Trabalho,
renda e dignidade: Quilombo Campo Grande, do MST/sul de MG - Audiência Pública
na. ALMG - Vídeo 9 - 22/11/2018.
Luara Colpi e Gilson Reis, vereador em Belo Horizonte. Montagem: Nádia Sene. |
A Comissão de Direitos
Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou Audiência
Pública no dia 22/11/2018, no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, em
Belo Horizonte, MG, para debater a Ação de Reintegração de Posse expedida por
Juiz da Vara Agrária do TJMG, o que provocaria o despejo de 450 famílias do
Quilombo Grande (11 Acampamentos do MST), em Campo do Meio, sul de Minas. O
conflito fundiário na Fazenda Ariadnópolis, uma área de 3.900 hectares, ocupada
por 450 famílias do Quilombo Campo Grande, ocorre desde 1996, em virtude da
falência decretada pela empresa Usina Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A,
instalada na área. Trabalhadores/as foram demitidos sem receber seus salários,
suas indenizações e a terra ficou totalmente abandonada, sem qualquer função
social. O total das dívidas trabalhistas da Empresa, envolvendo dívidas com a
União, ultrapassam 300 milhões de reais. A Ocupação foi uma forma encontrada
pelos trabalhadores e trabalhadoras da empresa de garantir seus direitos e sua
sobrevivência. Mais de 2.000 pessoas moram e trabalham na fazenda há 20 anos e
já fizeram um grande investimento na área, para trabalhar a terra de forma
agroecológica, orgânica, o que fez com que alcançassem uma excelente produção
saudável, de qualidade. São colhidas, anualmente, 510 toneladas de grãos de
café e, graças a essa produção, o Quilombo Campo Grande concentra uma das
maiores cooperativas de café do Estado de MG, a Cooperativa Camponesa que
comercializa o café Guaií. Além disso, colhem também, nessa mesma linha
agroecológica ou em transição, 55 mil sacas de milho, 8,5 mil sacas de feijão e
plantam, em 40 hectares, hortas com grande variedade de verduras, legumes e
tubérculos. Além disso, estão plantadas nos acampamentos 60 mil árvores
frutíferas e mais de 60 mil árvores nativas. O Quilombo conta também com tanques
de peixes, 322 caixas de abelhas, 1,2 mil cabeças de gado e 23,7 mil galinhas.
Essa produção faz circular a economia em Campo do Meio e região, além de
garantir renda às famílias. Investiram também na construção de centenas de
casas, currais e quilômetros de cerca. Uma grande Rede de Apoio se formou em
todo o Estado de Minas Gerais e no Brasil em defesa do Quilombo Campo Grande,
para que as 450 famílias de camponeses e camponesas tenham assegurado seu
legítimo direito de permanência na terra na qual trabalham com responsabilidade
social e consciência ecológica e que lhes garante renda e dignidade. Nesse
vídeo, a intervenção de apoiadores que se posicionam contra a opressão, a
injustiça e a ganância do capital, dos capitalistas e do agronegócio e defendem
a justiça, a garantia de direitos e a superação do conflito que só acontecerá
com a permanência definitiva das 450 famílias do Quilombo Grande nas terras da
Ariadnópolis onde estão integradas. Obs.: O desembargador Marcos Henrique
Caldeira Brant, de plantão, suspendeu, na última sexta-feira, dia 30 de
novembro de 2018, a liminar que determinara a reintegração de posse da antiga
Fazenda Ariadnópolis. O magistrado entendeu que, devido à necessidade de uma
análise mais aprofundada do caso, que envolve diretamente questões de ordem
social de uso e ocupação da terra, é prudente a suspensão da reintegração da
posse, mantendo as famílias na área.
*Vídeo original das
gravações do streaming da TV Assembleia da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais. Divulgação de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CPT e do CEBI. Edição
de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 22/11/2018.
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