Peregrinação ao lado do rio Paraopeba, morto, até o Velho Chico, em Minas Gerais. 29/1 a 02/2/2019
De 30 de janeiro a 02 de fevereiro de 2019, integrantes da CPT (Comissão Pastoral da Terra), do CPP (Conselho Pastoral de Pescadores), do MNPP (Movimento Nacional de Pescadores e Pescadoras Artesanais) e da Cáritas Regional Minas Gerais percorreram o trajeto da lama tóxica do crime da mineradora Vale e do Estado, que matou o rio Paraopeba, até o Velho Chico, o rio São Francisco, já em agonia há algum tempo na UTI, para verem de perto os rastros de destruição do hediondo crime causado pela VALE, com autorização do Estado, a partir de Brumadinho, MG, dia 25/01/2019 às 12h28. Com seu percurso seguido pelos peregrinos, o rio Paraopeba faz ele também sua peregrinação... de agonia e morte. Suas águas que antes refletiam vida e esperança de dias melhores para tantas comunidades ribeirinhas que dele dependiam para sua sobrevivência, hoje seguem levando veneno, lixo tóxico, destruindo vidas... É inegável que essa contaminação já chegou ao rio São Francisco. As águas do Velho Chico já não são as mesmas, sua coloração já está mudada e, conforme depoimentos, seus peixes podem já estar contaminados. Nessa peregrinação, as marcas de um dos maiores crimes ambientais e um dos maiores acidentes de trabalho da história da humanidade. Os passos dos peregrinos testemunham sofrimento, angústia, incertezas, sonhos destruídos, esperanças perdidas... Exige-se justiça. É preciso que todos os responsáveis sejam punidos, quem autorizou a mina de Córrego do Feijão, quem renovou a licença, deputados e governadores, secretários de Estado, o presidente da Vale, diretores da VALE e todos técnicos que assinaram documentos falsos que criavam capa de legalidade. Punir somente "peixe pequeno" será deixar abertas as comportas para crimes maiores. Em qualquer outro lugar do mundo, o presidente da Vale, diretores da Vale, agentes públicos responsáveis pelas licenças já teriam sido presos. Exigem-se medidas urgentes de atendimento eficiente e responsável às famílias das vitimas e às comunidades massacradas. São urgentes e necessárias as ações de luta por direitos. Um grande mutirão, reunindo os movimentos sociais populares, as pessoas de boa vontade, as forças vivas da sociedade precisa ocupar todos os espaços da sociedade para, em lutas coletivas e massivas, frear o dragão da mineração que está pondo em colapso as condições objetivas de vida. Tantas vidas ceifadas não podem ser esquecidas. Da lama da morte é preciso brotar ressurreição. A peregrinação continua... em defesa da vida em toda sua biodiversidade, contra as mineradoras, contra toda opressão do poder do capital e dos capitalistas que, em detrimento da vida, seguem fazendo jorrar lama, jorrar morte!
Divulgação / Cáritas Regional MG |
* Filmagem: Vinícius Gomes, da Cáritas Regional MG. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG.
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