vivência e de cuidado do território de maneira sustentável, o
Quilombo Lapinha está sob ameaça iminente de despejo. Espera-se que o Governo
de Minas Gerais reverta a decisão e cumpra o direito constitucional de acesso
dos quilombolas ao seu território tradicional. Reivindicamos também que o
Ministério Público Federal (MPF) e Defensorias Públicas Estadual e da União,
DPE/MG e DPU sigam firmes na defesa judicial dos Quilombos Lapinha. É claro
também que a competência jurídica sobre Comunidades Quilombolas é da justiça
Federal. E há também decreto do Governo do estado de Minas Gerais pró
permanência das Comunidades Quilombolas Lapinha mas áreas retomadas. Logo, a
decisão judicial do TJMG está recheada de inconstitucionalidades, ilegalidades,
irregularidades e injustiça que clama aos céus. DESPEJO, NÃO. NEGOCIAÇÃO, JÁ!
*Filmagem de Zilah de Mattos,
agente de pastoral da CPT-MG. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG.
Matias Cardoso, norte de MG, 24/7/2019.
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CEBs e Políticas Públicas: Vida e Dignidade no Campo e na Cidade
XIV Encontrão de CEBs de Taiobeiras, no norte de MG, Arquidiocese de Montes Claros, dia 28/7/2019. Fotos: Nilson, das CEBs de Taiobeiras.
XIV Encontro das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) de Taiobeiras, norte de Minas Gerais - Paróquia São Sebastião de Taiobeiras - Arquidiocese de Montes Claros.
As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) são na igreja e na sociedade sinal de fé cristã e libertação. Na sua caminhada profética e missionária, as CEBs defendem vida digna para todos/as, justiça e direitos iguais. Que o acesso à terra, à água, ao alimento, à saúde e à educação de qualidade seja para todos/as. Assim como o direito de ir e vir, trabalhar e se divertir, direito de conviver com a família, comunidade e sociedade.
Inspirados pela palavra que nos convoca para o compromisso cristão e chamados a ser igreja em saída, as CEBs da Paróquia São Sebastião de Taiobeiras realizam domingo, dia 28 de julho de 2019, o 14º Encontrão com o tema: “CEBs e Políticas Públicas – Vida e Dignidade no Campo e na Cidade”. Participaram mais de 400 pessoas vindas das Comunidades Eclesiais de Base de Taiobeiras, Indaiabira, Salinas, São João do Paraíso, Novo Horizonte e Rio Pardo de Minas.
Celebramos os 30 anos de caminhada de nossas CEBs aqui do município de Taiobeiras, no norte de Minas Gerais, na Arquidiocese de Montes Claros. Foram recordadas a vida e a história de nossas comunidades e de tantas pessoas que participaram da construção desta história conduzindo a bandeira das CEBs e os Roteiros de Reflexão que motivaram e continuam motivando os Círculos Bíblicos e a organização das comunidades ao longo dos últimos 30 anos.
Celebramos também o dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural. Mulheres e Homens incansáveis, que, com carinho, cultivam a terra e produzem o alimento para o sustento das famílias do campo e da cidade. O encontro teve inicio na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Taiobeiras e seguimos em marcha passando pelos bairros Nossa senhora de Fátima e Santos Cruzeiro até o Centro de Formação São Sebastião, onde continuamos o 14º Encontrão das CEBs. Tivemos a alegria de contar com a assessoria de Sônia Gomes de Oliveira, presidente do Conselho Nacional dos Leigos do Brasil; do frei Gilvander Luís Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT); e do Artista Popular Sebastião Estevão, nosso querido Farinhada. Estiveram presente as Irmãs religiosas da Paróquia de Taiobeiras e da Paróquia Santo Antônio, de Salinas, também representantes do movimento sindical, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Geraizeiro, Escola Família Agrícola (EFA) Nova Esperança, associações e mandatos populares. Foi um marcante momento de celebração, formação e animação com apresentações culturais envolvendo os jovens e o grupo cultural “As Mineirinhas”, inclusive.
“Estamos muito felizes, com a presença de todos. Somos CEBs, povo corajoso. Hoje é um dia muito importante: 30 anos de Caminhada das CEBs na Paróquia de Taiobeiras e celebrando o dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Era para ser um dia de pura alegria, mas vivemos as tristezas pelas perdas de grandes conquistas sociais. Somos convidados a sermos como o Trem das CEBs que anda pra frente, lembrando que precisamos caminhar com um olho na Bíblia e outro na vida”, disse Geraldo Caldeira Barbosa, diretor do STR de Taiobeiras.
Nossa assessora Sônia refletiu conosco, entre tantas que coisas que “é com grande alegria que nos reunimos mais uma vez neste chão, neste turrão norte mineiro. Para refletir sobre Espiritualidade das CEBs. Poderíamos começar perguntando: O que é espiritualidade? Espiritualidade é o que estamos vivendo aqui hoje, que fala da vida, da realidade, embasadas na Palavra de Deus, no direito e na Justiça. Quando falamos de espiritualidade falamos de Deus que caminha conosco. A espiritualidade das CEBs tem Bíblia na mão e na vida. As músicas das CEBs falam da vida em comunidade. A espiritualidade das CEBs não deve se comparar a samambaia, nem ao abacaxi, nem ao abacate. Precisamos assumir em nossas vidas a espiritualidade modelo laranja, Igreja organizada com muitas comunidades, dentro do mundo como as sementes dentro da laranja. Tudo junto, gosto e sabor. Precisamos ter a espiritualidade de Jesus Cristo, que não fez distinção de ninguém, juntamente com o grande incentivador de uma Igreja em saída, o Papa Francisco. As celebrações de nossas igrejas nem sempre trabalham a realidade. A ausência de saúde, água e políticas públicas clamam, pois se não estava bom, agora se tornou pior. Devemos ter cuidado com a maneira em que usamos o nome de Deus. Concluiu com musica “ninguém solta a mão de ninguém.”
Frei Gilvander, outro assessor nosso, iniciou sua fala dizendo: “Dia é tempo de luz. Noite é tempo de trevas. As palavras dia e Deus parecem, são primas irmãs. Logo, dizer ‘bom dia’ é dizer ‘bom Deus”. Precisamos trabalhar uma sociedade que valorize a gratuidade. Destacou quatro pontos necessários para se ter Políticas Públicas: 1) Superar o medo e encher-nos de Coragem e Fé; 2) Honrar Jesus Cristo, mártir e preso político na sua época; honrar os antepassados; 3) Lutar por justiça, atacando o mal pela raiz. Não basta sermos pessoas solidárias; 4) Devemos ser parecidos com o Bom Pastor do Evangelho de João (Jo 10), que, por amor ao próximo convida o rebanho para sair do redil (curral) e ir para campo aberto em vida de pastagens abundantes, o que passa pela luta por direitos, por cidadania. Infelizmente, a maioria dos líderes religiosos, atualmente, sejam padres ou pastores, estão convidando o povo para ficar entocado dentro das igrejas. Assim, estão sendo falsos pastores. O correto é convidar o povo para ‘para fora’ para o espaço do público e lutar pelos direitos, associando as dimensões espiritual e social da fé cristã. Precisamos colocar em prática o Jesus da missão toda, primeira parte solidária, curas partilhas, misericórdia, compaixão; a segunda, luta por justiça e denúncia das injustiças. O Medo é o contrário de Fé. Sinônimo de fé é coragem. Ótimo remédio para vencer o medo é participar de lutas concretas. “Povo unido jamais será vencido. Povo organizado jamais será pisado.”
O momento da partilha dos alimentos, na hora do almoço, nos fez recordar a partilha dos pães, narrado no Evangelho de Lucas 9,10 -17 e também em Mateus, Marcos e Lucas. O alimento vindo das comunidades e trazido gratuitamente foi suficiente para alimentar mais de 400 pessoas e ainda sobrou “12 cestos”. O mesmo se deu na partilha dos 30 bolos que as comunidades trouxeram para a festa dos 30 anos de história e caminhada das CEBs na paróquia em Taiobeiras. A partilha não acontece somente no alimento, mas também na luta em defesa dos Direitos Humanos fundamentais. Neste sentido foi elabora, lida e aprovada uma carta em defesa do Quilombo Lapinha, município de Matias Cardoso, no norte de Minas Gerais, onde 170 famílias se encontram injustamente ameaçadas de despejo. A Carta propõe a suspensão do despejo até que seja encaminhada Negociação série e idônea na Mesa de Mediação de conflito do Estado de Minas Gerais.
O encontro teve o encerramento marcado pela celebração participativa da Eucaristia com muita animação com entrada dos vagões do Trem das CEBs, bandeiras de todas as comunidades, os bolos como oferta, fruto do trabalho e da mãe terra e a imagem da mãe Aparecida que nos inspira, protege e nos impulsiona para a luta em defesa dos empobrecidos – os preferidos do Deus da vida -, cumprindo a profecia do Magnificat: “Ele agiu com a força de seu braço, dispersou os arrogantes de coração; derrubou dos tronos os poderosos e exaltou os humildes; encheu de bens os famintos e despediu os ricos sem nada” (Lc1,51-53).
Durante o Encontro foi homenageado o Padre Ernesto de Freitas Barcelos.
Na porta do céu / Tira esse avental / E entra logo Ernesto / Camarada justo e fiel /A casa é tua / Descansa / E não me leves a mal: Da voz rouca / Da pouca saúde da perna / Da viagem breve / Do peso (leve) / Do preço (caro) da coerência / E da licença pra partir.
(Poesia escrita pelo Padre Antônio Claret)
Taiobeiras, norte de MG, 28 de julho de 2019.
Obs.: Eis, abaixo, algumas fotografias do XIV Encontrão das CEBs de Taiobeiras, dia 28/7/2019.
Tributo ao Padre Ernesto: Um Profeta no meio do Povo - Versão melhor. 27/7/2019.
Padre Ernesto de Freitas Barcelos nasceu aos 08 dias do mês de setembro de 1955. Padre Ernesto, das CEBs, da CPT, da Pastoral Carcerária, da Fraternidade Charles de Foucauld, do Cebi etc. Padre Ernesto, um Profeta no meio do Povo! Filho de Geraldo Luiz de Barcelos e Waldemira de Freitas, Padre Ernesto nasceu aos 08 dias do mês de setembro de 1955. Entrou para o Seminário em 1978; foi ordenado Diácono em setembro de 1984 na Paróquia Cristo Rei, em Ipatinga e sua ordenação presbiteral foi aos 13 de janeiro de 1985, por Dom Lelis Lara, na Paróquia Nossa Senhora do Pilar, em Pitangui. Antes de ficar licenciado, era pároco da Paróquia Bom Jesus, em Bom Jesus do Amparo. Nesse último sábado de julho, dia 27/7/2019, fez sua Páscoa definitiva. Padre Ernesto, agora em vida plena, deixa-nos um imenso legado espiritual, ético e profético. Padre Ernesto continuará vivo em nós na luta ao lado dos injustiçados, por seus direitos. Saudade já e eterna gratidão pelo testemunho durante quase 64 anos do ensinamento e práxis de Jesus de Nazaré. PADRE ERNESTO DE FREITAS BARCELOS, PRESENTE NA VIDA PLENA E ENTRE NÓS NA LUTA...SEMPRE, na construção do Reino de Deus a partir do Aqui e do Agora. *Vídeos da XVIII e da XX Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais: frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI.
*Outros videos: Redes Sociais *Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. 27/7/2019
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
Padre Ernesto, presente e sempre vivo em nós na luta! O seu sonho não morreu. - 28/7/2019.
Padre Ernesto de Freitas Barcelos nasceu aos 08 dias do mês de setembro de 1955. Padre Ernesto, das CEBs, da CPT, da Pastoral Carcerária, da Fraternidade Charles de Foucauld, do Cebi etc. Padre Ernesto, um Profeta no meio do Povo! Filho de Geraldo Luiz de Barcelos e Waldemira de Freitas, Padre Ernesto nasceu aos 08 dias do mês de setembro de 1955. Entrou para o Seminário em 1978; foi ordenado Diácono em setembro de 1984 na Paróquia Cristo Rei, em Ipatinga e sua ordenação presbiteral foi aos 13 de janeiro de 1985, por Dom Lelis Lara, na Paróquia Nossa Senhora do Pilar, em Pitangui. Antes de ficar licenciado, era pároco da Paróquia Bom Jesus, em Bom Jesus do Amparo. Nesse último sábado de julho, dia 27/7/2019, fez sua Páscoa definitiva. Padre Ernesto, agora em vida plena, deixa-nos um imenso legado espiritual, ético e profético. Padre Ernesto continuará vivo em nós na luta ao lado dos injustiçados, por seus direitos. Saudade já e eterna gratidão pelo testemunho durante quase 64 anos do ensinamento e práxis de Jesus de Nazaré. PADRE ERNESTO DE FREITAS BARCELOS, PRESENTE NA VIDA PLENA E ENTRE NÓS NA LUTA...SEMPRE, na construção do Reino de Deus a partir do Aqui e do Agora.
Padre Ernesto de Freitas Barcelos. Foto: Maria José de Souza (Maju).
*Vídeos da XVIII e da XX Romaria das Águas e da Terra do Estado de Minas Gerais: frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. *Outros vídeos: Redes Sociais
*Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. 27/7/2019 *Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
Padre Ernesto de Freitas Barcelos. Fotos: Maria José de Souza (Maju) e Maria Imaculada de Oliveira e Silva.
O sol brilhou mais dia 8 de setembro
de 1955, porque estava nascendo Ernesto de Freitas Barcelos, que se tornou
padre do clero da Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano, MG, e, acima de tudo,
um profeta do Reino de Deus no meio do povo. Dia 27 de julho de 2019, às 8h30,
iniciou-se mais uma linda festa no céu, pois com quase 64 anos “combatendo o
bom combate”, sendo profeta do Reino de Deus no meio do povo, padre Ernesto fez
sua travessia para a vida plena, vida terna e eterna. Em Pitangui, MG, padre
Ernesto iniciou sua caminhada aqui no Planeta Terra e também nos deixou
fisicamente.
Falar sobre o padre Ernesto é difícil,
pois diante dele temos que tirar as sandálias, porque estamos diante de uma
“terra sagrada”, pessoa sagrada que, como Jesus Cristo, conquistou pelo seu
jeito de ser e agir uma santa autoridade. Padre Ernesto jamais se curvou diante
dos poderosos.Em missão em Acaiaca, MG,
fiquei profundamente comovido quando soube da passagem do padre Ernesto para a
eternidade. Inesperadamente ele partiu... Penso que todas as pessoas que
tiveram a alegria e a responsabilidade de conviver com padre Ernesto, de fazer
pastoral e missão libertadoras ao lado dele têm o dever de escrever e/ou gravar
áudio e/ou registrar em vídeo algo do muito que padre Ernesto fez e ensinou no
meio do povo pelo Brasil afora. A Bíblia existe graças às milhares de pessoas
que perceberam a importância e a necessidade de registrar os ensinamentos e a
práxis das profetizas e dos profetas na caminhada do povo da opressão para a
libertação. Arrisco escrever aqui um pouco do muito que vi, ouvi, senti e
aprendi com padre Ernesto, tendo tido a alegria e a responsabilidade de lutar
ao lado dele inúmeras vezes, desde 1994.
Padre Ernesto me marcou indelevelmente
desde a 1ª vez que o vi. Foi em uma missa na igreja de Cristo Libertador, em
Ipatinga, MG, onde ele conclamava a todas/os que lotaram a igreja e um grande
número de padres presentes a repudiar as ameaças de morte que estava sofrendo o
padre Ricardo Resende, da CPT de Rio Maria, no Pará. Padre Ernesto me ensinou
que as ameaças de morte a quem está na luta contra as injustiças são também
ameaças de ressurreição.
Padre Ernesto sempre nos interpelava
para a vivência coerente com o ensinamento de Jesus Cristo e com o seu
Evangelho; primeiro, por ter vivido sempre de forma simples e austera. Sempre
calçando sandálias de dedo, com camiseta das CEBs, ou das Romarias da Terra e
das Águas, ou de Pastorais Sociais, ou do Grito dos Excluídos – umas camisetas trazia a inscrição
"Desobedeça!"; outra, "Luto pela democracia"; outra,
"A causa indígena é de todos nós" - , embornal, no ombro, com balas
de rapadura e gengibre que ele sempre levava para partilhar, e trajando
calça surrada. Para proteger a cabeça do sol, Ernesto usava chapéu de palha ou
bonés das romarias, da Pastoral Carcerária, do MST, das CEBs ... Símbolo da
aliança com a causa dos injustiçados, o anel de tucum Ernesto sempre carregava
em um dedo da mão. Com esse estilo de vida simples padre Ernesto testemunhava a
única possibilidade de futuro na nossa única Casa Comum, o Planeta Terra:
construirmos uma sociedade do Bem Viver e Conviver, freando o progresso e o
desenvolvimento econômico de uma
minoria, socializando os bens da criação e preservando ao máximo a mãe terra,
as nascentes, revitalizando as bacias hidrográficas, reconstituindo os biomas e
ecossistemas e, óbvio, vivendo com o mínimo de forma sóbria e austera. Padre
Ernesto não apenas fez Opção pelos Pobres, mas viveu pobre.
Padre Ernesto sempre apontava o rumo
certo e libertador das lutas populares, sempre com Opção de Classe Trabalhadora
e de Classe Camponesa, Opção pelos Pobres. Padre Ernesto nunca fez média com a
pequena burguesia e muito menos com a classe dominante. Ele estava sempre do
lado dos empobrecidos e violentados por uma sociedade capitalista, máquina de
moer vidas. Padre Ernesto sabia e ensinava que o Evangelho de Jesus Cristo é
ótima notícia para os empobrecidos, mas péssima notícia para os opressores.
Padre Ernesto trabalhou em paróquias
durante décadas, mas nunca se restringiu à burocracia das paróquias e nem ficou
limitado aos limites geográficos das paróquias ou da sua Diocese. Com teimosia
e garra, padre Ernesto participava sempre de todas as lutas do povo. Ele
marcava presença em tudo que gera vida, fraternidade real e liberdade para o
povo. Foi protagonista na Pastoral Carcerária, ciente de que todo preso é um
preso político e devemos lutar para construirmos uma sociedade sem prisões, pois
Jesus iniciou sua missão pública possuído por uma ira santa ao saber que o
profeta João Batista tinha sido preso e, algemado, tinha sido empurrado para
dentro de uma prisão de segurança máxima, conforme escreveu o historiador
Flávio Josefo. Padre Ernesto alertava sempre que Jesus anunciou em seu discurso
de abertura de sua missão pública um projeto de libertação integral: econômica,
política, social e espiritual, onde consta a libertação dos presos, inclusive.
Jesus foi prisioneiro político condenado injustamente pelos podres poderes da
economia, da política e da religião.
Padre Ernesto sempre foi um animador das
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), cônscio de que as CEBs são o jeito
normal/antigo da igreja ser e agir, sendo fermento no meio da massa alienada e
cegada, luz no meio das trevas das opressões e corrupções e sendo sal para
impedir tantas deteriorações, entre as quais a desencarnação da fé cristã, a
amputação da dimensão social da fé cristã, os espiritualismos, os intimismos e
os fundamentalismos. Para participar dos Intereclesiais (Encontros Nacionais
das CEBs), padre Ernesto sempre organizava uma caravana de romeiras e romeiros
que, mesmo não sendo representantes das CEBs no Intereclesial, participavam de
vários momentos dos Intereclesiais e bebiam na mesma fonte de espiritualidade
libertadora.
Padre Ernesto foi sempre um agente de
pastoral da Comissão Pastoral da Terra (CPT), pois sabia que sem a partilha, a
socialização e a democratização da mãe terra não haverá justiça agrária, nem
justiça urbana, nem justiça socioambiental e nem respeito aos direitos humanos
fundamentais. Padre Ernesto foi um entusiasta animador, organizador e
participante das Romarias das Águas e da Terra no estado de Minas Gerais e em
outros estados. Inesquecível ver a paixão do padre Ernesto pela Bíblia lida e
interpretada em uma linha libertadora. As homilias do padre Ernesto e suas
falas nas Romarias, sempre inspiradas na Bíblia, brotavam de genuína inspiração
bíblica. Padre Ernesto participou junto com uma caravana de 50 pessoas das CEBs
do Vale do Aço das duas Romarias da Terra do noroeste de Minas Gerais,
realizadas em Arinos em 25/7/1991 e 25/7/1993, romarias que levaram à prisão e
condenação do assassino dos camponeses posseiros irmãos Januário e José Natal e
à fuga do mandante do assassinato dos posseiros, o fazendeiro José Alfredo, que
desapareceu. Interrompeu-se com essas duas romarias a matança sem nenhuma
punição de camponeses no noroeste de Minas Gerais.
Padre Ernesto participava também do Centro
Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI), pois sabia que a Bíblia, se interpretada
de forma sensata a partir dos empobrecidos, se torna um farol aceso e um motor
possante na nossa caminhada e luta pela construção do Reino de Deus a partir do
aqui e do agora. Padre Ernesto era essencialmente missionário, apóstolo do
Reino de Deus, ungido e outro Cristo no nosso meio. Por isso, ele animava,
organizava e realizava Missões Populares, não em uma linha só de devoção, mas
em uma perspectiva de entrosamento da fé cristã com a realidade do povo. Padre
Ernesto foi missionário em regiões assoladas por injustiças agrárias e sociais,
tais como: Rio Maria no Pará, onde padre Ernesto lutou ao lado do padre Ricardo
Resende fortalecendo a luta dos camponeses contra as violências perpetradas pelo
latifúndio e pelos latifundiários. Padre Ernesto atuou pastoralmente também na
Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, ao lado do profeta, místico
e poeta Dom Pedro Casaldáliga e de sua Equipe missionária. Padre Ernesto foi
missionário no norte de Minas Gerais, em Riacho dos Machado e região. Foi
também missionário no Vale do Jequitinhonha em Fronteira dos Vales, em Bandeira
etc.
Padre Ernesto não era neutro
politicamente. Ele participava também do Movimento de Fé e Política, pois sabia
que política não se reduz a política partidária e nem a politicagem, mas é luta
pelo bem comum. Padre Ernesto, onde estava, era um ardoroso defensor dos Direitos
Humanos fundamentais. Por isso foi muito incompreendido, perseguido e caluniado
por pessoas integrantes da pequena burguesia e/ou da classe dominante.
Padre Ernesto também lutou na defesa dos
direitos dos povos indígenas. Eis um exemplo: a partir de 1986 é que a luta e
visibilidade do Povo Indígena Kaxixó, que resiste nos municípios de Martinho
Campos e Pompéu, no centro-oeste mineiro, teve início no cenário indigenista e
indígena no país, considerados como povo ressurgido.O sindicato dos trabalhadores Rurais (STR) de
Pompéu por meio de seu presidente, o Sr. Ivo Machado, foi a primeira entidade
que acudiu e assessorou os Kaxixó quando as perseguições e conflitos
perpetrados pelos fazendeiros locais se acirraram. De imediato, o sindicalista
Ivo Machado (assassinado tempos depois) fez contato com o coordenador da
CPT/MG, padre Jerônimo Nunes, que visitou junto com o padre Ernesto as
Comunidades Kaxixó situadas à beira do rio Pará. Foram decisivas as
colaborações iniciais da CPT/MG à luta Kaxixó, cuja equipe também contou com a
participação de Geraldo Cristino de Assunção, conhecido carinhosamente como Tiago,
agente de pastoral da CPT/MG, e do Padre Ernesto, grande conhecedor da região
de Pitangui, sua terra natal. Padre Ernesto realizou inúmeras visitas ao Povo
Indígena Kaxixó, inclusive quando da realização dos trabalhos de campo
relativos ao projeto: “Kaxixó: Quem é este povo”, desenvolvidos pelas entidades
CEDEFES (Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva) e ANAI (Associação
Nacional de Ação Indigenista), quando visitou taperas antigas, grutas, sítios
arqueológicos e cemitérios indígenas, ajudando na identificação do território
ancestral Kaxixó.
Se tivesse tempo, poderíamos citar
inúmeras frases anunciadas pelo padre Ernesto com muita paixão e amor ao
próximo. Por exemplo, padre Ernesto, sempre bem-humorado e atencioso com
todos/as dizia: “Jesus passou no nosso
meio só fazendo o bem para todos, principalmente para os oprimidos e
explorados. Eu gosto muito de uma frase do Gandhi que diz ‘Eu não conheço uma
pessoa que mais fez bem para a humanidade do que Jesus, mas vocês que se dizem
cristãos atrapalham a mensagem de Jesus’.... As coisas partilhadas rendem. ... Quem calunia os que lutam por
justiça não têm perdão. Caminhemos na justiça, no amor, pois justiça e paz se
encontrarão.”
Realmente o Roberval, da Pastoral dos
Migrantes, tem razão ao cantar que padre Ernesto foi – e continuará sendo - “um
padre amigo, sem riqueza e sem poder”. Padre Ernesto não foi sepultado, mas
semeado no coração da mãe terra. Padre Ernesto virou semente e se multiplicou.
Gratidão eterna, padre Ernesto, pelo
imenso legado espiritual, ético, profético e revolucionário que você nos
deixou. Perdemos sua presença física, mas você continuará sempre vivo em nós,
na luta. Que o Deus da vida nos dê a coragem e a sabedoria necessária para
honrarmos seu nome, seus ensinamentos, sua coragem e seu jeito destemido de
lutar ao lado dos empobrecidos construindo o Reino de Deus aqui e agora também.
Enfim, como padre Ernesto, que compartilha o nome com Ernesto Che Guevara, é
sempre mais do que nossas visões parciais e localizadas nos permitem alcançar e
também para o texto não ficar muito longo, termino com a eloquente poesia “Na
porta do céu”, do Padre Antônio Claret, outro profeta do Reino de Deus no meio
do povo, sobre Padre Ernesto de Freitas Barcelos:
Na
porta do céu
Tira esse avental
E entra logo Ernesto
Camarada justo e fiel
A casa é tua
Descansa
E não me leves a mal:
Da voz rouca
Da pouca saúde da perna
Da viagem breve
Do peso (leve)
Do preço (caro) da coerência
E da licença pra partir.
Belo Horizonte, MG, 30/7/2019.
Obs. 1: Eis, abaixo, além de vídeos, algumas fotografias do padre Ernesto de Freitas Barcelos.
Obs. 2: Os vídeos,
abaixo, ilustram o tratado acima.
1 - Tributo ao
Padre Ernesto: Um Profeta no meio do Povo - Versão melhor. 27/7/2019
2 - Padre
Ernesto, presente em nós na luta! O seu sonho não morreu. - 28/7/2019
3 - Padre
Ernesto faz denuncia crimes em Felisburgo, MG, no III Enc de CEBs de Almenara -
2 a 4 12/2011
4 - Parte 6: 20a
Romaria das Águas e da Terra/MG. O Grito da Terra II. Padre Ernesto. Unaí,
23/7/17
5 - Padre
Ernesto, Veio e Simão: XVIII Romaria da terra e das águas de MG (8a parte),
Brejo.
6 - Marcha
Profética - 20a Romaria das Águas e da Terra/MG "Nas Veredas da Fé"-
22/7/2017
7 - "Nas
Veredas da Fé" e a 20a Romaria das Águas e da Terra/MG- 2a Parte - 22/ 7
/2017
[1]
Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG;
licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP;
mestre em Ciências Bíblicas; assessor da CPT, CEBI, CEBs, SAB e Ocupações;
prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo
Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br
– www.twitter.com/gilvanderluis
– Facebook: Gilvander Moreira III
Nos caminhos e nas trilhas da CPT/MG: 40 anos de luta - 1979 a 2019 / Madalena: CPT e Rede de Apoio - A Força da Unidade - Vídeo 4 - 07/3/2018.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Minas Gerais, celebra, neste ano de 2019, seus 40 anos de luta, , inspirada pela memória subversiva do Evangelho de Jesus de Nazaré. Frei Gilvander Moreira e equipe de Resgate dos 40 anos de luta da CPT/MG mobilizam-se para colher depoimentos, relatos, histórias e testemunhos de Agentes de Pastoral da CPT ou pessoas a eles/elas ligadas, para que seja resgatada a memória histórica dessa luta solidária, transformadora, libertadora, junto aos camponeses e camponesas. Nesse vídeo, a 4ª parte do depoimento de Madalena, Agente de Pastoral da CPT/MG no Vale do ex-rio Doce, a partir da cidade de Governador Valadares. Uma vida de luta em defesa dos oprimidos, dos sem terra, sem voz e sem vez.
*Reportagem de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT/MG. Governador Valadares/MG, 07/3/2018.
*Inscreva-se no You Tube, no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander, acione o sininho, receba as notificações de envio de vídeos e assista a diversos vídeos de luta por direitos sociais. Se assistir e gostar, compartilhe. Sugerimos.
Nota de apoio à ACAMARES
(Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Sarzedo, MG): valorizando vidas
e tecnologias limpas
Catadoras no atual galpão da ACAMARES, fazendo a triagem dos Materiais Recicláveis – Sarzedo, MG. Fotos: Alenice Baeta.
A
sede da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Sarzedo (ACAMARES) fica
em um galpão situado na Rua São Judas Tadeu, nº 80, no Distrito Industrial do
município de Sarzedo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), MG. Por
entre inúmeras pilhas variadas de materiais recicláveis, trabalha uma aguerrida
equipe, composta por 9 mulheres catadoras e 1 homem catador. O galpão é
dividido em escritório, sala de reunião e de oficinas, além dos ambientes destinados
ao acondicionamento, triagem e máquinas de prensa para confecção dos fardos de
materiais recicláveis.
A
ACAMARES trabalha muito para se manter em funcionamento. Atualmente, possui uma
parceria com a prefeitura de Sarzedo, na modalidade de fomento, por meio do
Termo nº 06/2019, que garante infraestrutura para o desenvolvimento da
atividade. No entanto, a primeira necessidade, com base na Lei que instituiu a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, é a coleta seletiva. A coleta
seletiva com inclusão social e produtiva dos catadores é o reconhecimento do
trabalho dos(as) catadores(as) como serviço essencial na gestão municipal dos
resíduos sólidos. Não existe em Sarzedo coleta seletiva municipal. Há apenas um
caminhão que recolhe materiais recicláveis em alguns setores administrativos da
prefeitura e em algumas lojas do comércio local, não tendo uma rota definida,
nem equipe com treinamento para a coleta seletiva. Este modelo que o município
chama de coleta seletiva é feito sem a participação dos catadores e sem
mobilização social e participação popular. Infelizmente, o material recolhido,
que é muito pouco, é entregue no galpão da ACAMARES, sem cumprir uma rotina. A
falta de cumprir uma agenda de coleta faz com que os pontos de coleta venham se
enfraquecendo e conseqüentemente diminuindo a quantidade de material que chega ao
galpão.
Atualmente,
a ACAMARES recebe o maior volume de material do município vizinho, Mário Campos,
e de algumas empresas locais. O intuito da equipe da ACAMARES, que pertence ao
Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), é que a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, que vigora há nove anos, seja simplesmente
cumprida em Sarzedo.
Em
entrevista a frei Gilvander Moreira, associadas da ACAMARES relatam que o atual
galpão está pequeno e que, por isso, não há condições de armazenamento de
materiais e colocação de caçambas de vidro e sucatas. Por esse motivo na
ACAMARES há materiais armazenados na área externa do galpão, de forma
inadequada. Isso já foi oficializado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente,
que ainda não deu uma solução. Tudo isso compromete a logística e organização
do trabalho e, por consequência, a renda da ACAMARES fica muito mais baixa do
que necessitam e planejam.
Cada
trabalhador/a da ACAMARES tem recebido em média 570 reais por mês, o que é muito
pouco para mães e pais de família se manterem. Os/As trabalhadores/as contam
que gostam muito do ofício de catador/a e têm muito orgulho de saber que estão
colaborando para a limpeza da cidade onde moram. As/Os catadoras/es têm a plena
consciência de que cada vidro, plástico, papel
ou alumínio reciclado reduz o consumo de matéria-prima e diminui a poluição da
água, do ar e do solo. Segundo uma das catadoras, “o lixo é o nosso ouro.” Pena que o poder público local parece ainda
não ter percebido a grandeza deste importante empreendimento limpo e inovador na
cidade, que poderia gerar muito emprego, inclusive.
A
Lei n. 12.305, de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, esclarece sobre a necessidade de uma gestão integrada e instrui sobre
o gerenciamento de resíduos sólidos e as responsabilidades dos geradores, do
poder público e os instrumentos econômicos aplicáveis. Tal lei proibiu lixões e aterros irregulares no Brasil,
estabelecendo prazo para o seu fechamento; prazo que já foi adiado. Em
seu artigo terceiro, indica a necessidade de um acordo setorial, ou melhor,
parcerias a serem firmadas entre o poder público e
fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. Ainda
orienta sobre a necessidade de um controle de mecanismos e procedimentos que
garantam à sociedade informações e participação nos processos de formulação,
implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos
sólidos no país, indicando ainda a premência da implantação de um plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Em nível estadual, a Lei
18.031/2009 arbitra este tema destacando os princípios da não-geração, redução, reaproveitamento,
reciclagem, tratamento e disposição final, ambientalmente adequada, reiterando
a política de responsabilidade socioambiental compartilhada entre setor
público, geradores, transportadores, distribuidores e consumidores. Orienta que
as ações que cabem aos governos deverão se pautar, entre outros aspectos, pelo
reconhecimento da atuação das/os catadoras/es nas ações que envolvam o fluxo de
resíduos sólidos, como forma de garantir-lhes condições dignas de trabalho. Esclarece
ainda entre outros, sobre necessidade de consórcios municipal,
intermunicipal, coleta seletiva e gestão integrada de resíduos sólidos. Cadê COLETA
SELETIVA E GESTÃO INTEGRADA em Sarzedo?
Deve-se sempre incentivar as tecnologias limpas, em
vez de empreendimentos que causam danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas,
como vem sendo observado em Sarzedo, que parece dar preferências a atividades
de mineradoras, terminais ferroviários e incineradoras de resíduos tóxicos
industriais (empresa ECOVITAL), entre outros. Segue um resumo das medidas emergenciais
REIVINDICADAS PELA ACAMARES a serem estabelecidas no que se refere ao
funcionamento eficaz de uma política de resíduos sólidos em Sarzedo:
. Cumprimento da legislação vigente relativa à política
de resíduos sólidos no município, por meio de uma rede contínua de
compartilhamento envolvendo poder público, empresas e moradores locais e por
meio também de programas ambientais e de educação popular que promovam a
conscientização da sua importância;
. Apoio eficaz do poder público municipal a ACAMARES,
assumindo a remuneração de um salário mínimo pelo trabalho prestado pelas
catadoras e catadores, garantindo que a ACAMARES consiga manter em dia a
contribuição com o INSS, transporte (Cartão Ótimo) e cesta básica;
. Locação da ACAMARES em um galpão mais ampliado, com
área externa, para que possa aumentar e ampliar as atividades de coleta e
colocação de caçambas para vidros e sucatas e, por conseguinte, contratação de
novas/os trabalhadoras/es/catadoras/es, gerando empregos e renda na cidade;
. Investimento em tecnologias limpas, prezando a
limpeza do município, preservação do meio ambiente e saúde da sua população. A reciclagem apresenta-se como uma solução
logisticamente viável, economicamente rentável e ambientalmente correta. Urgente que Sarzedo promova uma política
integrada que esteja em sintonia com a legislação em vigor, que envolva de
forma eficaz o poder público local, as empresas que ali atuam e os moradores
locais comprometidos com a rede dos 5Rs, ou seja: as fases Repensar, Reduzir,
Recusar, Reutilizar e Reciclar;
. Implementação da coleta seletiva com inclusão
socioprodutiva de catadores, mobilização e sensibilização da população
envolvendo as secretarias de Meio Ambiente, Desenvolvimento Social, Educação,
Saúde e Comunicação.
Assinam esta
Nota:
Associação
de Catadores de Materiais Recicláveis de Sarzedo (ACAMARES)
Comissão
Pastoral da Terra (CPT/MG)
Centro
de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES)
Movimento
Nacional dos Catadores de Material Reciclado (MNCR)
Associação
Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT)
Sarzedo-MG,
25 de julho de 2019.
Álbum de Fotos:
Frei Gilvander, da CPT/MG, entrevistando as catadoras de material reciclável da ACAMARES, em Sarzedo-MG.
Fardos já montados de jornais, plásticos e papelão no galpão da ACAMARES.
Equipe da ACAMARES e representante da CPT/MG e do Movimento SOS Sarzedo.
Obs.: Os
vídeos, abaixo, compõem a Reportagem em vídeo que frei Gilvander fez na
ACAMARES, em Sarzedo, MG, dia 03/7/2019.
1 - ACAMARES, em Sarzedo, MG:
cooperativa de catadoras/es clama por apoio do poder público. Vídeo 1
2 - Catadoras em Sarzedo, MG, da
ACAMARES, clamam por apoio. Cadê o prefeito? Vídeo 2. 03/7/2019
3 - Quanta humanidade nas Catadoras em
Sarzedo, MG, da ACAMARES, mas cadê o apoio do prefeito? Vídeo 3
4 - Catadoras da ACAMARES, limpam a
cidade de Sarzedo, MG, mas tem pouco apoio. Vídeo 4. 03/7/2019
5 - Prefeitura de Sarzedo/MG precisa
cumprir a Política Nac Resíduos sólidos e apoiar ACAMARES. Vídeo 5