Conflito
agrário no Norte de Minas: Deputado Federal manda derrubar casa de família
camponesa!!!
“Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sozinhos no meio da terra!” (Profeta Isaías 5,8).
No
início da tarde do dia 21 de Junho de 2018, por volta das 14h00, um grupo
formado por policiais da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, um oficial
de (in)justiça da Comarca de Salinas e 2 funcionários da empresa Rio Rancho
Agropecuária S/A demoliram a casa e destruíram a roça de uma família Camponesa
do Território Geraizeiro de Curral de Varas II, município de Padre Carvalho. O
oficial apresentou liminar de intimação, e com ela, utilizando o maquinário da
empresa Rio Rancho, conduzido pelo gerente da empresa de nome Anderson,
conhecido como Tôzinho, fizeram a ação. Segundo os familiares, os PMs os
intimidaram de forma verbal, ameaçando-os, inclusive de detê-los por desacato a
autoridade.
O conflito agrário no Norte de Minas foi intensificado na década de 1970 quando as terras de ‘chapada’ foram entregues para empresas monocultoras de eucalipto. Neste processo, algumas empresas acumularam gigantescos latifúndios. Seja através da grilagem judicial, de retificações fraudulentas ou simplesmente sem devolver para o Estado Mineiro as terras públicas/devolutas dos arrendamentos já caducos. Processos sempre resguardados pelo Estado e pela violência dos jagunços. Uma das empresas “beneficiadas” é a Empresa Rio Rancho Agropecuária S/A, de propriedade do ex-governador de MG, Newton Cardoso, e seu filho Newton Cardoso Júnior, deputado federal atualmente.
O conflito agrário no Norte de Minas foi intensificado na década de 1970 quando as terras de ‘chapada’ foram entregues para empresas monocultoras de eucalipto. Neste processo, algumas empresas acumularam gigantescos latifúndios. Seja através da grilagem judicial, de retificações fraudulentas ou simplesmente sem devolver para o Estado Mineiro as terras públicas/devolutas dos arrendamentos já caducos. Processos sempre resguardados pelo Estado e pela violência dos jagunços. Uma das empresas “beneficiadas” é a Empresa Rio Rancho Agropecuária S/A, de propriedade do ex-governador de MG, Newton Cardoso, e seu filho Newton Cardoso Júnior, deputado federal atualmente.
A
família que teve a casa e roça derrubadas é uma das “recantilhadas” e
encurraladas pela Empresa Rio Rancho S/A. Cercadas pela monocultura do
eucalipto e pela injustiça emanada do poder judiciário. Os camponeses ocuparam
uma pequena parcela de terra na chapada, área reivindicada pela empresa Rio
Rancho. O conflito agrário envolve muitas famílias e o poder judiciário,
injustamente, não reconhece que o conflito é coletivo. Vale ressaltar que a
Empresa Rio Rancho está envolvida, nas comarcas de Salinas e de Grão Mogol, em
87 processos judiciais. Fica claro que a judicialização é um caminho da empresa
para manter seus latifúndios. No processo judicial, a Empresa Rio Rancho
Agropecuária S/A apresenta uma tabela envolvendo as seguintes áreas: Três
Capões, Santa Rita, Carinhanha, Ribeirãozinho, Cancela e Bota, em um total de
71.493,13 hectares. Deste montante, 24.907,99 hectares, segundo a própria
declaração da empresa, não estão legalizados. O que isto significa? Existe um
estudo realizado na região do Território Tradicional Geraizeiro de Vale das
Cancelas que indica fortes indícios de grilagem de terras na região legitimado pelo
Estado e cartórios das comarcas locais. Tese de doutorado também atesta isso,
inclusive.
o ex-governador Newton Cardoso acumula contra ele várias denúncias, processos no poder judiciário e investigações, entre os quais, máfia do Carvão, enriquecimento ilícito e recente investigação da polícia federal. O deputado Newton Cardoso Júnior vem sendo reconhecido como o articulador na Câmara Federal para os descontos milionários aos empresários endividados.
o ex-governador Newton Cardoso acumula contra ele várias denúncias, processos no poder judiciário e investigações, entre os quais, máfia do Carvão, enriquecimento ilícito e recente investigação da polícia federal. O deputado Newton Cardoso Júnior vem sendo reconhecido como o articulador na Câmara Federal para os descontos milionários aos empresários endividados.
A
injustiça impera nos Gerais do Norte de Minas. Os ricos mantêm seus latifúndios
frutos de grilagem. O Estado e os Governos mantêm intacta a estrutura da
grilagem. Até quando?
“Até quando você vai ficar usando rédea? /
Rindo da própria tragédia / Até quando você vai ficar usando rédea? / Pobre,
rico ou classe média / Até quando você vai levar cascudo mudo? / Muda, muda
essa postura / Até quando você vai ficando mudo? / Muda que o medo é um modo de
fazer censura” (Gabriel O Pensador).
Assinam essa Nota Pública:
CPT
(Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais)
MAB (Movimento
dos Atingidos por Barragens)
Montes
Claros, norte de MG, 26 de junho de 2018.
Assista ao vídeo no link, abaixo:
O homem de blusa azul listrada, que acompanha o despejo, é João Baltasar, gerente da Empresa Rio Rancho S.A, do ex-governador Newton Cardoso, dia 21/6/2018. |
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