Ocupação Vila Esperança,
ao lado do Anel, em Belo Horizonte, MG, na luta! Diálogo e negociação justa,
sim! Despejo, não!
Nos últimos dias 30 e 31 de janeiro de
2019, o povo da Ocupação Vila Esperança, comunidade que conta com cerca de 150
(cento e cinquenta) famílias e que fica localizada parcialmente ao lado do Anel
Rodoviário de Belo Horizonte (zona oeste, bairro Vista Alegre) e também ao lado
da Avenida Teresa Cristina, participou de audiências de conciliação realizadas
nas sedes da Justiça Federal e Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
As audiências foram acompanhadas com
centenas de moradores e moradoras da ocupação, bem como por lideranças da Ocupação Vila da Conquista, outra comunidade acompanhada
pelo MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) e pela CPT (Comissão
Pastoral da Terra) também localizada na região oeste de Belo Horizonte e que terá
audiência de conciliação no próximo dia 5 de janeiro de 2019, às 14 horas, no
TJMG.
Infelizmente, das audiências nada se
avançou de concreto quanto a solucionar de forma justa pacífica o conflito
fundiário e o gravíssimo problema social que perduram há anos, e nenhuma
alternativa de moradia digna e prévia para as famílias foi assumida por nenhum
representante dos poderes públicos, seja Governo Federal, seja Governo de Minas
Gerais, seja Prefeitura de Belo Horizonte, ou mesmo a Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), Departamento Nacional de Infraestrutura
Terrestre (DNIT) ou Concessionária Via 040.
O Juiz Federal responsável pela
audiência, Dr. Ricardo Machado Rabelo, coordenador do Centro judiciário de
Conciliação da SJMG, assumiu o compromisso de analisar mais uma vez o processo
e buscar uma nova rodada de negociações, algo que é muito louvável e digno de
elogios de nossa parte, haja vista, inclusive, que raros são os casos que vemos
membros do Poder Judiciário ter uma postura ativa de busca de soluções justas e
consensuais em favor de comunidades injustiçadas que veem suas vidas
judicializadas.
Contudo, para as negociações
prosperarem, as autoridades públicas da prefeitura de Belo Horizonte, do
Governo de Minas Gerais e do Governo Federal têm que terem postura de
verdadeiras autoridades públicas, e assumir suas responsabilidades para buscar
uma solução justa e pacífica para as 150 famílias da Ocupação Vila Esperança,
pois as famílias que ali moram estão lá exatamente porque não existem políticas
públicas de moradia de interesse social. Se assim não fosse, a Fundação João
Pinheiro não teria feito importante e séria pesquisa que comprova existirem
cerca de 30 milhões de famílias sem moradia digna em nosso país. Só na capital
mineira o déficit habitacional ultrapassa 150 mil moradias. estima-se.
Assim sendo, senhores Bolsonaro, Zema e
Kalil, exigimos de vocês que saiam de seus gabinetes e coloquem seus primeiro,
segundo e terceiro escalão de funcionários para buscarem uma solução justa, digna
e prévia para as famílias, que é plenamente possível, já que, existe estudo que
comprova, por exemplo, a existência de inumeráveis terrenos e prédios
abandonados e sem função social que podem ser destinados para receber estas e
outras famílias. Recordamos que a maior parte das famílias construíram suas
casas ao lado da Av. Teresa Cristina e não ao lado do Anel rodoviário. E, em
mais de cinco anos de existência da Ocupação, nunca houve uma acidente no Anel
ao lado da Ocupação, até porque a Ocupação está localizada uns 2 quilômetros após
os locais perigosos do Anel vindo da região do bairro Olhos D’água. A Ocupação
está no plano, bem após o declive no Anel.
Estaremos mobilizados, pois não
aceitaremos despejo! Exigimos negociação séria e que leve à solução justa e pacífica
de moradia digna e prévia para as famílias!
Assinam
esta Nota:
Coordenação
da Ocupação Vila Esperança;
Movimento
de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB);
Comissão
Pastoral de Terra (CPT/MG).
Belo
Horizonte, 02 de fevereiro de 2019.
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